terça-feira, 31 de março de 2009

Belmiro Ferreira Braga...Foi um Poeta Brasileiro...

Belmiro Ferreira Braga (Belmiro Braga, então Vargem Grande, 7 de janeiro de 187231 de março de 1937) foi um poeta brasileiro.
Herdou possivelmente a veia poética de seu avô materno, Francisco Lourenço de Barros, “versejador mordaz” no dizer de Alves Cerqueira ( O “Rouxinol Mineiro”, artigo no “Jornal do Comércio” do Rio de Janeiro, em 27/3/1932).
Filho de José Ferreira Braga, comerciante português, e de Francisca de Paula Braga, brasileira, Belmiro estudou as primeiras letras no “Ateneu Mineiro”, em Juiz de Fora, de onde voltou a Vargem Grande com a morte da mãe, ajudando o pai nos negócios.
Esteve depois em Muriaé, em Carangola, e em 1901 era comerciante na Estação de Cotegipe, onde o foi encontrar o poeta nortista Antônio Sales, que passava tempos numa fazenda próxima.
Foi Antônio Sales quem o apresentou depois, em um artigo na imprensa carioca, como o “João de Deus Mineiro” Na mesma ocasião conheceu Belmiro Braga a Fernandes Figueira, médico, que colaborava em revistas da capital do país, com o pseudônimo de Alcides Flávio.
Tornando-se seu companheiro de tertúlias literárias, Fernandes Figueira o orientou de certa forma em sua formação intelectual e conseguiu que os primeiros versos de Belmiro fossem publicados no Rio.
Com a divulgação de seus trabalhos Belmiro Braga granjeou em pouco tempo popularidade. E de seu conhecimento em Minas com Antonio Figueirinhas, editor português que andava em viagem pelo Brasil, surgiu o lançamento do seu primeiro livro.
“Montesinas” saiu prefaciado por Batista Martins, um amigo de Carangola, quando era comerciante, e Martins, estudante de Direito e jornalista.
Lançado o livro em 1902, Belmiro publicou depois: “Cantos e Contos”, em 1906; “Rosas”, em 1911; “Contas do Meu Rosário”, em 1918; “Tarde Florida”, em 1925; e finalmente, “Redondilhas”, em 1934.
Escreveu também para o Teatro. Hoje há em Minas dezenas e dezenas de academias e grêmios literários com o nome do poeta.
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Mãe
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Acima de tudo, acima
do céu te devemos por...
O teu nome não tem rima
nem limite o teu amor.
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PALAVRAS AO CORAÇÃO
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Lá se o rio sai do leito,
no dia de inundação,
tu não podes do meu peito
sair fora, coração.
Vão do rio as grandes águas
inundando o campo infindo
como vão as minhas mágoas
para os meus olhos subindo.
O rio findando o inverno
sua antiga feição toma.
E tu vais rugindo eterno
coração que ninguém doma.
Se o desamor não toleras?
Não te entendo, coração,
tu vais rugindo, e terno,
entre as grades da prisão.
Coração, nem mais um salto,
fica já sossegadinho
não queiras subir tão alto
que te cansas no caminho...
...

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