terça-feira, 31 de março de 2009

Mais um criminoso de guerra protegido


Omar Al-Bashir

Triste unanimidade na Liga Árabe

Omar Al-Bashir não pode queixar-se: os seus "irmãos'"da Liga Árabe apoiaram-no totalmente no seu desafio à decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI). Esta organização internacional, com sede em Haia, emitiu no início do mês um mandado de captura contra o Presidente do Sudão, por "crimes de guerra e crimes contra a humanidade". Em causa, o conflito na região do Darfur que já fez milhares de mortos.
Ontem, os responsáveis de 17 dos 22 membros da organização pan-árabe reuniram-se em Doha, capital do Qatar, e - numa das cimeiras mais curtas da sua história - recusaram a entrega de Al-Bashir ao TPI. Decisão que foi unânime. Sinal de uma unidade árabe, normalmente inexistente. Aliás, de que deram também prova, momentos antes do encerrar da cimeira: o líder líbio, Muammar Kadhafi, invectivou o Rei Abdullah da Arábia Saudita, mas tudo se compôs, e Kadhafi e Abdullah puseram termo a um diferendo de cinco anos.
Presente em tudo esteve Al-Bashir. O homem que criticou a ONU mesmo em presença do seu secretário-geral, Ban Ki-moon, e que recusou aceitar o seu pedido: não expulsar as organizações governamentais que ajudam os desfavorecidos sudaneses.
E, no final do dia, a unanimidade na sua defesa. Por uma razão simples e óbvia: não se trata tanto de desafiar o TPI, mas de evitar um precedente que se pode voltar contra muitos dirigentes da Liga Árabe, em que as democracias e os direitos humanos pecam pela ausência.

In Editorial do DN


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