quarta-feira, 18 de março de 2009

O NÍVEL DO MAR NO FIM DESTE SÉCULO

Segundo dados actualizados, avançados hoje em Copenhaga à margem do Congresso sobre o Clima, a subida do nível das águas associada ao aquecimento global do planeta poderá ultrapassar um metro ou mesmo atingir os dois metros até ao final do século XXI.
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Segundo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), organismo criado pelas Nações Unidas, que publicou em 2007 um relatório sobre o tema das mudanças do clima, a subida dos mares, até final do século, estará num intervalo entre 18 centímetros e 59 centímetros, mesmo assim grave para muitos países. Porém, dados recentes de satélites indicam que o nível do mar tem subido cerca de três milímetros por ano desde 1993, um ritmo «muito acima da média do século XX», segundo o especialista John Church, do Centro para Investigação Meteorológica e do Clima da Austrália.
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A conferência de Copenhaga, organizada por dez universidades, da Dinamarca, Suíça, Austrália, Singapura, China, EUA, Reino Unido e Japão, concluiu baseado em 39 trabalhos sobre o assunto, que o nível dos oceanos poderá subir entre 75 e 190 centímetros. Os novos números, «significam que, se as emissões de gases com efeito de estufa não forem reduzidas rápida e substancialmente, até no melhor cenário a subida do nível do mar atingirá zonas costeiras onde habita cerca de um décimo da população mundial».
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A aceleração da fusão de gelos polares e de glaciares devido ao aquecimento global são dois dos principais factores do agravamento das previsões sobre a subida do nível do mar.
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Esta conferência, que decorre até quinta-feira na Universidade de Copenhaga, tem como objectivo a preparação para a Cimeira do Clima, que terá lugar também na capital dinamarquesa em Dezembro para tentar encontrar um acordo global sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa para suceder ao Protocolo de Quioto, que expira em 2012.
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Comentário meu: Esta conclusão pouco tem de novo. Estes resultados já tinham sido publicados "informalmente" por diversas entidades, quase todas ligadas a universidades por todo o mundo que trabalham sobre este assunto. A grande diferença é que agora há uma publicação "formal", visando uma plateia que reune os maiores estudiosos do mundo da especialidade. Para maior credibilidade, se alguma dúvida ainda houvesse, as conclusões têm por base estudos realizados por 39 entidades diferentes.
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Uma novidade é a aceleração do aquecimento, portanto o desaparecimento mais prematuro do gelo das calotes polares e dos glaciares. A segunda novidade, é estes resultados terem por base os dados recolhidos por satélites. Ao ritmo actual, no fim deste século todo o gelo desaparecerá da superfície da Terra. De resto, nos meios especializados, o aquecimento global é hoje uma verdade consensual.

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