domingo, 30 de novembro de 2008

MORREU JOERN UTZON, ARQUITECTO DA ÓPERA DE SYDNEY

O arquitecto dinamarquês Joern Utzon, que projectou a ópera de Sydney, morreu este sábado, dia 29 de Novembro de 2008, aos 90 anos.
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Utzon projectou o teatro em 1957, mas abandonou os trabalhos sete anos antes da conclusão da obra após escândalos a envolver gastos na construção.
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Em 2003, Utzon venceu o prémio Pritzker de arquitectura pela construção, que o júri considerou uma das mais significativas do século XX. Com o decorrer dos anos, a Sydney Opera House transformou-se no ex-libris da cidade e num dos edifícios mais conhecidos do mundo.
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Hoje, a Casa da Ópera de Sydney é um grande centro de divulgação artística e uma catedral da grande musica. Alberga uma companhia de ballet, uma companhia de ópera e a Orquestra Sinfónica de Sydney, todas residentes. Alem disso organiza exposições de artes plásticas e eventos artísticos em geral.

Onde é que isto pára?...

A sucessão de problemas com o BPN e o Banco Privado Português, independentemente de causas diferenciadas, agrava dúvidas terríveis para os próximos meses: onde é que isto vai parar?
Parece mais ou menos evidente que à crise financeira da Banca já se soma uma crise económica. Em termos mais simples: a falta de dinheiro vai bater à porta das empresas e das famílias.
Os centros comerciais estão cheios, os hotéis lotados nos fins-de-semana prolongados, as agências de viagens não dão sinais de abrandamento, mas não tenhamos ilusões de que o que nos espera em 2009 é muito preocupante.
O desemprego é o grande fantasma que se agita no horizonte e o endividamento dos portugueses é um verdadeiro laço sobre o pescoço.
Se a este clima deprimente somarmos a total ausência de entusiasmo que vem do lado da política, então, preparemo-nos mesmo para o inferno.
Basta um desenvolvimento mais dramático de um dos processos judiciais que ameaça o sistema partidário para que a pradaria seja engolida por um trágico incêndio. Ou que a crise toque algum dos gigantes da Banca ou mesmo empresas emblemáticas da nossa economia.
Se assim acontecer, resta-nos o consolo do inevitável efeito regenerador sobre o sistema político e económico. Se é que isso não é já uma trágica utopia...
Eduardo Dâmaso
in CM

O PSD? Onde?...

Devo confessar que não entendo o que se está a passar no PSD. Se calhar é coisa só para iluminados e sou estúpido demais para tão grande prospecção.
Devo dizer, ainda, que não apoiei nenhum dos três candidatos, dos quais saiu a nova líder do PSD. Não apoiei por razão nenhuma. Estava sem paciência. Mas expectante.
Desde que Durão Barroso se pirou a caminho de Bruxelas que a senhora é a incarnacão do grande futuro do PSD. Sabe-se que fez parte do grupo que arrasou Santana Lopes. Ela, ou os seus colaboradores, disse de Lopes aquilo que o diabo não diz da cruz. E temos de reconhecer. As gaffes de Santana ajudaram a festa.
Com Luís Filipe Menezes, a actual presidente foi esfíngica. Menezes poderia dizer, ou não dizer, que estava marcado para morrer. O grupo ligado à senhora arrasou-o ainda não tomara posse. Menezes decidiu suicidar-se e chegaram novas eleições, e agora o PSD ia renascer de vez! Com ela, o verdadeiro, o sério, o genuíno PSD estava nas ruas capaz de desafiar o omnipresente poder de Sócrates.
Seis meses depois, olhamos para trás, e só vemos o deserto.
Disse barbaridades que terão feito corar Santana Lopes, e destaco pelo murraço que na altura levei, a forma como decidiu que o casamento é acto para procriar e mais nada.
Depois veio a história do silêncio. Não sei quem aconselhou a senhora, mas seguramente é mais estúpido do que eu, que não entendo nada de política. Num tempo em que os territórios da política são sempre pertença de alguém, calar-se significou entregar ao outro a parte que lhe pertencia. Depois, foi a história dos cabo-verdianos e dos ucranianos, a que se seguiu a ‘boutade’ sobre o salário mínimo, etc, etc.
Menezes arreia-lhe de acordo com as suas memórias mais emotivas. Eu, pessoalmente, não estou aí. Julgo, até, que a idade merece mais respeito. Mas também devo confessar que assistimos a uma desilusão, que, fosse Lopes, Menezes ou outro qualquer mais visível, seria arrastado até ao fim do calvário. Passos Coelho foi inteligente oferecendo-lhe os préstimos. Santana foi prudente não lhe atazanando a vida. E as granadas de Menezes não são suficientes.
A verdade é que esta direcção é um mito de pés de barro.
Jamais houve condições objectivas e subjectivas, como aquelas que estamos a viver, para o principal partido da Oposição se aproximar do partido do Governo. Pelo contrário! Cai nas sondagens. Até a retórica sem imaginação da CDU ganha pontos. O próprio BE. E o PSD cai! Como? Talvez seja de propósito e eu não perceba a táctica. Talvez se esteja a aproveitar para os últimos dez minutos antes de acabar a partida e bombear bolas sobra a área.
Porém, nessa altura já deve estar a levar uma abada de cinco a um ou a dois. Coisa que está na moda. Como se vê nas nossas grandes equipas.
Francisco Moita Flores
in CM

Soneto à Sinistra Ministra...

Soneto à maneira de Camões :
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Tão mesquinha e tão vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.
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Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.
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Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:
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Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!
por mail

Fernando Pessoa...dos maiores poetas de língua portuguesa...73º aniversário da sua morte...

Fernando Pessoa
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas de
língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX.
Por ter vivido a maior parte de sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma.
Teve uma vida discreta, em que actuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterônimos.
A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra, além do facto de ser o maior autor da heteronímia.
Morreu de problemas hepáticos aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo sua última frase sido escrita na língua inglesa, com toda a simplicidade que a liberdade poética sempre lhe concedeu: "I know not what tomorrow will bring... " ("Eu não sei o que o amanhã trará").
Índice
1 Biografia
2 Obra poética
-2.1 Ortónimo
-2.2 Heterónimos
3 Curiosidades
4 Cronologia
5 Referências
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Poema
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O menino da sua mãe
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No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas traspassado
– Duas, de lado a lado –,
Jaz morto, e arrefece.
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Raia-lhe a farda o sangue
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
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Tão jovem! Que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino da sua mãe».
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Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
É boa a cigarreira,
Ele é que já não serve.
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De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
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Lá longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.

sábado, 29 de novembro de 2008

Cavaco Silva: ontem e hoje...

A propósito de uma campanha contra a pobreza, Cavaco Silva surpreendera ao reduzir o combate ao flagelo com a apologia da filantropia e da responsabilidade social das empresas, uma espécie de caixa de esmolas em tamanho grande para comover os portugueses. Contudo, em visita à Madeira, Maria Cavaco Silva teve o desplante de afiançar aos jornalistas que lá não havia miséria!
Entretanto, o Presidente da República veta por duas vezes o estatuto político-administrativo dos Açores devido a minudências que, no seu entender, beliscavam o seu poder. Mas, na mais grave crise da democracia madeirense, perante a exibição despótica dos tiranetes da região, nem uma palavra. Uma vez mais, a cumplicidade activa com um regime que em nada deve a muitos simulacros de democracia por esse mundo fora e onde a degenerescência política se alia à degradação ética e moral.
Poder-se-á sempre dizer que não se trata de uma novidade, uma vez que Jorge Sampaio contemplou, igualmente, com os desvarios de Jardim. Mas, desta feita, um novo pico de absurdo e desvario foi alcançado.
Noutra frente, perante o escândalo de corrupção do BPN, Cavaco respalda Dias Loureiro e, em pleno tique autoritário, emite uma "nota oficiosa" que não poderia querer alcançar outro efeito que não fosse o de inibir futuras notícias sobre o círculo íntimo de Belém e da numerosa corte do cavaquismo. Impossível, nesta altura, não nos lembrarmos das maiorias absolutas do PSD e da arrogância e repressão que então grassava no país.
A todos os jovens que não conheceram Cavaco Silva no esplendor do seu poder quase absoluto (talvez por isso ele não se escandalize com o que se passa na Madeira, tirando, eventualmente, alguma aversão ao estilo boçal do autocrata regional...) e a todos os portugueses que sofrem de amnésia, relembro que o Senhor Presidente não é um avozinho na pré-reforma, mas sim um dos principais responsáveis pelo estado actual das coisas. Sob o seu manto, a corrupção, o clientelismo e o nepotismo floresceram, amparando uma elite de governantes e empresários parasitária do Estado.
Impõe-se, por isso, como o Bloco tem feito, o dever de falar. E de apontar, entre outros casos, o de Oliveira e Costa que, ao que se sabe, doou 15 mil euros à campanha presidencial de Cavaco Silva, uma pequena parte dos cerca de 100 mil euros oferecidos por vários dirigentes do BPN.
Se fosse outro, Cavaco Silva devolveria hoje mesmo esse dinheiro. Mas ninguém muda assim tanto.
João Teixeira Lopes
in Esquerda.Net

PSD...São laranjas, senhora!...

Quando um Marcelo distante admite outro milagre da reencarnação do líder se não houver concorrência logo Passos Coelho se desdobra em matérias na Imprensa. Mostra-se no terreno a contar espingardas.
E enquanto Marcelo Rebelo de Sousa só admite pegar no partido enquanto aclamado redentor, Passos Coelho marca o terreno e garante que vai a jogo. Tanto basta para travar a hipótese de novo milagre marcelista.
Enquanto a corte laranja se desdobra e divide nestes jogos florais, estreita o caminho de Manuela Ferreira Leite.
Ávidas de poder, as segundas figuras do PSD não suportam a ideia de mais quatro anos afastadas dos ministérios. Já todos julgam que não será esta líder quem os vai levar ao Governo. Com o crescimento à esquerda, com Sócrates grudado ao centro, muitos agitam o fantasma de um desastre maior do que os exíguos 75 deputados de hoje.
Adivinha-se Congresso no PSD. Este 2009 é um ano de longo combate. Luta-se também por lugares na Europa, pelo domínio das autarquias. E contra anátemas na Justiça.
Com os juros a descer, o petróleo razoável e emprego em obras públicas, até a crise poderá ser aliada de Sócrates se o confronto for com esta dama-de-ferro perdida entre tempo e verbo.
Passos Coelho está activo e há olhares fixados em Rui Rio.
Octávio Ribeiro
in CM

Professores...A Luta Continua...

Apelo à greve a 100%
Falhou a ronda de negociações entre a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e os representantes sindicais para viabilizarem o modelo de avaliação dos professores, entretanto simplificado.
Dirigentes sindicais apelam à demissão da ministra e à greve a 100% para quarta-feira.

Durão e a recondução na Comissão...

António Egas Moniz...Escritor, Investigador e Politico...Prémio Nobel de Medicina...

António Egas Moniz
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz (Avanca, 29 de Novembro de 1874Lisboa, 13 de Dezembro de 1955) foi um notável médico, neurologista, investigador, professor, político e escritor português.
Foi galardoado com o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1949, partilhado com Walter Rudolf Hess (1881-1973).
Biografia
Nascido António Caetano de Abreu Freire no seio de uma família aristocrata rural, seu tio e padrinho, o padre, Caetano de Pina Resende Abreu Sá Freire, insistiria para que ao apelido fosse adicionado Egas Moniz, em virtude da família, descender em linha directa de Egas Moniz, o aio de Dom Afonso Henriques.
Completou a instrução primária na Escola do Padre José Ramos e o Curso Liceal no Colégio de S. Fiel, dos
Jesuítas. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, onde começou por ser lente substituto, leccionando anatomia e fisiologia.
Em 1911 foi transferido para a recém-criada Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa onde foi ocupar a cátedra de neurologia como professor catedrático. Jubilou-se em Fevereiro de 1944.
Egas Moniz contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às
artérias do cérebro.
A Angiografia Cerebral, que descobriu após longas experiências com raios X, tornou possível localizar neoplasias, aneurismas, hemorragias e outras mal-formações no cérebro humano e abriu novos caminhos para a cirurgia cerebral.
As suas descobertas clínicas foram reconhecidas pelos grandes neurologistas da época, que admiravam a acuidade das suas análises e observações.
Egas Moniz teve também papel activo na vida política. Foi fundador do
Partido Republicano Centrista, dissidência do Partido Evolucionista; apoiou o breve regime de Sidónio Pais, durante o qual exerceu as funções de Embaixador de Portugal em Madrid (1917) e Ministro dos Negócios Estrangeiros (1918); viu entretanto o seu partido fundir-se com o Partido Sidonista.
Foi ainda um notável escritor e autor de uma notável obra literária, de onde se destacam as obras "A nossa casa" e "Confidências de um investigador científico"
Como investigador, Egas Moniz, contando com a preciosa colaboração de Pedro Almeida Lima, gizou duas técnicas: a leucotomia pré-frontal e a angiografia cerebral.
Egas Moniz foi proposto cinco vezes (1928, 1933, 1937, 1944 e 1949) ao
Prémio Nobel de Medicina ou Fisiologia, as quatro primeiras sem êxito.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O esplendor da banca



Bangster - sinónimo universal e actual de gangster.
Neologismo derivado dos velhos mafiosos e ladrões que assaltavam bancos.

Mudaram-se os tempos e, actualmente, são os banqueiros que roubam e assaltam as economias dos cidadãos que as confiam e depositam em contas bancárias.
Para manter os bangster no seu esplendor, o Estado salva-os através do dinheiro dos contribuintes, transferindo o dinheiro dos nossos impostos para os bangster puderem continuar a roubar-nos.

Caso BPN...Tudo, boa gente...

O culpado do costume
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Os advogados Coito e Tranquada, deputados da respeitável associação política que dá pelo nome de PSD Madeira, vieram esclarecer clientes, amigos & povo em geral que não têm, nem nunca tiveram, nada a ver com o BPN.
Se percebi bem, houve só qualquer coisa relacionada com umas instalações. Por mim, estou esclarecido e continuarei a depositar total confiança em Coito e Tranquada.
O presidente da República também já informou o país de que não tem nada a ver com o BPN. Dias Loureiro, como se sabe depois ter ido à RTP e de o ter jurado "solenemente" em Belém, é quem menos tem a ver com o BPN.
O próprio Oliveira e Costa, apesar de preso, já terá garantido ao Ministério Público (estou a violar o segredo de justiça mas é por uma boa causa) que nem sequer sabe o que é o BPN e que a primeira vez que ouviu falar de tal coisa foi quando a Polícia lhe bateu à porta.
Verifico, inquieto, que sou o único português que tem alguma coisa a ver com o BPN.
De facto, há um balcão do BPN a 20 metros de minha casa e já lá fui ao Multibanco, pelo que começo a temer que seja eu quem vai pagar as favas do escândalo.
Manuel António Pina
in JN

Europa lida com o monstro da crise...

Érico Veríssimo...Foi um Escritor Brasileiro..

Érico Veríssimo
Érico Lopes Veríssimo (Cruz Alta, 17 de dezembro de 1905Porto Alegre, 28 de novembro de 1975) foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX.
Índice
1 Biografia
2 Obras do autor
Por ocasião de seu falecimento Carlos Drummond de Andrade publicou o seguinte poema:
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A falta de Erico Verissimo
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Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de sexta-feira.
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.
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Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda - como tarda!
a clarear o mundo.
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Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente.
Falta o casal passeando no trigal.
Falta um solo de clarineta.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A LUTA CONTRA al-QAEDA

Este texto foi produzido por um artigo que encontrei na revista inglesa The Economist. Esteve durante semanas em fermentação. Embora baseado no original, tem muitas alterações da minha responsabilidade. Ao que parece, os governantes da monarquia mais conservadora dos países árabes combatem a al-Qaeda e estão a colher sucessos.
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No rescaldo do grande ataque em Bombaim, talvez este texto ajude a compreender o que está por detrás destes acontecimentos. No entanto há muito mais coisas que não estão aqui explicadas. Por exemplo: O que é a jihad? Como nasceu, para onde se dirige? Quais os seus objectivos? Estas respostas dariam material para escrever um livro.

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O reino saudita tem sido desde há bastante tempo uma fonte de radicalismo djihadista com candidatos a mártires a viajarem com bilhetes de ida para locais como a Chechnia, o Iraque e as torres gémeas em Nova Iorque. Tendo sido a princípio bastante complacente em relação ao terrorismo djihadista, as autoridades Sauditas enveredaram repentinamente por uma oposição activa contra as actividades de grupos de militantes internos desde que as suas cidades se tornaram alvos dos primeiros ataques com bombas que explodiram em Riyade, a capital do reino, em Maio de 2003. Recentemente, num movimento que sugere crescente confiança em contrariar a violência djihadista, os tribunais sauditas iniciaram acções judiciais contra 991 prisioneiros acusados de actividades terroristas, no maior processo judicial da história do país - e do mundo - contra extremistas islâmicos.
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Alem doutros considerandos, estas acções judiciais tão numerosas são notáveis se tivermos em conta que os julgamentos decorrerão sob a égide da Lei Islâmica (Sharia) com juízes que são basicamente clérigos com uma formação complementar na Lei Islâmica para serem equiparados a juristas, como é normal na maioria dos países muçulmanos (1). Como também é normal, não existe um Código de Direito Civil semelhante aos nossos códigos ocidentais, onde os direitos, deveres e garantias de cidadania estão claramente consignados (2). Acresce que na Arábia Saudita (3) os juristas religiosos são formados à luz da interpretação Wahhabita do Islão (4) que, por sua vez, ajudou a inspirar a ideologia de alguns grupos militantes e da própria al-Qaeda. Tais condicionantes não embaraçam as autoridades sauditas que se apressam a afirmar que as sentenças proferidas à luz da Sharia terão maior legitimidade do que as que seriam proferidas por tribunais militares, as quais muitos muçulmanos, e não apenas simpatizantes djihadistas, rejeitariam como suspeitas.
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Contradizendo as críticas que consideram o sistema jurídico arcaico e muitas vezes arbitrário e imprevisível, as autoridades sauditas insistem que os julgamentos serão transparentes, com sentenças separadas para violência criminal, incitamento à violência e financiamento de actividades terroristas. Os acusados incluem, provavelmente, não só membros activos da al-Qaeda, que cometeram cerca de 30 ataques no Reino entre 2003 e 2006, quase todos bombistas, que custaram as vidas de 90 civis e 74 polícias, mas também sheiks e outros clérigos cujos sermões nas mesquitas exortavam à violência.
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Os julgamentos têm por objectivo marcar a fase culminante do esforço incomparável e até agora bem sucedido do regime Saudita para erradicar da sociedade as expressões violentas do radicalismo islâmico. Ao contrário de outros países que conduziram a luta antiterrorista exclusivamente através das forças de segurança, o reino saudita optou por uma solução de múltiplas vias, envolvendo simultaneamente campanhas de esclarecimento público, reformas legislativas e dos programas de educação pública e aconselhamento religioso.
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A televisão do estado transmitiu extensos testemunhos de djihadistas “arrependidos” em conjugação com comentários de eruditos em teologia que criticavam as bases textuais das crenças djihadistas. Ao mesmo tempo, uma campanha gravada nas prisões mostrou mais de 3 000 djihadistas detidos para aconselhamento, com ajudas como empréstimos para compra de casa própria e apoio financeiro às famílias enquanto os detidos e as famílias estiverem envolvidos em sessões de reeducação religiosa. As autoridades sauditas afirmam que cerca de 1 500 radicais foram reabilitados e libertados, com uma pequeníssima fracção de reincidência na ideologia do djihadismo. Um programa separado, que ainda decorre, tem procurado combater as ideias djihadistas difundidas na Internet com teólogos moderados contratados para intervirem em fórums de chats extremistas. As novas leis publicadas transformaram os incitamentos ao extremismo na Internet num crime punível com até 10 anos de prisão.
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O reino permanece tão opressivamente conservador que em muitos aspectos da vida em sociedade não parece deste tempo. Com frequência, clérigos subsidiados pelo Estado atacam os radicais não por causa do fanatismo e das mortes violentas que provocam mas porque a djihad deles prejudica a imagem do Islão. E de facto não houve nenhum incidente terrorista importante no reino saudita desde Fevereiro de 2006 quando uma célula da al-Qaeda montou um ataque mal alinhavado à refinaria de petróleo de Abqaiq, perto da costa leste da Península Arábica, distante oitenta quilómetros pra norte da ilha do Bahrain. Alem disso, o volume de voluntários sauditas dispostos a morrer nas djihads do Iraque, do Afeganistão e do Líbano têm decrescido claramente.
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De facto, pondo de lado a progressiva ousadia dos seus aliados nominais, os Taliban do Afeganistão, a al-Qaeda não parece estar a desempenhar-se bem. Grupos filiados em locais conhecidos pelas suas leis vagas e permissivas como o Iémen, a Argélia e a Mauritânia lançaram ataques recentes que não produziram os resultados pretendidos pelos seus promotores. Um exemplo disso foi o ataque à embaixada americana em Sanaa, a capital do Iémen, ocorrido há cerca de 2 meses, que matou 16 pessoas que passavam no local mas que não conseguiu abrir brechas no muro do recinto. O concomitante enfraquecimento do Iraque como paraíso terrorista e a progressiva eficácia do policiamento e prevenção antiterrorista em todos os países produziram um ambiente geralmente hostil aos radicais djihadistas.
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Um claro sinal deste enfraquecimento estrutural – e operacional - da al-Qaeda foi o súbito desaparecimento, dois dias antes do aniversário do ataque de Nova Iorque em 11 de Setembro, de três dos quatro mais conhecidos websites radicais que difundiam publicidade e propaganda das actividades da al-Qaeda e que organizava fórums sobre questões ideológicas islâmicas. Estes sites, hoje cuidadosamente vigiados pelos serviços de informações (intelligence agencies) dos países europeus e do EUA, experimentaram interrupções em diversas ocasiões, mas foi esta a primeira vez que vários deles estiveram fora de acção por tanto tempo. O único site sobrevivente, al-Hesbah, pensam alguns peritos estrangeiros na matéria, terá sido infiltrado por peritos do governo saudita para controlar as actividades djihadistas onde quer que elas se manifestem.
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Fotografia pequena: O rei da Arábia, Abdullah al-Saud, escuta um chefe tribal no dia em que recebeu juramentos de lealdade de centenas de clérigos muçulmanos dos mais elevados níveis hierárquicos, chefes tribais e outras proeminentes personalidades sauditas.
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Notas:
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1 e 2 - Os países muçulmanos que não têm Código de Direito Civil escrito são normalmente os que adoptaram o Islão como religião do Estado. Estão neste caso a Arábia Saudita, o Afeganistão, o Irão depois da tomada do poder pelos Ayatollahs, o Kowait, o Paquistão. Os estados de maioria muçulmana que foram, ou são, governados por partidos políticos laicos têm um Código Civil escrito: Egipto, Síria, Iraque (de Saddam), a Turquia e os estados islamizados que estiveram integrados na União Soviética. A zona do Magrebe e os Emiratos Árabes Unidos, do Golfo Pérsico, estão numa posição intermédia: têm um Código Civil escrito que incorpora mais (Emiratos) ou menos (Magrebe) regras e o espírito da Sharia. Nos países em que vigora a Sharia, a que podemos chamar Lei Islâmica, os juízes dos tribunais são normalmente clérigos com uma formação complementar na Lei Islâmica. Em tais casos, o modelo de formação privilegia a vertente teológica e não a jurisprudência e o Direito, como se estes fossem secundários. A Malásia tem duas jurisprudências paralelas para julgar conflitos entre muçulmanos e entre não muçulmanos. A Sharia, muito requerida pelos homens muçulmanos, é uma constante fonte de injustiça, discriminação e insatisfação para as mulheres muçulmanas devido ao tratamento discriminatório de que são vítimas em questões de divórcio, transmissão de heranças, direito de propriedade, tutela dos filhos (em caso de divórcio), criação de negócio próprio, liberdade para viajar. Esta discriminação é profundamente sentida, de tal forma que, nesses países, as próprias mulheres dizem que “numa disputa em tribunal entre um homem e uma mulher, o perdedor é sempre a mulher”.
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3 e 4 – Wahabismo, movimento político-religioso, de tendência puritana, dos muçulmanos árabes, portanto Sunitas. Surgiu na Arábia no Sec. XVIII da Era Cristã por acção do teólogo árabe Muhammed ibn Abd al-Wahhab (1703-1787), natural da cidade de Najd que, nas suas pregações e textos, incitava os crentes a regressarem à pureza e genuinidade do Islão ensinado pelo Profeta e a rejeitarem todas as acreções que a tinham corrompido e distorcido – superstições, falsas crenças, idolatria, práticas demoníacas e regimes políticos que as alimentavam e as encorajavam. Entre os seus convertidos, estava o chefe beduíno Muhammed ibn al-Saud, Emmir de Dariyya em Najd. De acordo com alguma narrativas, Muhammed ibn al-Wahhab instruia os seus convertidos nas suas doutrinas e no manejo de armas de fogo. A partir de meados do Sec XVIII (da Era Cristã), estes novos guerreiros do Islão, guiados pela habilidade militar de ibn al-Saud (pronuncia-se ál-Saúd) e inspirados pelos ensinamentos religiosos de Ibn Abd al-Wahhab, conquistaram a maior parte da Península Arábica e ameaçaram as fronteiras da Síria e do Iraque, na época integrados no Império Otomano. A sua luta para purificar a fé foi, na época, comparada à ascensão e expansão original do Islão nos dias do Profeta e dos seus imediatos sucessores. Muhammed ibn al-Saud fez alianças com os chefes tribais para consolidar o seu domínio sobre os territórios conquistados. Essas alianças eram formalizadas com casamentos com as filhas ou familiares dos chefes locais, de acordo com as tradições árabes. Assim, fundou a Casa al-Saud, que hoje continua a reinar na Arábia, e adoptou o wahabismo como religião oficial do Estado, situação ainda em vigor. Quando morreu, deixou cerca de 60 descendentes directos, fruto dos muitos casamentos efectuados por conveniência política. Finalmente, em 1932 foi formalmente estabelecido o Reino da Arábia Saudita como Estado independente e soberano. O nome do país deriva do nome da família reinante, al-Saud. Devido ao elevado número de descendentes da dinastia al-Saud, existem hoje no país mais de 1500 príncipes com diferentes possibilidades de ascenderem ao trono.
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Notas complementares:
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Ayatollah (em português Aiatolah. O “h” representa um som vibrante gutural, antes ou depois da vogal de acordo com a sua localização) – Literalmente “sinal de Deus”. Título honorífico conferido pelos seus seguidores a um mujtahid, líder religioso e alta autoridade em assuntos teológicos que clarifica e explica o conteúdo da Lei Divina, a Sharia.
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Sharia – (Charia em português) lei sagrada islâmica, também chamada Lei Divina ou Lei de Deus que, por ter sido ditada directamente por Deus ao Profeta, nunca poderá ser alterada, segundo o ponto de vista dos teólogos. Apenas pode ser interpretada para se adaptar às necessidades contemporâneas. Baseada no Qurão e principalmente no Hadith (os pensamentos e ensinamentos do profeta explicados ao crente), trata de todos os aspectos da vida muçulmana e da organização da sociedade, dos direitos de propriedade, do comércio e da propriedade de escravos. O seu conteúdo é vincadamente ideológico e muito pouco religioso, embora disfarçado por alguma terminologia religiosa. É da Sharia que decorre a ideologia política que movimenta os radicais.
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Se quer ver uma boa reportagem realizada pela BBC sobre a recuperação de djihadistas detidos na Arábia e conhecer os detalhes da sua "reeducação", clique aqui.

Suspensão da democracia!...

O espectáculo dado pelo PS ao recusar ouvir Dias Loureiro e Cadilhe mostra o desnorte a que chegou a sua maioria absoluta. A cegueira política é tanta que já nem atende aos recados de Vitorino ou António Costa. Não há de facto razão que justifique a rejeição de propostas (do PCP e BE) para ouvir quem conhece bem o processo BPN…
Tal como no BCP, ouvimos Constâncio tecer loas à supervisão do Banco de Portugal (BdP), depois de (quase) toda a gente dizer e escrever que "cheirava a esturro" no BPN.
Por outro lado, Cadilhe diz que o BdP cometeu "falhas graves e prolongadas" no BPN. Mas no Parlamento só se ouviram os argumentos de Constâncio.
Ficou por ouvir - pela força dos votos do PS que decidiram suspender a democracia - a versão que sustenta o falhanço da supervisão!
Ninguém recorda uma pessoa pública manifestar interesse em ser ouvida numa comissão parlamentar e esta recusar. Até que esta maioria absoluta fez (triste) história parlamentar, recusando ouvir Loureiro, ex-deputado, ex-ministro, ex-presidente da SLN, actual Conselheiro de Estado!
Então, (disse o PS), "temos que ouvir alguém só porque quer ser ouvido"?
Então, (disse o PS), pode lá ser "os deputados terem intervenção política num caso que está em investigação judicial"?
Argumentos que, confirmando a forma como o PS encara a relação entre Parlamento e cidadãos, mostram irracionalidade primária pois a supervisão (pelo menos para já) não está sob investigação...
Argumentos que vão ser engolidos já hoje quando se votar a audição do Procurador-Geral da República, proposta pelo … PS! A única pessoa que nada saberá sobre o BPN ou a supervisão bancária, e que mesmo que soubesse nada poderia dizer, por só poder conhecer factos sob investigação ou em segredo de justiça, é a única que o PS quer ouvir!
Como prova de falta de vergonha política, aqui fica o testemunho duma cambalhota do PS que, contudo, nem sequer consegue "tapar o sol com a peneira".
Honório Novo
in JN

O exorcismo cavacal da assombração bancária...

Fernando Lopes-Graça...Dos maiores Compositores Portugueses de Música Clássica do Séc. XX...

Fernando Lopes-Graça (Tomar, 17 de Dezembro de 1906Parede, Cascais, 27 de Novembro de 1994) é considerado um dos maiores compositores portugueses do século XX.
Biografia
Nascido em Tomar a 17 de Dezembro de 1906, cidade sobre a qual escreveria que é onde «o monumento completa a paisagem; a paisagem é o quadro digno do monumento; e a luz é o elemento transfigurador e glorificador da união quase consubstancial da Natureza com a Arte.»
Apenas com 14 anos, começou a trabalhar como pianista no Cine-Teatro de Tomar, procedendo ele próprio aos "arranjos" dos trechos que interpretava, tocando peças de
Debussy e de compositores russos contemporâneos. Na época, competiam em Tomar as duas bandas rivais: Gualdim Pais e a Nabantina.
Em
1923, frequenta o Curso Superior do Conservatório de Lisboa, tendo como professores: Adriano Meira (Curso Superior de Piano), Tomás Borba (Composição) e Luís de Freitas Branco (Ciências Musicais); em 1927, frequenta a Classe de Virtuosidade, onde tem como professor o maior pianista português de todos os tempos: Mestre Vianna da Motta (antigo aluno de Liszt).
Em
1928, frequentaria também o curso de Ciências Históricas e Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa, que viria a abandonar em 1931, em protesto contra a repressão a uma greve académica.
Entretanto, funda em Tomar o semanário republicano “A Acção”.
Em
1931, conclui o Curso Superior de Composição com a mais alta classificação, concorrendo de seguida a professor do Conservatório, em piano e solfejo, o que lhe viria a ser vedado devido à sua oposição ao regime político, sendo inclusivamente preso e desterrado para Alpiarça.
Leccionaria na Academia de Música de
Coimbra, vindo a colaborar na Revista Presença, um dos esteios da poesia em Portugal.
Em
1937 ganha uma bolsa de estudo para Paris, a qual contudo lhe seria igualmente recusada por motivos políticos. Não obstante, decide partir para França por conta própria, aproveitando para ampliar os seus conhecimentos musicais, estudando Composição e Orquestração com Koechlin.
É autor de uma vasta obra literária incidente em reflexões sobre a música
portuguesa e a música do seu tempo, mas maior ainda é a sua obra musical, da qual são assinaláveis os concertos para piano e orquestra, as inúmeras obras corais de inspiração folclórica nacional, o Requiem pelas Vítimas do Fascismo (1979), o concerto para violoncelo encomendado e estreado por Rostropovich, e a vastíssima obra para piano, nomeadamente as seis sonatas que constituem um marco na história da música pianística portuguesa do século XX.
" Acordai " - Coro e Banda

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

BPN...Em nome da dignidade...

Nos últimos dias, sempre que se fala de Manuel Dias Loureiro, tenho-me lembrado de Walter Marques e António Vitorino. O primeiro deixou um Governo liderado por Mário Soares quando um familiar próximo foi envolvido num escândalo; o segundo, número dois de Guterres, saiu do Governo quando se levantaram dúvidas sobre o pagamento de sisa de uma casa sua. Saindo, um e outro ficaram com o problema para si próprios e resguardaram o Governo que integravam. Nem um nem outro precisavam de o ter feito: Walter Marques não estava acusado nem era suspeito de coisa nenhuma; Vitorino viu, bastante tempo depois, a Justiça dar-lhe razão.
Dias Loureiro não fez, com certeza, nada de ilegal no BPN e nas empresas do banco a que esteve ligado. Ele tem direito a que isto seja dito assim.
Mas está no centro de um furacão de notícias e factos pouco abonatórios: fez uma afirmação sobre um encontro com um vice--governador do Banco de Portugal e foi por ele desmentido; disse que nunca ouvira falar de ilegalidades no BPN e dias depois, na RTP, diz que se encontrou com o vice-governador para falar com ele sobre o que se dizia do banco; disse na RTP que já não tinha nada a ver com o banco desde 2005 e, de seguida, o "Correio da Manhã" descobria-lhe uma ligação até 2007.
Tudo isto são coisas que Dias Loureiro poderá desmentir e virar a seu favor. Possivelmente. Só que Dias Loureiro é conselheiro de Estado por escolha directa do presidente da República e não pode, nem por um segundo, deixar que o presidente apareça nesta história. Durante alguns dias - ignorância nossa - os jornalistas até andaram a interrogar Cavaco sobre se iria demitir Loureiro.
Finalmente, Cavaco disse que tal não lhe competia. E ontem acrescentou que não fazia julgamentos. Obviamente.
Mas, sendo Dias Loureiro um homem de entendimento certamente fácil, que mais é preciso para que perceba que tem de se afastar? Não o fazendo, o normal é que nos interroguemos e o interroguemos sobre porque não se afasta. Saia, em nome da (sua) dignidade.
Pertenço ao grupo numeroso dos que não vislumbram razões para Cavaco Silva ter feito a nota que fez. Ninguém o atacou. A menos que, como tem sido dito, ele conheça uma campanha para o denegrir, o que não é claro aos nossos olhos. Quando se dizia, ainda as coisas corriam bem, que o BPN era o banco do cavaquismo, isso era um elogio à competência de gente que trabalhou de perto com o ex-primeiro-ministro.
Quando, agora, se fala em cavaquistas implicados no escândalo BPN, isso poderá ser pouco simpático para Cavaco Silva mas não autoriza que se pense que ele teve qualquer intervenção e está envolvido no escândalo.
É bom que isto fique claro.
José Leite Pereira
in JN

Fausto...Cantor e Compositor Português...Faz hoje 60 anos...

Fausto
Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias, também conhecido simplesmente por Fausto (Vila Franca das Naves, 26 de Novembro de 1948) é um compositor e cantor português.
Biografia
Oficialmente, Fausto nasceu em 26 de Novembro de 1948, em pleno oceano Atlântico, a bordo de um navio chamado «Pátria» que viajava de Portugal para Angola.
Foi nesta antiga colónia portuguesa que passou a infância e adolescência e começou a interessar-se por música. Filho de beirões, assimilou os ritmos africanos a que juntaria, mais tarde, os das suas origens lusas.
O primeiro grupo de que fez parte chamava-se Os Rebeldes e cultivava, naturalmente, a música pop da altura.
Em 1968, com 20 anos, fixou-se em Lisboa para iniciar os estudos universitários (é licenciado em Ciências Sócio-Políticas e frequentou um mestrado de Relações Internacionais) e foi no âmbito do movimento associativo que se revelou como cantor, aproximando-se rapidamente do movimento que já integrava então nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire ou Vieira da Silva – juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio – e que teve um importante papel político e cultural na resistência aos últimos anos do fascismo e no processo revolucionário iniciado com o 25 de Abril de 1974.
É impossível dissociar o seu nome de discos tão fundamentais da música portuguesa contemporânea como «Por Este Rio Acima», «O Despertar dos Alquimistas», «Para Além das Cordilheiras», «A Preto e Branco» ou «Crónicas da Terra Ardente».
Com Fausto, é toda uma viagem pelo universo dos sons, da memória colectiva, do sentir mais profundo que nos une enquanto comunidade(s).
Com 12 discos gravados desde 1970 (dez de originais, uma colectânea regravada e um disco ao vivo), Fausto é presentemente um dos mais importantes nomes da música em geral e da música popular portuguesa em particular.
E é, sobretudo, um inquestionável grande poeta da música.
(de Al-Tambur)
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Parabéns Fausto

E Deus criou Homem...

DEUS CRIOU O BURRO E DISSE:*
*Serás Burro, Trabalharás incansavelmente de sol a sol, carregando fardo nos lombos. Comerás capim , não terás inteligência alguma, viverás 60 ANOS.*
*SERÁS BURRO* *
* *O BURRO RESPONDEU:*
*'Serei Burro, mas viver 60 ANOS é muito, Senhor Dá-me apenas 30 ANOS'* *
Deus lhe deu 30 ANOS.* * *
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*DEUS CRIOU O CACHORRO E DISSE:*
*'Serás Cachorro, vigiarás a casa dos homens e serás seu melhor amigo. Comerás os ossos que ele te jogar, viverás 20 ANOS.*
*SERÁS CACHORRO'.* *
* *O CACHORRO RESPONDEU:*
*'Senhor, comerei ossos, mas viver 20 ANOS é muito, Senhor. Dá-me 10 ANOS.*
*Deus lhe deu 10 ANOS.* *
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**DEUS CRIOU O MACACO E DISSE:
* *' Serás Macaco, pularás de galho em galho, fazendo macaquices, serás divertido e viverás 20 ANOS.*
*'SERÁS MACACO'.* *
* *O MACACO RESPONDEU:*
*' Senhor, farei macaquices engraçadas, mas viver 20 ANOS é muito, Dá-me apenas 10 ANOS. '* *Deus lhe deu 10 ANOS* * *
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*DEUS CRIOU O HOMEM E DISSE:*
*'Serás homem, o único ser racional sobre a face da Terra, usarás tua inteligência para te sobrepores aos demais animais e à Natureza. Dominarás o Mundo e viverás 30 ANOS.* *
* *O HOMEM RESPONDEU:*
*'Senhor, serei Homem o mais inteligente dos animais, mas viver 30 ANOS é muito pouco, Senhor Dá-me os 30 ANOS que o BURRO rejeitou, os 10 ANOS que o CACHORRO não quis e também os 10 ANOS que o MACACO dispensou.* *
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.* *E ASSIM DEUS FEZ O HOMEM...*
*Está bem... Viverás 30 ANOS como homem. Casarás e passarás a viver 30 ANOS como BURRO, trabalhando para pagar as contas e carregando fardos. *
*Serás aposentado pelo INSS, viverás 10 ANOS como CACHORRO, vigiando a casa.
E depois ficarás velho e viverás mais 10 ANOS como MACACO , pulando de casa em casa, de um filho para outro, fazendo macaquices para divertir os NETOS....*

Augusto Gil...Foi um Poeta Português...


Augusto Gil
Augusto César Ferreira Gil ((Lordelo do Ouro, 31 de julho de 1873 - Lisboa, 26 de novembro de 1929) foi um advogado e poeta português.
Estudou inicialmente na Guarda, de onde os pais eram oriundos, e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra.
Começou a exercer advocacia em Lisboa, tornando-se mais tarde director-geral das Belas-Artes. Na sua poesia notam-se influências do Parnasianismo e do Simbolismo.
Influenciado pelo lirismo de António Nobre, a sua poesia insere-se numa perspectiva neo-romântica nacionalista.
Obras poéticas: Musa Cérula (1894), Versos (1898), Luar de Janeiro (1909), O Canto da Cigarra (1910), Sombra de Fumo (1915), O Craveiro da Janela (1920), Avena Rústica (1927) e Rosas desta Manhã (1930). Crónicas: Gente de Palmo e Meio (1913).
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Poema
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Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
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É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
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Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, não é gente,
nem é vento com certeza.
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Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
- Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
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Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
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Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
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E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
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Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
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E uma infinita tristeza,
uma funda turbação entra em mim,
fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
- e cai no meu coração

terça-feira, 25 de novembro de 2008

UM EXORCISTA PARA A SEDE DO PSD, POR FAVOR...

Manuela Ferreira Leite, 2 de Julho de 2008: "A família tem por objectivo a procriação."
Manuela Ferreira Leite, 1 de Novembro de 2008: "As grandes obras públicas só ajudam a combater o desemprego de Cabo Verde e da Ucrânia."
Manuela Ferreira Leite, 12 de Novembro de 2008: "Não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite."
Manuela Ferreira Leite, 17 de Novembro de 2008: "Não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia."
Como diria o engenheiro Guterres, é fazer as contas: só nos últimos 15 dias, Manuela Ferreira Leite proferiu três frases incompatíveis com um mínimo de sentido de Estado, já para não dizer de flagrante incómodo com as mais elementares regras democráticas.
Sobre todos esses temas, o PSD veio depois esclarecer que aquilo que foi dito não era aquilo que Manuela Ferreira Leite queria dizer. Donde se conclui que Manuela Ferreira Leite teria grandes vantagens em se fazer acompanhar por um tradutor, de forma a solucionar o irritante desfasamento entre o seu cérebro e as suas cordas vocais.
Manifestamente - atrever-me-ia mesmo a dizer "felizmente" -, o seu pensamento não coincide com as palavras que lhe saem da boca. Dir-me-ão: mas onde está o seu sentido de humor, meu caro? Já não se pode ser irónico nesta terra? Poder, pode. Mas eu acho tão natural em Manuela Ferreira Leite o uso da ironia quanto o uso da minissaia. Não, aquilo não foi bem ironia. Aliás, aquilo nem sequer foi uma gafe. A gafe, por definição, é uma ocorrência rara. Quando deixa de ser rara, deixa de ser gafe.
O que Manuela Ferreira Leite tem, afinal, é uma segunda natureza com uma inesperada propensão para o desastre, o que é tanto mais surpreendente quanto a sua imagem pública era de rigor, ascetismo, medição calculada das intervenções.É por isso que a actual líder do PSD está a atingir níveis olímpicos de desilusão: a diferença entre aquilo que dela se esperava e aquilo que dela se está a ter é gigantesca.
De Pedro Santana Lopes, nunca ninguém esperou muito. De Luís Filipe Menezes, ninguém espera nada.
Mas Manuela Ferreira Leite era um caso diferente: vinha alcandorada de referência moral do PSD, de regeneradora da seriedade perdida, de férrea combatente do caos. Pacheco Pereira jurou pela biblioteca da Marmeleira que ela é que era.
E, vai-se a ver, Manuela Ferreira Leite não só sucumbe ao velho cálculo político (a tentativa de moralização das listas iniciada por Marques Mendes já é uma miragem) como é um susto cada vez que abre a boca. Pobre PSD.
Alguém envie um exorcista para a São Caetano à Lapa, se faz favor.
João Miguel Tavares
in DN

Cavaco e o "caso BPN"...

O presidente da República tentou esclarecer, ontem, o contéudo da inédita nota oficial que fez emitir no domingo, na qual se demarca de qualquer ligação ao famigerado Banco Português de Negócios (BPN). Cavaco Silva diz não poder "pactuar com insinuações e mentiras que possam pôr em causa" o seu "bom nome". "E, quando isso é assim, eu não posso deixar de reagir.
O presidente da República tem de ser uma referência de seriedade para toda a população, e as nossas indicações recolhidas na Presidência da República eram muito, muito claras", acrescentou o chefe de Estado.
O caso é, portanto, bastante sério: na opinião do chefe de Estado, estava (está?) em curso uma espécie de campanha que, através de insinuações malévolas e mentiras várias, o visa atingir e à sua família. Cavaco Silva não explicou de onde vêm umas e outras, mas o facto de, na referida nota, ter, por exemplo, descido ao pormenor de nos dizer quantas contas tem e em que bancos as tem é revelador do grau de transparência que decidiu usar antes que os salpicos do "caso BPN" o possam eventualmente atingir.
A verdade é que, desde que o "caso BPN" estourou, foi dito e redito em todos os órgãos de comunicação social que alguns dos responsáveis do banco estiveram em governos liderados por Cavaco Silva. Isso é um facto indesmentível. Mas daí não pode deduzir-se nada mais.
Acontece que Cavaco nos diz outra coisa: diz-nos que à Presidência chegaram "indicações muito, muito claras" de que, por causa disso, o chefe de Estado estaria a ser envolvido numa espécie de "cabala" que a alguém terá que aproveitar.
Junte-se a delicada situação política do conselheiro de Estado Dias Loureiro e temos o caldo quase entornado. Por isso o presidente decidiu antecipar-se, para se defender. E para mostrar que está atento a todos os movimentos.
O ponto está em saber a quem aproveita a eventual "cabala". Há dias, Marco António Costa, presidente da distrital do PSD do Porto, e Pedro Passos Coelho deram a entender que o "caso BPN" estaria prestes a ser usado, supostamente pelo PS, como uma forma de questionar os anos dourados e a memória do "cavaquismo".
É uma tese. Só não se percebe muito bem o que ganhariam, nesta altura, o PS e mesmo o Governo com a criação de um sério conflito com o presidente da República.
A comissão de inquérito que aí vem - e que os socialistas começaram, convenientemente, por recusar - pode ajudar a lançar alguma luz sobre este caso, que ameaça tornar-se politicamente bicudo.
Uma coisa é certa: se as dúvidas começarem a crescer, Cavaco Silva tem a obrigação de nos dizer quais são as "indicações claras" de que dispõe. Para ficarmos a saber quem é que anda a tentar tramar quem.
Paulo Ferreira
in JN

Objectos...O que eles se dizem...

Eça de Queirós; Escritor Português do Séc. XIX

José Maria de Eça de Queirós (Póvoa de Varzim, 25 de Novembro de 1845Paris, 16 de Agosto de 1900) é por muitos considerado o melhor escritor realista português do século XIX. Foi autor, entre outros romances de importância reconhecida, de Os Maias e O crime do Padre Amaro.
Biografia
Estudou no Colégio da Lapa, na cidade do Porto até o seu ingresso na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1861. Tratava-se de um momento em que a Universidade fervilhava e seus vários de seus colegas de curso também alcançaram destaque na inteligência portuguesa da época, como Teófilo Braga e Antero de Quental.
Nessa época publicará seus primeiros textos, num total de dez artigos que serão reunidos em "Prosas Bárbaras".
Iniciou a carreira de advogado em Évora, em 1867, mas logo seguiu para Lisboa, onde colaborou na redação de "A Gazeta de Portugal" e integrou os debates literários que se intitularam "Cenáculo".
Em 1871, participou das Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense, com uma palestra intitulada "A Nova Literatura ou o Realismo como expressão de Arte".
Ingressando na carreira diplomática em 1870, serviu em Havana, Bristol (Inglaterra) e finalmente em Paris, onde se casou e pôde se dedicar com maior empenho à literatura.
Datam da década de 70 as obras que iriam consagrá-lo, como "O Crime do Padre Amaro" (1875) e "O Primo Basílio" (1878), mas grandes obras foram escritas também nas décadas seguintes, como "A Relíquia" (1887), "Os Maias" (1888) e "A Ilustre Casa de Ramires"; 1900.
Além disso, postumamente, vieram a público outras obras, entre as quais "A Cidade e as Serras" (1921), "Alves & Cia. (1925) e "A Tragédia da Rua das Flores" que, a pedido do autor, só foi publicado 80 anos após a sua morte.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

BELEZAS DE PORTUGAL

Clique na imagem para ampliar.
Cabo Raso, junto ao farol do

mesmo nome, ao entardecer;

Guincho, Cascais.

À distância, à direita, o farol

do Cabo da Roca.

Fotografia de Simões Valentim.

SINAIS DO TEMPO

O Dr. Dias Loureiro queria mesmo ir dizer com solenidade à Assembleia da República o que disse com solenidade e com um arzinho macilento à RTP? Queria mesmo explicar que “não sabia”, que lhe disseram, que ele, coitado, ia acreditando e que “não achava nada”? Queria mesmo confidenciar aos srs. Deputados que prevenira o Banco de Portugal, um ponto essencial que, segundo o Expresso, nem António Marta nem Vítor Constâncio confirmam? Onde se meteu o senso deste conselheiro de Estado e, já agora, o senso da gente que se espantou por o PS ter impedido um exercício absurdo e fora de toda a tradição parlamentar?
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E, por falar de senso, onde está a cabeça do PSD, quando a menos de um ano de eleições volta a falar em mudar de chefe, por causa de meia dúzia de gaffes da dra. Ferreira Leite e do habitual desconsolo com o resultado das sondagens? Não a elegeu há seis meses? Pensa seriamente que ainda consegue descobrir num canto obscuro do partido um salvador chegado direitinho do Céu? Ou que esse salvador é um jovem maravilha que não se cansa de comer febras de porco e, na vida civil, se chama Pedro Passos Coelho? Ou talvez, nunca se sabe, o célebre “Mourinho de Cavaco”, Alexandre Relvas, que passaria a “Mourinho do PSD”? Ou até, apesar da sua púdica recusa, o mágico Marcelo, sempre suspeito de puxar os cordelinhos por detrás da cortina?
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E onde pára a tão gabada habilidade do governo? Na fulminante nacionalização do BPN, com que o Estado – pela Caixa – em poucos dias gastou galhardamente mil milhões de euros do contribuinte (contra os 400 que Cadilhe lhe pedira)? Na ideia de fazer dos bancos denunciantes, para bem do défice e glória de Sócrates? Na proibição judiciosa de dar o horroroso nome de “estagnação” a um crescimento de 0,1%? Num Conselho de Ministros formal e extraordinário sobre a avaliação de professores, que era inútil muito antes de começar? Ou na “estratégia” de “isolar os sindicatos”, como se os problemas desaparecessem com eles?
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Uma pessoa abre o jornal ou liga a televisão e revê, pasmado, a velha propaganda antidemocrática de 1930. Umas vezes, subtil; outras vezes, muito taxativa e franca. Umas vezes nostálgica, outras vezes, quase triunfante. A miséria geral e a perspectiva de uma miséria maior, a fraqueza do regime e uma irritação crescente anunciam o caos. Manifestamente, a bota deixou de rimar com a perdigota.
Vasco Pulido Valente, in Público