segunda-feira, 30 de março de 2009
Tiro ao alvo
O Bloco de Esquerda (BE) de Braga defendeu que o empresário Domingos Névoa, nomeado sexta-feira presidente da empresa intermunicipal Braval, «deve ser destituído». «É revelador de total falta de vergonha que representantes do poder local de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro e Vieira do Minho tenham aceite o nome de Domingos Névoa, como se nada de anormal existisse no seu currículo público», afirmam os bloquistas em comunicado enviado à agência Lusa.
Braga e Amares são lideradas por autarcas socialistas, Póvoa de Lanhoso, Terras do Bouro e Póvoa de Lanhoso têm maioria PSD enquanto Vieira do Minho é dirigida por uma coligação PSD/CDS-PP.
A Braval é uma empresa intermunicipal que trata os resíduos sólidos daqueles seis concelhos e a presidência pertence ao sócio maioritário, a Agere (empresa municipal de água e saneamento de Braga).
A presidência da Agere funciona em regime rotativo, cabendo agora o cargo a Domingos Névoa, que é sócio da firma através da participação no capital social da sua empresa «Rodrigues e Névoa».
No entanto, para o BE, «a notícia de que Domingos Névoa é o novo presidente da Braval, não pode deixar de ser considerada como um prémio para o empresário, que se tornou conhecido do país pela tentativa de corrupção do vereador lisboeta Sá Fernandes, pela qual foi condenado há um mês».
O Bloco lamenta que os accionistas da Braval «pretendam reabilitar Domingos Névoa, que, pela sua acção corruptora, deveria merecer a censura daqueles que são eleitos pelo povo para gerirem a coisa pública».
Genro do presidente da câmara foi contratado
O Conselho de Administração da empresa pública é agora presidido pelo empresário Domingos Névoa, pela ex-vereadora do PS da Póvoa de Varzim, Rita Araújo (indicada por Braga), e pelo social-democrata Luís Amado Costa (indicado pela autarquia de Póvoa de Lanhoso, liderada por Manuel Baptista, do PSD).
A Assembleia-Geral da Braval aprovou também, por unanimidade, a contratação de Pedro Machado, genro do presidente da Câmara de Braga, Mesquita Machado, para director-geral da sociedade, composta pela Agere (em representação da Câmara de Braga, que detém mais de dois terços do capital social) e pelos municípios de Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro e Vieira do Minho.
A Lusa contactou a Câmara de Braga e o empresário Domingos Névoa mas não conseguiu uma reacção ao assunto até ao momento.
Etiquetas:
Cargos públicos,
Domingos Névoa,
Tiro ao alvo
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário