quarta-feira, 18 de março de 2009

A Fisga



Cravinho: Sócrates «seguiu pelo pior caminho»
Ex-deputado do PS critica declarações sobre a manif da CGTP. Parlamento deve seguir o rasto aos dinheiros públicos.
João Cravinho critica as declarações de José Sócrates a respeito da manifestação organizada pela CGTP, na passada sexta-feira em Lisboa, na parte em que o primeiro-ministro fala de instrumentalização pelo PCP e pelo BE.

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«É um pouco abusivo, sobretudo redutor e direi fechado de horizonte equacionar as coisas como se tratasse de uma grande manifestação de autómatos», refere o ex-deputado socialista, no seu habitual espaço de opinião na «Rádio Remascença», acrescentando que «muitas da pessoas manifestaram-se pela primeira vez».

Cravinho considera mesmo que «Mário Soares tem toda a razão em chamar a atenção para a importância que têm duzentas mil pessoas na rua». Não se trata de «peões de brega do Partido Comunista ou do Bloco de esquerda», refere.

O antigo deputado socialista considera mesmo que Sócrates seguiu pelo «pior caminho que se pode tomar porque isso significa que se despreza a angústia, a dor e a tremenda aflição que movem muitas daquelas pessoas», rematando que «é um pouco abusivo transformar isto numa pura manifestação política, como se se tratassem de autómatos. As pessoas existem, têm sentimentos, receios angústias e problemas terríveis».

João Cravinho defende, por outro lado, que o Parlamento devia acompanhar com rigor a utilização de dinheiros públicos, sugerindo mesmo a criação de uma comissão eventual para o efeito.

O ex-deputado socialista refere que «não podemos ficar pelo BPN, há muito mais coisas a ver».

Cravinho diz que «é absolutamente fundamental» o Parlamento «acompanhar com pormenor, com rigor e com constância, o uso dos dinheiros públicos».

Para o antigo parlamentar, no âmbito da comissão de orçamento e finanças, «ou a comissão toda ou um grupo de trabalho ou uma sub-comissão ou até uma comissão eventual deveria ser constituída» com essa «missão específica».

Os deputados devem preocupar-se ainda com as offshores, a luta contra a fraude e evasão fiscal, dando o exemplo das listas de depositantes no Liechenstein a que Portugal teve acesso e que levou outros países, entre os quais a Alemanha, a «tomar grandes medidas de prevenção e combate à evasão fiscal».

«Portugal deve ter recebido essa informação», referiu o antigo parlamentar, acrescentando uma pergunta: «o que é que se fez?». Para Cravinho, é «importante que o público saiba, não os detalhes, mas a linha geral». O assunto não deve ser encarado «como se fosse um fait-divers», adverte.
In Portugal Diário

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