sexta-feira, 27 de março de 2009

Portugal: uma coutada do PS e do PSD?...

O "ora agora escolho eu ora agora escolhes tu" em que se transformou a eleição do provedor de Justiça não espanta face à forma como PS e PSD põem e dispõem dos destinos do país. Aliás, falar de eleição é mera figura de retórica, deveria antes chamar-se nomeação partidária de altos cargos.
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Há meses que Nascimento Rodrigues deveria ter substituto. Por mais que se insistisse no Parlamento para fazer a eleição, os dois mandantes do Bloco Central assobiaram sempre para o ar. O arrufo de namorados a propósito do provedor de Justiça mostra como estas negociatas levam o país ao ridículo e confirma a total identidade de processos e métodos entre PS e PSD.
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Não é só nas políticas que comprometem o futuro colectivo - usadas para pedir a quase todos sacrifícios sem fim enquanto preservam ricos e poderosos -, que é quase impossível estabelecer diferenças entre PS e PSD. Agora fica também claro que quando se trata da partilha do poder e dos seus cargos, a família do Bloco Central funciona igualmente às mil maravilhas, "este para mim, este para ti". O caso Nascimento Rodrigues é uma ilha num oceano de domínio que começa na Regulação da Comunicação Social, passa pela Fiscalização dos Serviços de Informação e termina no Tribunal Constitucional.
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Enquanto o Bloco Central tenta disfarçar um episódio que revela bem a coutada privativa em que transformaram o país, a ministra da Educação resolveu num ápice a falta de professores de espanhol: ordena que os que têm formação em português, inglês, alemão, grego, latim, (chinês?) possam dar aulas de espanhol em detrimento das centenas que já hoje têm ou estão a fazer formação específica. Se a sua colega da Saúde estiver atenta, teremos resolvido a falta de médicos em centros de saúde: passam a ser ocupados por veterinários, farmacêuticos ou enfermeiros que, por exemplo, tenham tido uma qualquer formação do Instituto Cervantes. Tudo a bem da Nação e da qualidade de ensino, pois claro!
Honorio Novo
in JN

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