sábado, 28 de fevereiro de 2009

COMPUTADORES DOS PROCURADORES


O computador de um dos procuradores titulares do “caso Freeport” foi alvo de pirataria, tendo sido infiltrado por um ficheiro vírus tipo “cavalo de Tróia”, que permite aceder remotamente à memória dos computadores, ler, copiar e reenviar ficheiros para um endereço pré-definido, segundo noticia o semanário Sol na sua edição de hoje.
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Será mesmo verdade? Parece-me difícil acreditar nesta informação veiculada pelo Sol. Temos de seguir este assunto com atenção.

HAJA VERGONHA

É óbvio que o que caracteriza um político profissional é a qualidade inimitável para dizer uma coisa e fazer o seu oposto. Ou a inversa, pois para um político não há diferença entre uma e outra. É uma “qualidade” que (alguns?) praticam com tanto zelo, com tanta ligeireza e tão repetidamente que parece quererem convencer-nos que se trata de uma virtude, pois continuam com a mesma cara como se as palavras contradição, vergonha e decência não existissem.
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Isto vem a propósito das palavras proferidas pelo primeiro a apelar à “ética democrática” e considerar que “há um combate decisivo a travar pela decência na vida democrática”, e outras de teor semelhante.
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Penso que tais afirmações lhe ficam muito mal e só o diminuem, pois põem a nu as suas (dele) contradições e a vergonha que ele deveria ter.
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Este primeiro, que se tem especializado em trafulhices nos mais variados domínios, entre a mentira óbvia (Orçamento de 2009, estudo da “OCDE”) e as nebulosas mal esclarecidas (licenciatura, projectos de engenharia civil, etc.), vem falar em “ética” e "decência". Este primeiro não percebe que, para a maioria dos portugueses, ele é a última pessoa que pode invocar tais preceitos. Até onde vai o descaramento desta personagem? Aliás, o descaramento é, em si mesmo, um sinal da falta de ética e de decência.

FRASES


Colecção de frases e algumas "bocas" retiradas dos jornais das últimas 3 semanas. Há-as para todos os gostos. Algumas dão vontade de rir, outras levam-nos às lágrimas pelo que reflectem da triste realidade política do Portugalete:
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É tempo de não olhar apenas para as crises financeira e económica. Por via destas, a crise social assume lastros incalculáveis.
Paquete de Oliveira, Jornal de Notícias.
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Portugal deve estar entre os poucos países do mundo em que um acto de corrupção é punido como uma multa de trânsito.
Gonçalo Bordalo Pinheiro, Sábado.
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Quando um alegado caso de corrupção política aparece nos jornais ou nas televisões, a verdade pouco importa.
Nuno Garoupa, Jornal de Negócios.
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O poder tribunício dos media constitui uma das suas mais importantes funções. […] A democracia não contou, na sua génese, com o fenómeno perverso da mediatização da classe política.
Maria José Nogueira Pinto, Diário de Notícias.
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Os que acham que a Igreja Católica não tem o direito de manifestar a sua opinião, de influenciar os políticos, os legisladores, os educadores, pretendem ficar sozinhos no campo de influenciar a sociedade.
D. Carlos Azevedo, Correio da Manhã.
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Os portugueses gostam de condenar a corrupção em voz alta mas poucos extraem daí consequências políticas.
Carlos Abreu Amorim, Correio da Manhã.
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Não fazem falta pactos artificiais de regime. Faz falta clareza e verdade.
António José Teixeira, Diário Económico.
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Há um círculo vicioso de corrupção e impunidade em Portugal.
Fernando Sobral, Jornal de Negócios.
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Não se pode enriquecer na vida pública. […] A aquisição de fortunas durante o exercício de cargos públicos é matéria de escândalo e deveria ser matéria de justiça.
José Pacheco Pereira, Sábado.
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O tempo dos media não é o tempo da Justiça. […] Os jornalistas não são polícias nem juízes. Cabe-lhes o papel de denunciar, nunca de julgar. Mas nem sempre são capazes de separar uma função da outra. Pior: deixam por vezes campo aberto a julgamentos populares.
Paulo Martins, Jornal de Notícias.
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O país anda embrulhado em sucessivos escândalos bancários. […] Onde está o dinheiro? O país tem o direito de saber e o Governo tem o dever de informar.
Francisco Louça, 24 Horas.
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Não há nada tão elevado como a moral e nada tão perigoso como os moralistas.
João Paulo Guerra, Diário Económico.
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Fui a primeira pessoa a falar da crise.
Manuela Ferreira Leite, Correio da Manhã.
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Só sairemos verdadeiramente da crise com sangue, suor e lágrimas. Quando os batoteiros forem afastados, os criminosos postos na prisão e o paradigma económico alterado de cima para baixo.
Miguel Sousa Tavares, Expresso.
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Na senda da crise económica está a chegar a crise da própria democracia.
Vicente Jorge Silva, Sol.
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Em Portugal, pela boca morre o peixe, que é o mesmo que dizer que só é condenado quem falar demais.
Pedro Tadeu, 24 Horas.
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É Portugal, ninguém leva a mal. O Carnaval, agora, dura o ano inteiro.
Mário Ramires, Sol.
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O PS está muito mais próximo do PSD de Sá Carneiro do que do actual PSD.
José Miguel Júdice, Semanário Económico.
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A globalização financeira gerou um monstro internacional que nenhum país consegue domesticar. […] A sua fúria cega alimenta uma frustração generalizada que, a prazo, pode pôr tudo em causa: os regimes políticos, os partidos, os consensos sociais e até, quem sabe, as próprias democracias.
Domingos Amaral, Correio da Manhã.
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Aos políticos, mentir compensa. Até pode render indemnização.
Joaquim Letria, 24 Horas.
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Ao entrar no território de César, a Igreja admite disputar um jogo que não é o seu. Trata-se de uma questão de legitimidade(s).
Paulo Martins, Jornal de Notícias.
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E Igreja ainda não descobriu a melhor maneira de passar a sua mensagem através da comunicação social.
Aura Miguel, Diário Económico.
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Enquanto não sair do passado, a Igreja não é ouvida no presente nem no futuro.
Manuel Villas Boas, Diário Económico.
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Não entendo quais os motivos que levam alguém – homossexual ou heterossexual – a desejar o casamento.
Maria Filomena Mónica, Diário Económico (ganda “boca”).

Tiro ao alvo


Vital Moreira encabeça lista às europeias do PS

A comunicação social, que cobre em directo o congresso do PS, acaba de revelar um dos tabus que 'animavam' este conclave em torno do já plebiscitado secretário-geral. Nas tais directas em que só votaram 30% dos militantes, entre os quais, noventa e muitos por cento consagraram o seu líder.
Esta 'vitória' foi proclamada pela propaganda "socialista" como a consagração do líder dos líderes, do governante que Portugal aguarda desde que Dom Sebastião desapareceu nas brumas mouriscas e, finalmente, renasceu numa manhã de nevoeiro. Falta-lhe o cavalo branco da lenda? Enfim, não se pode ter tudo (nem acredito que a criatura distinga um estribo das rédeas necessárias para montar, a passo, a trote ou a galope); mas não lhe falta uma trupe de asnos que o escoltam e afirmam que, finalmente, o nosso País tem no governo um estadista. Entre a trupe, não faltam notórios corruptos a contas com a Justiça fragilizada por falta de recursos materiais e humanos, e sujeita a todo o tipo de pressões e chantagens. Por exemplo, que é feito do segredo de Justiça, legalmente imposto, mas permanente e diariamente violado sem quaisquer consequências para quem o divulga na comunicação social?

Nestas circunstâncias, não me espanta que o primeiro-ministro só tenha conseguido convencer Vital Moreira a encabeçar a lista socialista concorrente às eleições europeias. Nomes sonoros e com experiência internacional - mais adequados a essa função - não faltam entre alguns dirigentes do PS que Sócrates lidera. Será que todos lhe deram tampa? É que Vital Moreira, além de respeitado professor de direito constitucional em Coimbra, ex-militante do PCP e deputado à Constituinte por esse partido (que abandonou para se tornar apoiante do PS), não tem a mínima experiência governamental, muito em particular a nível internacional. Salvo, talvez, alguma referência que Leonid Breznhev dele tivesse na extinta União Soviética... parecem-me credenciais insuficientes e até contraproducentes para apresentar na (também desacreditada e falida) União Europeia.

Mas se tal não bastasse para compreendermos o descrédito em que José Sócrates já caiu - excepto entre os boys a quem vai prometendo que lhes garante emprego (à custa dos nossos impostos), se conseguirem propaganda suficiente para o reconduzir no executivo - o mais surpreendente, ou melhor, o mais claro, é este facto:

O PS DE SÓCRATES ELEGEU COMO INIMIGO PRINCIPAL O BLOCO DE ESQUERDA!

Todos os oradores que hoje subiram à tribuna no conclave socrático de Espinho, mais não fizeram do que malhar - como o tal ministro Santos Silva gosta de fazer - no Bloco de Esquerda. Das calúnias aos insultos soezes (tal como parasitas) não faltaram dirigentes deste PS a dedicarem as sua intervenções em ataques ao BE.

Mais do que curioso, é sintomático que tais criaturas não hajam perdido tempo com o chamado "maior partido da oposição" e respectivo aliado do último governo PSD/CDS-PP, presidido pelo fugão Durão Barroso, seguido pelo trapalhão Santana Lopes.

Em minha opinião, José Sócrates já percebeu que os portugueses não são tão estúpidos como ele pensava e, portanto, não voltará a obter outra maioria absoluta.

Também já compreendeu - talvez devido aos conhecimentos adquiridos em inglês técnico - que a sua derrota vai ser provocada pelo eleitorado de esquerda. E, esta, além dos votos fiéis no PCP, principalmente pela credibilidade que o BE adquiriu ao longo da oposição que lhe fez durante esta legislatura, e se traduzirá num aumento notório do respectivo grupo parlamentar.

Por isso, Sócrates evita criticar Manuela Ferreira Leite ou Paulo Portas. à espera, é claro, que algum ou os dois, o ajudem a manter-se no poder... do centrão que tem conduzido Portugal à ruína desde que, 35 anos após o 25 de Abril, só PS, PPD/PSD e CDS/PP têm governado e ocupado a presidência da República

A mãe de todas as anedotas - Sócrates candidato pela decência

Nada como começar o dia a rir até às lágrimas!!!!

O actual primeiro-ministro anunciou hoje que se recandidata nas próximas eleições legislativas "em nome de valores éticos e da decência na vida democrática".

Na abertura do XVI Congresso Nacional do PS, em Espinho, José Sócrates anunciou a sua recandidatura a primeiro-ministro sob o argumento de que "não podemos deixar que vençam aqueles que fazem política com base na calúnia e nos ataques pessoais". O Secretário-Geral do PS afirmou ainda que a sua recandidatura será feita em nome da responsabilidade política, para se submeter ao julgamento dos portugueses o trabalho do Governo.

Em relação ao caso Freeport, Sócrates adiantou: "Não viro a cara, nem temo esse julgamento. Quero defender o trabalho do Governo nesta legislatura e confio no julgamento dos portugueses".

No discurso, que durou 50 minutos, o actual primeiro-ministro apelou ainda ao voto dos seus companheiros de partido para que a vitória seja socialista e por maioria absoluta.

posted by Francisco Trindade @ 15:17 links to this post
In ANOVIS ANOPHELIS

Congresso do PS, Freeport e as campanhas...

Tinha de ser. Num dia em que Charles Smith voltou a ser ouvido pelas autoridades, José Sócrates entrou a matar com o caso Freeport. O povo socialista e o outro povo ficaram a saber que o secretário-geral do PS se candidata para impor a decência na vida democrática. Triste sina. Este foi o pontapé de saída de um congresso que começou de forma estranha.
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Com a sala meio vazia, triste, que nem deu pela entrada do grande líder. Mas pronto. Não houve música – mas Sócrates não deixou de malhar à esquerda e à direita, mania que começa a ser compartilhada por muitos socialistas.
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Se o discurso de abertura de José Sócrates fizer escola e o povo socialista responder de forma solidária, então o XVI Congresso pode muito bem ser o congresso das campanhas-negras, das calúnias, das infâmias, das difamações – e, já agora, da caça às bruxas que têm a coragem de pôr os dedos nas feridas de um político que se julga dono absoluto não só dos socialistas – o que é verdade –, como do País, o que começa a ser uma triste realidade.
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Resta saber se o Portugal que está em Espinho sabe que lá fora o desemprego dispara e o desespero aumenta em muitas famílias.
Decência seria Sócrates ter falado disso, das vidas negras de muitos portugueses.
António Ribeiro Ferreira
in CM

Protesto leva ministra a cancelar visita...

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, cancelou a visita, prevista para hoje, a Santa Comba Dão, onde deveria inaugurar o Conservatório de Música e Artes do Dão, depois de o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) ter anunciado que iria manifestar-se no local contra a política educativa.
"Se ela não vem nós também não estaremos lá", disse Francisco Almeida, do SPRC.
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Entretanto, a TVI noticiou que a ministra pode ter de pagar um valor equivalente a 10% do salário mínimo por cada dia de incumprimento de uma decisão judicial, após acção movida por um grupo de professores da escola Secundária João de Araújo Correia, em Peso da Régua, que contestaram as eleições para o conselho executivo.
in CM
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Eles falam, falam, mas têm medo...
É preciso apertá-los...
O engenheiro, que dizia que as manifestações eram a festa da democracia, mudou de discurso e agora são os perigosos comunistas a destabilizar...
É preciso não desmobilizar...cada dia tem que ser de luta, até correr com eles...

Carnaval amordaçado!...

É cada vez mais difícil descortinar onde é que o Ministério da Educação pode chegar quanto a autoritarismo e arbitrariedade.
Em Paredes de Coura espezinhou literalmente a autonomia escolar com uma intervenção repressora de mandantes de Lurdes Rodrigues. Foi apenas mais um exemplo da prepotência como os professores são tratados pelo Governo Sócrates!
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Supõe-se que a autonomia das escolas lhes deveria conferir capacidade para planear actividades e adaptá-las ao evoluir do ano lectivo e suas incidências. Assim será, mas só se não contrariarem a Ministra e os seus big-brothers regionais. Caso contrário, cala-se a boca aos professores, revogam-se decisões escolares legítimas, impõem-se tarefas mesmo que fora das obrigações profissionais ou quiçá dos horários de trabalho. Sempre com a ameaça de retaliações, é claro…
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José Sócrates e Lurdes Rodrigues já não se limitam a impor teias burocráticas que atafulham a vida e o desempenho dos professores, e que tem levado à desistência milhares de profissionais com experiência e ainda muito saber para transmitir.
Sócrates e Lurdes Rodrigues (bem como alguns mandantes regionais) parecem agora empenhados numa saga que dobre a espinha e silencie todos os que lhes contrariem os intentos de dar uma falsa imagem cor-de-rosa da Educação em Portugal. Basta ver o ar crispado e contidamente agressivo com que o primeiro-ministro continua a gracejar com o famoso Magalhães! Basta lembrar o descaramento com que anunciam querer colocar à borla professores reformados nas escolas! Basta conhecer as tentativas para que os Conselhos Executivos "revelem superiormente" como pensam tratar quem não entregue objectivos para avaliação.
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Parece uma vingança sobre uma classe profissional que reage e luta contra os planos do Governo para mercantilizar a escola pública. A denúncia veio desta vez com trajes negros e mordaças. Mas a resposta final tem que ser dada em Outubro, correndo de vez com esta política.
Honório Novo
in JN

Dois Treinadores...Dois Estilos...


Montaigne...Filósofo Humanista Francês do séc.XVI...

Michel Eyquem de Montaigne (28 de Fevereiro de 1533, château de Montaigne, no Périgord - 13 de Setembro de 1592, no mesmo lugar), escritor e ensaista francês, considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal.
Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objecto de estudo. É considerado um céptico e humanista.
Biografia e Pensamento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Eyguem_de_Montaigne

A experiência

A experiência é como uma longa barba, não se pode comprar...
(provérbio chinês)

O Rei vai nu

Todos conhecem a história: dois indivíduos fazendo-se passar por alfaiates prometem ao Rei criar o fato mais extraordinário alguma vez visto. O fato é tão belo que os tolos serão incapazes de o ver. Os alfaiates alegam necessitar de ouro, prata, diamantes e outras joias para produzir o fato, mas trabalham sem usar qualquer material. Os conselheiros do Rei ou membros do governo que os vêem a trabalhar sem usar qualquer tecido ou material, têm medo de passar por tolos por não ver tecido nenhum. Alguns deles mentem deliberadamente dizendo que o vestido é deslumbrante; enquanto outros se enganam a si próprios e começam a imaginar as belas cores e formas do fato, tomando-as como reais.
Quando os indivíduos apresentam ao Rei o fato, afirmando estar completo, o Rei também não vê nada. Mas por medo de parecer tolo diante de toda a sua corte que via o fato com clareza, afirma vê-lo e considerá-lo extraordinariamente belo.
O Rei decide então desfilar na rua com o alegado fato vestido. Ninguém quer reconhecer que está a ver o Rei nu, pois sabe que isso será visto como uma limitação da sua parte. Uma criancinha não liga a este problema e diz clarmente que o Rei vai nu.

No conto de Hans Christian Andersen as pessoas reconhecem então o óbvio: tinham sido enganadas - a criança tem razão.
Mas logo da primeira vez que ouvi esta história sempre achei esta última parte muito pouco plausível. Ainda me lembro, quando era eu próprio uma criança, de perguntar «mas então porque é que eles não pensam apenas que a criança é tola?»

A verdade é que quem protege uma crença ao ponto de imaginar um fato que não existe não vai reconsiderar apenas porque uma criança não partilha de tal crença - a explicação dada pelos alfaiates seria mais do que suficiente para que o episódio não constituisse qualquer problema.
Aquilo que me pareceria plausível, face a tal situação, é que todos aqueles que alegassem ver o fato do Rei o continuassem a fazer. Rir-se-iam um pouco das limitações da criança e o Rei continuaria o seu caminho - nu.

Nem o facto dos conselheiros e ministros verem cores e formas diferentes no fato tinha desmotivado a crença geral na beleza do mesmo. Não seria aquela criança que o faria.


E até tenho um bom exemplo: a religião.
O clero alega que existe um Deus que responde às orações, mas tudo indica que nenhum Deus responde a qualquer prece. Todos os efeitos que as pessoas alegam advir das orações poderiam acontecer sem as mesmas, e não acontecem com mais frequência com quem reza.
A verdade é essa: o cancro não poupa mais os crentes do que os ateus, nem nenhuma doença conhecida. Na verdade já se sabe que rezar por um doente não tem qualquer efeito na probabilidade deste se curar.
O mundo e a vida tem coisas maravilhosas e coisas terríveis, e para todas elas uma explicação natural mais convincente que qualquer explicação religiosa.

No entanto, mesmo que alguns ateus digam «estão a ver coisas que não existem e a enriquecer o clero inutilmente» - muitas pessoas encaram isso apenas como uma limitação dos ateus, que não conseguem ter acesso à «dimensão espiritual».

É como a limitação da criancinha que não conseguia ver o fato que não existia...
http://www.ateismo.net/diario/

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

AH! LEÃO, CONTO CONTIGO


Esta é dedicada a adeptos de águias e dragões, para verem o que os espera

O Despilfarro dos dinheiros da CGD...

Em comunicado distribuído esta quinta feira, uma semana depois de o BE ter levantado o problema em conferência de imprensa e no dia seguinte ao debate parlamentar em que o governo foi confrontado com a situação, a Caixa Geral de Depósitos veio apresentar explicações públicas sobre a aquisição de 10% do capital da Cimpor ao empresário Manuel Fino, por um preço superior ao valor de mercado que permitiu a Fino obter um benefício de 62 milhões de euros.
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De acordo com a explicação adiantada pela administração da CGD, a opção de pagar 4,75€ por acção, 25% acima do valor de mercado, resultou de um acordo com o empresário, que permitiria à CGD obter uma posição de controle na estrutura accionista da empresa. A CGD considera mesmo que este prémio é "inferior ao habitualmente praticado".
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Louçã considera esta explicação "absurda", uma vez que há quatro accionistas da Cimpor que, em conjunto, detêm 60% do capital da empresa, assegurando total controle das decisões da cimenteira. Esses accionistas são o BCP, a Teixeira Duarte, o grupo Lafarge e o próprio Manuel Fino, que continua a deter 10% do capital da Cimpor.
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Em discussão parlamentar na tarde desta quinta feira, o deputado do BE pediu explicações sobre o assunto a Teixeira dos Santos, acusando a Caixa Geral de Depósitos de mentir para explicar o prémio atribuído a Manuel Fino, que neste caso era o devedor e o incumpridor. No entanto, o ministro das Finanças declarou nada ter a acrescentar ao comunicado da CGD. Apesar da insistência de vários deputados nesta questão, Teixeira dos Santos manteve-se firme na recusa em dar qualquer explicação.
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O negócio entre Manuel Fino e a Cimpor veio tentar cobrir o prejuízo que resultaria do incumprimento, por parte de Manuel Fino, do pagamento de um empréstimo que havia obtido junto da CGD e que tinha como garantia a entrega de acções da empresa. Segundo Louçã, o banco público devia ter accionado essa garantia, adquirindo as acções pelo seu valor de mercado e sem pagar qualquer suposto prémio de controle.
in Esquerda.net
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O engenheiro não sabe, nem viu; Teixeira dos Santos, idem; a Caixa dá respostas esfarrapadas que não convencem ninguém...Entretanto o dinheiro dos cidadãos é distribuido às mãos-cheias num país ao Deus dará...
Isto da crise, continua e sempre a afectar os que menos têm...
LIMPEZA GERAL...PRECISA-SE...

Coisas do Arco-da-Velha...

“Esta casa não se pode fotografar”
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Os tempos vão difíceis para toda a gente e particularmente para o Governo. Anda por aí muita gente a rogar pragas ao Governo e ao primeiro-ministro José Sócrates.
Eles são os professores, os funcionários públicos, os pequeninos empresários e mesmo os médios que não chegam nem a cheirar os muitos milhões prometidos em linhas de crédito, os muitos desempregados, enfim, um rol imenso de cidadãos.
Também é verdade que o País já não é uma terra de brandos costumes. O crime violento anda à solta e nunca se sabe o que pode acontecer a qualquer momento.
Talvez por isso a segurança de José Sócrates fica toda nervosa e agitada quando alguém passa na rua Braamcamp, em Lisboa, pára em frente ao Edifício Castil, olha umas tantas vezes para as janelas e, pior ainda, faz umas fotografias ao prédio.
Aí o caldo entorna-se e os polícias de serviço lá vêm tentar identificar os cidadãos e afastá-los de uma zona que, pelos vistos, é agora de segurança máxima.
A cena passou-se com um repórter do CM e o diálogo com o PSP de serviço fala por si: 'Quem é o senhor? Sabe de quem é esta casa? É do senhor primeiro-ministro, e temos ordens superiores para não deixar ninguém tirar fotografias...' Yes!
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Porque raio não se pode fotografar a casa do nosso primeiro???...
Será para não deitar mais achas à fogueira???...
Sim, porque isto de comprar lagosta ao preço do chicharro, dá bem que pensar!!!...>

O novo Medicamento: 'HOMEM'

David (Michelangelo)
INDICAÇÕES:
Homem é recomendado para mulheres em geral. Homem é eficaz no controle do desânimo, da ansiedade, irritabilidade, mau-humor, insônia,etc....
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POSOLOGIA E MODO DE USAR:
Homem deve ser usado pelo menos três vezes por semana. Não desaparecendoos sintomas, aumente a dosagem ou procure outro. Homem é apropriado para uso externo ou interno, dependendo das necessidades da mulher.
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PRECAUÇÕES:
Mantenha longe do alcance das amigas. Manuseie com cuidado, pois o Homem explode sob pressão, principalmente quando associado a álcool etílico. É desaconselhável o uso imediatamente após as refeições.
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APRESENTAÇÃO: Mini, Midi, Plus ou Super Mega Maxi Plus
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CONDUTA DE OVERDOSE: O uso excessivo de Homem pode produzir dores nas ancas, dores abdominais, entorses, contraturas lombares, assim como ardor na região pélvica. Recomenda-se banhos de assento, repouso, e contar vantagem para a melhor amiga.
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EFEITOS COLATERAIS:
O uso inadequado de Homem, pode acarretar gravidez e acessos de ciúmes. O uso concomitante de produtos da mesma espécie pode causar enjoo,fadigacrônica e, em casos extremos, lesbianismo.
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PRAZO DE VALIDADE:
O número do lote e a data de fabricação, encontram-se no Bilhete de identidade e no cartão de crédito.
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COMPOSIÇÃO:
Água, tecidos orgânicos, ferro e vitaminas do complexo P.
Atenção: não contém SIMANCOL.
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CUIDADO:
Existem no mercado algumas marcas falsificadas, a embalagem é de excelente qualidade, mas quando desembrulhado, verifica-se que o produto não fará efeito nenhum, muito pelo contrário, o efeito é totalmente oposto, ou seja, além de não ser eficaz no tratamento das mulheres, podem agravar os sintomas e até inibindo o efeito do medicamento correto.
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INSTRUÇÕES:
1 - Ao abrir a embalagem, faça uma cara neutra: não se mostremuito empolgada com o produto. Se fica muito seguro de si, o homem não funciona bem e vive dando defeito.
2 - Guarde em local fresco (homem fedorento não dá) e seguro (não esqueça que ele é o sexo frágil).
3 - Deixe fora do alcance daquela vizinha loira e sorridente. Ela pode fazer um estrago no seu produto.
4 - Para ligar, basta uns beijinhos no pescoço pela manhã. Para desligar,providencie uma noite de sexo. Ele dorme feito uma pedra e não diz nem boa noite (falta de educação é um defeito de fábrica).
5 - Programe-o para assinar os talões de cheque sem fazer muitas perguntas.
6 - Carregue as baterias três vezes por dia: café da manhã, almoço e jantar. Mais do que isso provoca pneuzinhos indesejáveis.
7 - Em caso de defeito, algumas táticas costumam dar certo: Comece escondendo o controle remoto. Se a falha persistir, cancele o futebol do fim de semana e o chope com os amigos.Mas se o problema for grave mesmo, é preciso tratamento de choque: a única solução é greve de sexo.
8 - Coisas que ele sabe fazer bem (trocar lâmpada, abrir latas em geral, trocar pneus, carregar malas, pregar pregos na parede, trocar torneiras, chuveiros etc ) devem ser estimuladas.
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ATENÇÃO: Homem não tem garantia e todas as espécies são sujeitas a defeitos def ábrica, como deixar toalha molhada na cama, urinar na tampa da sanita, deixá-la levantada, desarrumar, espalhar as coisas,criticar, reclamar, se auto-exaltar, beber demais, comer cebola, esquecer datas de aniversário, ressonar, etc....Não existe conserto.
A solução é ir trocando até que se ache a fórmula ideal.Recentes pesquisas informam que ainda não foi INVENTADA; mas não custa tentar.
(por mail)

A Diplomacia Pinocrática no seu melhor...

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Agora sim...Já é oficial...Graças aos esforços diplomáticos de Sócrates, o Presidente dos EUA já decidiu...A Casa Branca vai ter, a partir de abril, um representante oficial do governo do Pinóquio: um Cão de Água Português...
Portugal está de parabéns. País que deu novos mundos ao mundo, faz-se agora representar ao mais alto nivel...Um Peixe, ( o cherne Barroso ), máximo na União Europeia, e agora um "Quatro Patas" no centro de decisões do mundo: a Sala Oval...
Não nos surpreenderá, devido, repetimos, à diplomacia aguerrida do governo socrático, que em breve possamos ver no Banco Central Europeu, o ex-BPN Oliveira e Costa e no FMI um esquecido Dias Loureiro
Ele não dorme...os tentáculos do polvo Pinócrates vão-se estendendo a pontos-chave do globo...

Baptista-Bastos...Jornalista e Escritor...Faz hoje 75 anos...

Armando Baptista-Bastos (Lisboa, 27 de Fevereiro de 1934), jornalista e escritor português.
Após a frequência da Escola de Artes Decorativas António Arroio e do Lycée Français Charles Lepierre, em
Lisboa, inicia a sua carreira profissional na redacção de O Século tornando-se, de seguida, subchefe de redacção de O Século Ilustrado. `
Passou, assim, pelos quadros redactoriais de O Diário, República, Europeu, Almaque, Seara Nova, Gazeta Musical e Todas as Artes, Época e Sábado.
Durante duas décadas foi jornalista no Diário Popular. Foi redactor da Agence France Press, em Lisboa. Assinou ainda várias crónicas e colunas no Jornal de Notícias, A Bola, Tempo Livre e, como crítico, colaborou com o Jornal de Letras, Artes e Ideias, o Expresso, o Jornal do Fundão,o Correio do Minho e o Diário Económico.
Fundou ainda o semanário O Ponto, periódico que registou uma série de entrevistas semanais. Na rádio leu as suas crónicas, nomeadamente na Antena 1 e na Rádio Comercial.
Actualmente é colunista do Diário de Notícias, do Jornal de Negócios e do Jornal do Fundão.
O Cinema na Polémica do Tempo foi o seu primeiro livro de ensaio, publicado em
1959. Em 1969 lançava As Palavras dos Outros.
Popularizado pela televisão, apresentou na década de
1990, Conversas Secretas na SIC.
A convite do jornal Público, realizou uma série de dezasseis entrevistas sob a designação «Onde é que você estava no 25 de Abril?», posteriormente publicadas em CD-ROM.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sócrates trapalhão...


No debate quinzenal com o primeiro-ministro, Bloco de Esquerda e PCP confrontaram José Sócrates com uma operação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que atribuiu de bandeja 62 milhões de euros ao empresário Manuel Fino.
Na altura, Manuel Fino quis vender acções da Cimpor à CGD para saldar uma dívida com o banco. Mas o banco público comprou cada acção da Cimpor na posse de Manuel Pinho por mais 25% do que cada uma delas valia.
No total, o empresário encaixou 62 milhões de euros a mais, tendo a Caixa contabilizado o mesmo valor como prejuízo. Mas, pior ainda, a Caixa deu um segundo prémio ao empresário: uma "opção de recompra" das acções que vendeu, a qualquer momento, nos próximos três anos.
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Confrontado esta quarta-feira no parlamento sobre o prémio de 62 milhões de euros que a Caixa Geral de Depósitos atribuiu ao empresário Manuel Fino, José Sócrates remeteu as explicações para o ministro das finanças que por sua vez as remeteu para a Caixa Geral de Depósitos.
À saída do plenário e perante a insistência dos jornalistas, Sócrates visivelmente atrapalhado, desdobrou-se em explicações fugazes.
"Não tenho informações sobre isso", "não conheço sequer", "não sei, não acompanho" , foram as expressões balbuciadas por Sócrates, antes de precisar: "só tive conhecimento do assunto ontem".
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Apesar de Sócrates garantir que só teve conhecimento há um dia atrás, a notíca sobre o prémio atribuído pela CGD a Manuel Fino já foi divulgada pelo Jornal de Negócios há pelo menos uma semana. Até o deputado Vera Jardim já endereçou, há cinco dias atrás, um requerimento ao governo pedindo explicações sobre o assunto.
in Esquerda.Net
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Que mal fizémos nós para ter-mos um trapalhão incompetente e mentiroso compulsivo, como 1º ministro???...
Será que temos o que merecemos???...Talvez sim...

Os suspeitos do costume...

Três agentes da PSP foram à Feira do Livro em Saldo, que decorre em Braga, com singulares intuitos culturais: apreender quatro exemplares de um livro de pintura exibindo na capa o famoso "L'Origine du Monde", pintado em 1866 por Courbet, que a pudica PSP considerou "pornográfico".
Três polícias para quatro livros dá uma ideia da perigosidade dos volumes (e do realismo em arte), e só se estranha que não tenha sido chamado o Grupo de Operações Especiais, até porque uma mulher de sexo à vista é coisa mais perigosa do que um assaltante de cara tapada e espingarda de canos serrados na mão.
A boa notícia é que a PSP de Braga não tem falta de efectivos e não poupa neles quando, como explicou o subintendente Henrique Almeida, se trata de "evitar desacatos", pois os livros estariam a atrair a atenção das crianças que andavam pela Feira com os pais, e a PSP de Braga, quando há "desacatos", não actua sobre os "desacatadores", actua sobre o que está quedo e não lhe oferece resistência, no caso os suspeitos do costume, livros.
A PSP terá decidido entretanto devolver o corpo do delito. Virá com uma parra?
Manuel António Pina
in JN

Sporting-Bayern...Um jogo de Pesadelo...


A imprensa alemã dá praticamente como certa a passagem do Bayern de Munique aos quartos-de-final da Liga dos Campeões em futebol, após o triunfo de quarta-feira sobre o Sporting, em Lisboa, por 5-0, em jogo da primeira-mão.
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Nesta hora de dor e luto, nós, Benfiquistas, choramos e solidarizamo-nos com todos os irmãos SPORTINGUISTAS...

Victor Hugo...Foi um Escritor e Poeta Francês...

Victor-Marie Hugo (Besançon, 26 de fevereiro de 1802Paris, 22 de maio de 1885) foi um escritor e poeta francês de grande atuação política em seu país.
É autor de Les Misérables , sua melhor peça e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras.
A obra de Hugo é um oceano, abrigando todos os gêneros conhecidos, da poesia ao ensaio cultural, da novela ao panfleto político, do romance ao teatro, nada desconheceu.
A produção dele, que se estendeu por 70 anos ininterruptos, até quase a sua morte, foi impressionante. Dizem que escreveu mais de "um milhão de versos", além de engajar-se de corpo e alma nas lutas políticas e ideológicas do século XIX.
Índice
1 Biografia
2 Pensamento político
3 Discursos
4 Extratos
-4.1 Argumentação contra a proibição de "Marion Delorme"
-4.2 Diálogo entre Combeferre e Enjolras em "Os Miseráveis"
5 Obra
6 Ligações externas
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Pensamentos
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"A melancolia é a felicidade de estar triste."
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"Resistimos à invasão dos exércitos; não resistimos à invasão das idéias."
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"A verdade é como o Sol. Ela permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos."
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"Não ter nada para fazer é a felicidade das crianças e a infelicidade dos velhos."
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"Vivem somente os que lutam."

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Até agora, imitando o filósofo Sócrates, este "só sabe que nada sabe"

Sócrates «criou um tabu» sobre o Freeport

In Portugal Diário


AUTO DO DESEMPREGADO



E agora, que vou fazer? Ando vazio, a caminhar no interior de dias vazios. Há duas semanas. E ainda não reuni a força necessária para dizer à minha mulher que fui um dos 180 despedidos. Mas suspeito de que ela adivinha qualquer coisa. Não será, propriamente, a situação em si que lhe desperta a desconfiança; mas algo, um pressentimento obscuro, tenaz e desconfortável começa a invadi-la. Conheço-a muito bem. Passámos muitas coisas juntos. Era uma rapariga de grandes olhos luminosos num rosto alevantado que transpirava confiança e coragem. Quando estive gravemente doente manteve-se à minha beira, vigiando-me, tomando-me o pulso, observando a febre. "Nem te atrevas a deixar-me!", exclamou, certo fim de tarde, presumindo, pelo meu aspecto, que a doença se agravara. Fui agitado por estranho solavanco. Olhei-a e ela sorriu: "Eu sabia. Eu sabia que me não deixavas!" É um pouco grotesco, lembrar-me de estas coisas; mas são estas coisas humildes e modestas que formam a consistência das pessoas. Curioso!, há quanto tempo não lhe digo que a amo, há quanto tempo? Quantas vezes lho disse? Não dá muito jeito, reconheço; mas certamente lho disse, embora em português não soe bem; em inglês talvez sim. Talvez. Como fui parar a esta rua? Acontece-me agora isto. Ando por aí à toa, um impulso irresistível e secreto leva-me a caminhar pelas ruas da cidade onde outrora só raramente ia.

Deixa-me ver as horas. Este relógio foi- -me por ela oferecido, quando fiz 45 anos, há mês e meio. Nessa altura já havia rumores, no escritório, de que as coisas não caminhavam bem, gente a mais, encomendas a menos. Nada lhe disse. Apenas boatos; no entanto, começámos a olhar uns para os outros, aquele é mais velho, quantos anos tem ele de casa?, 30, ena, pá!, e de idade?, ena pá! Sou mais novo. Mas há mais novos do que eu. E se pintasse um pouco o cabelo? As brancas dão-me um aspecto mais pesado. Apesar de tudo, tenho fé. Mas manter a fé é difícil, tendo em conta o que por aí se vê. Tenho vergonha de vaguear pela cidade. Tenho vergonha de dizer em casa que fui despedido, "dispensado temporariamente", como me informou a menina da administração, examinando-me com a pesada compaixão de quem nada sabe sobre dor e sofrimento. Tenho vergonha de ser reconhecido por algum vizinho. Tenho vergonha de nada ter para fazer. Tenho vergonha de ainda não ter a coragem de revelar à minha mulher a situação em que me encontro. Tenho vergonha de admitir que não voltarei a arranjar trabalho. Tenho vergonha de ter de me inscrever no Desemprego. Tenho vergonha de ter desejado que fossem outros os nomeados para ir para a rua.

Tenho vergonha de ser quem sou. Tenho vergonha de ser velho.

Baptista-Bastos in DN

Grande porcaria...

A crise económica não tem apenas coisas muito más. Nestes meses de recessão, desemprego, pobreza e desespero de muitas famílias, os indígenas lêem, vêem e ouvem, perplexos e indignados, histórias obscenas de uns tantos senhores e senhoras, altamente respeitáveis na sociedade lusa, que andaram anos e anos, impunemente, a roubar, de colarinho branco, gravata e bons vestidos, milhões e milhões.
É evidente que num sítio pobre, deprimido, manhoso, hipócrita e cada vez mais mal frequentado a fartura e ostentação de muita gentalha sempre levantou imensas dúvidas.
Os avisos, os alertas e os discursos bem-intencionados sobre a corrupção eram apenas palavras que o vento levava rapidamente para bem longe e a vidinha voltava rapidamente à normalidade da roubalheira consentida e organizada.
Algumas vozes mais inconformadas, como a de João Cravinho, eram prontamente caladas e enviadas para exílios dourados para não perturbarem a paz dos que andavam a roubar por tudo o que era banquinho, banqueta, banco, autarquia ou ministério.
O que tem a vindo a público sobre o que se passou durante estes anos no BPN é uma história de fazer arrepiar as pedras da calçada. E é natural que as pessoas se interroguem como é que só agora, que a peneira se estilhaçou com a crise financeira internacional, se descobre um roubo de tal dimensão.
E também é legítimo que os indígenas ponham as mãos na cabeça e percebam cada vez menos o verdadeiro alcance da nacionalização do banco fundado por Oliveira e Costa.
E se o BPN levanta imensas perplexidades, o caso do BPP e a intervenção apressada do Banco de Portugal é muito mais um caso de polícia do que outra coisa qualquer.
Acontece que nestes como em outros casos, como na extraordinária fortuna acumulada pelo presidente da Câmara de Braga, família e amigos, nem polícia nem a Justiça servem para grande coisa.
E já que andam para aí a destapar o pântano, seria muito bom que o senhor ministro das Finanças e a Caixa Geral de Depósitos explicassem muito bem o fabuloso negócio que fizeram com o senhor Manuel Fino, que vendeu metade das acções que tinha na Cimpor por um valor 25 por cento superior ao preço de mercado para amortizar uma dívida ao banco público.
Olhando de longe tudo isto, a ideia que fica é que a ladroagem decidiu cerrar fileiras para defender a democracia e as instituições dos ataques de uns bárbaros que odeiam ladrões, pântanos e porcarias.
António Ribeiro Ferreira
in CM

Obama em Portugal...

Obama é um bom amigo de Portugal e fã dos alentejanos...Nos anos 90 frequentou um curso intensivo na Amareleja com bolsa de estudos...Fez parte do Grupo Coral da dita cuja...

Cesário Verde...Foi Poeta...Nasceu há 154 anos...

José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1855Lumiar, 19 de Julho de 1886) foi um poeta português .
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em
1873, frequentando por apenas alguns meses o curso de Letras. Ali conheceu Silva Pinto, grande amigo pelo resto da vida.
Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as atividades de comerciante, herdadas do pai.
Em
1877 lhe começou a dar sinais a tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes servem de inspiração a um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da
tuberculose, sem sucesso; vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde (disponível ao público em 1901), compilação de sua poesia.
De poesia delicada, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, seus cenários prediletos. Evitou o lirismo tradicional, expressando da forma mais natural possível.
Índice
1 Poetização do real
2 A dicotomia cidade/campo
3 A mulher em Cesário Verde
4 A poética de Cesário e as escolas literárias
5 Importância da representação do quotidiano na poesia de Cesário Verde
6 Linguagem e estilo
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Heroísmos
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Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.
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Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.
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Contudo, num barquinho transparente,
No seu dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e n'água quase assente,
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E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!
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(Lisboa, 1874)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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Títulos comentados

PSP de Braga apreendeu livros «para evitar desacatos»

Talvez, se apreendessem armas brancas ou de fogo, fizessem melhor

PCP e BE querem explicações sobre apreensão de livro

Nunca ouviram falar na destruição da Biblioteca de Alexandria?

Funchal: queda de cavalo atrapalha carnaval

O cavaleiro terá sido o Alberto João Jardim? Não acredito.

Jardim no Carnaval: «Para o ano pode ser que faça uma perninha»

Ó homem: não parta mais pernas ao pobre do cavalo

Trabalhar três dias por semana

Até que enfim. Desta vez, os governantes, gestores e administradores, vão dar o litro… pelo menos em metade de quem é obrigado a trabalhar toda a semana, não recebe horas extraordinárias e ainda procura três empregos para sobreviver. Acreditaram? Era bom, era! Mas o que pretendem é só pagar três dias por semana aos trabalhadores. Apostamos?

Quaresma: Bispo apela a «vida austera», através do YouTube

Eu não dizia? Até o Bispo concorda que os parasitas devem começar a trabalhar

Freeport pode beneficiar Sócrates

O Ministério Público já apurou desde ou a partir de quando?

Caso Freeport «não belisca» legitimidade de Sócrates

É preciso ter pele mais dura do que a do crocodilo ou rinoceronte

Sócrates ausente da cimeira europeia é «absolutamente normal»

Esperemos que também passe a ser “absolutamente normal" a sua ausência de 1º ministro

Sócrates: «Teremos mais 10 mil empregos no sector social»

Acredito. Deve ser à custa dos voluntários reformados que estão a convocar para voltarem ao trabalho

Atentados de Bombaim podem repetir-se nos EUA

Nos EUA e não só. Ainda bem que Obama já mandou a Hillary à China

Coreia do Norte pronta para lançar «um satélite»

Satélite? E vai cair aonde? Com, ou sem a ogiva que provoca um cogumelo?

Legião Francesa acusada de violar direitos humanos

Olha a surpresa! Só agora é que descobriram o que é a Legião Francesa? Não sabiam que se trata de um bando de facínoras que, a troco do pernão da pena, assassinam impunemente por onde passam; disfarçados de militares?

Militares dos EUA feridos por polícias iraquianos

De vez em quando, o feitiço vira-se contra o feiticeiro

Bancos: como são usados os recursos públicos

À custa dos cidadãos que cumprem as suas obrigações fiscais; e em benefício da cambada que rouba o que lá depositamos

Encerramentos de imobiliárias duplicaram em 2008

Ainda existem imobiliárias? Para quê? O sector está falido e não há quem tenha dinheiro para mandar cantar um cego, quanto mais comprar imóveis

Moradores do Bairro do Aleixo passam a actores

Espero que o produtor do filme lhes pague enquanto tal, e não se limite a explorar a sua miserável existência