domingo, 31 de maio de 2009

América Latina

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A porta da frente e as traseiras


«Um pedido ao primeiro-ministro: não saia mais pela porta das traseiras. Quando for apenas um cidadão, saia como quiser e por onde quiser. Enquanto for primeiro-ministro, coisa que eu espero ansiosamente que finde, saia pela porta da frente. Ao menos isso. Não envergonhe a democracia. Como assinala o blogger Nuno Nogueira Santos, o último primeiro-ministro da ditadura, Marcello Caetano, quando, no Quartel do Carmo, lhe foi proposto que saísse pelas traseiras respondeu: "Não! Só saio daqui pela porta por onde entrei. A porta da frente." Salgueiro Maia percebeu como sair pela porta da frente era importante para a dignidade de Marcello Caetano, dos militares que o depunham e do regime que dali nasceria. Com poucos homens e muita coragem Salgueiro Maia levou Marcello Caetano pela porta da frente. É nestas coisas que as pessoas se distinguem.»
Helena Matos, in Público


De facto, José Sócrates, quando se sente acossado ou apupado e se encontra no interior de instalações que visita, prefere escapulir-se pela porta das traseiras, como aconteceu recentemente na Escola António Arroio, em Lisboa. Isso também define o carácter, a coragem e a dignidade de qualquer pessoa.

Vital Moreira nas Pedras Rolantes

Viatl Moreira...o maior "erro" do PS

À medida que a campanha eleitoral para as europeias vai avançando, começa-se a perceber que a escolha de Vital Moreira para liderar a lista do PS foi a maior imbecilidade cometida pela direcção política deste partido.
Começa-se a perceber que Vital Moreira não tem ideias para a Europa, a não ser uma ou outra “boca” avulsa, sem nexo e rapidamente desmentida pelo próprio ou por alguém com mais “tino” dentro do PS.
Percebe-se também que a imagem de prestígio que Vital Moreira trazia consigo, foi toda construída à sombra do PCP, e que nada de novo acrescentou ao seu perfil desde que saiu daquele partido, a não ser viver à sombra desse prestígio como constitucionalista (dizem as más línguas que muito dele construído à sombra do Professor Gomes Canotilho).
A única coisa de novo que esse constitucionalista trouxe para a política foi a utilização dos seus dotes de retórica escrita para defender, uma a uma, nas suas crónicas do Público, as propostas mais incríveis e absurdas do governo de José Sócrates, usando argumentos por vezes ofensivos contra aquilo que ele, ainda com tiques do “anti-fascismo”, designa por “interesses corporativos”.
Mas no final desta semana esse candidato desceu ao nível mais baixo de sempre, ao tentar explorara o caso BPN a seu favor, esquecendo-se dos argumentos que usa de cada vez que se fala no caso Freeport.
A grande contribuição de Vital Moreira para estas eleições vai ser, sem dúvida, ajudar ao aumento da abstenção.
Parafraseando um cineasta italiano, já é tempo de Vital Moreira, para além de dizer alguma coisa de esquerda, dizer alguma coisa de novo sobre a Europa.

Lei do financiamento dos partidos

A revisão agora feita não é nem inocente nem desinteressada

Manuel Raposo in Mudar de Vida

O que terá levado, recentemente, a totalidade dos partidos parlamentares a mudar uma lei do financiamento partidário (aprovada em 2003) que era tão compatível com os interesses das forças do poder? Fazer o jeito ao PCP? Também. Mas, não só.

Em 2003, uma maioria parlamentar estabeleceu que os donativos aos partidos tinham de ser documentados por cheque ou equivalente. Fora disso, o montante dos donativos não podia passar de 21 mil euros. Ficou tramada a Festa do Avante, de onde o PCP recolhe boa parte dos fundos. E ficaram tramados também todos os pequenos partidos, existentes ou futuros, mas disso nada se falou.

A coisa era coerente, portanto, com o sentido de democracia que as forças do poder exibem. Como as suas fontes de financiamento não são as quermesses nem os pequenos donativos populares – mas as grandes empresas ou os capitalistas a quem servem por via do poder – tudo estava em conformidade.

Há dias, a nova lei alargou para perto de 1 milhão e 300 mil euros o montante dos donativos não sujeitos a documentação bancária. Ficaria assim salvo o interesse do PCP; e todos os demais partidos (que não têm festas do Avante) se mostraram muito compreensivos para com as dificuldades do PCP, afectando que, da sua parte, não haveria interesse no caso. Como disse nos últimos dias a dra Manuela Ferreira Leite, chegando a ser cómica, “O PSD não tem receitas com essa origem e, como não tem receitas com essa origem, [o assunto] não nos diz respeito”. Brilhante, para quem dias antes tinha aprovado uma revisão legislativa “consensual”.

Mas, contra esta falsa inocência, há a lembrar que, pelo meio, houve novidades.
Veio a lume em 2007 o escândalo – entretanto abafado – de um financiamento de um milhão de euros do Grupo Espírito Santo ao CDS, em 2004-2005, como paga de favores feitos pelos então ministros do CDS Nobre Guedes e Telmo Correia. O donativo foi encoberto por recibos falsificados e este descuido (ou desplante) custou amargos de boca ao responsável das finanças do partido e obrigou Paulo Portas a umas quantas desculpas cretinas.

Aconteceu também a denúncia do financiamento do PSD, nas eleições autárquicas de 2001, pelo gigante da construção civil Somague que resultou na condenação pelo Tribunal Constitucional, em Fevereiro de 2008, dos “mecenas” da empresa e do responsável financeiro do partido.

Aconteceu ainda saber-se (em Maio de 2007) do financiamento, a partir do Brasil, do candidato do PS pelo círculo fora da Europa, nas eleições de 2005, por um escroque, membro da “máfia dos bingos”, que acabou preso na Operação Furacão – mas que, dois meses depois das ditas eleições, fora nomeado cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio.

Estes episódios vieram demonstrar que a moralidade de 2003 também poderia constituir um embaraço para os partidos do poder.

A revisão agora feita não é, por isso, nem inocente nem desinteressada. Com efeito, para além daquela alteração, a única de que se falou, houve outras bem significativas. Uma, consistiu em dispensar os partidos de contabilizar como gastos seus os pagamentos “em espécie”, por exemplo, uma campanha de publicidade paga directamente por um qualquer apoiante. Outra, consistiu em eliminar a obrigatoriedade de abater às contribuições dadas pelo Estado os donativos obtidos pelos partidos. Em resultado disto, pode muito bem acontecer que uma campanha bem gerida dê lucro!

Há agora, com a nova lei, maiores riscos de facilitar a passagem para os cofres partidários de dinheiro sem rasto, como apontam os críticos da nova lei? Sem dúvida. Mas, como os exemplos do CDS, do PSD e do PS mostram, não foi a lei supostamente mais apertada de 2003 que coibiu os seus autores de a violar; ou que levou os tribunais a serem exemplares com os prevaricadores. E não vai ser o limite mais generoso dos donativos em dinheiro sonante que vai abrir portas à corrupção – porque essas portas estão já abertas e não valem apenas o tal milhão e 300 mil euros.

Os autores da nova lei esfalfam-se agora, diante das críticas, em demonstrar que não era sua intenção relaxar a vigilância e chegam a admitir, como fez o PSD, um “ajustamento à lei” se “tiver efeitos perversos”. A preocupação, porém, não está nos “efeitos perversos” mas na forma de os mascarar.

O drama dos partidos do poder é evidente. Por um lado, não conseguem encontrar a fórmula mágica que lhes permita toda a liberalidade possível de obtenção de fundos sem que se perceba, a partir daí, quais são as suas clientelas e as suas dependências. Por outro lado, não podem estar seguros de que as limitações legais que imponham ao assunto não se virem contra eles – e voltem a revelar-se mais casos como os acima relatados.
É natural, portanto, que, em busca da fórmula ideal, a lei não se fique por aqui.

A Europa tão longe...

As Europeias do próximo domingo confrontam os portugueses com grandes dúvidas: que voto é este que só serve para castigar partidos no Governo?
Que contas prestam os deputados europeus cuja inclusão em listas partidárias funciona como prémio de fidelidade aos líderes em funções?A rubrica do Correio da Manhã ‘Nós, Portugueses’, que segue a cobertura da campanha às europeias, é um tesouro de reflexão.
Ouve-se pessoas de regiões de onde partiram muitos emigrantes, que são os mais genuínos europeus da actualidade, e não se descobre ponta de interesse pelas instituições europeias.
O tempo continua dos estados nacionais da Europa, que só uma minoria (e não apenas na céptica Grã-Bretanha) gostaria de ver unidos. A integração incomoda e o federalismo a partir dos actuais estados assusta. O Tratado de Lisboa, que remendou a rejeitada Constituição Europeia, é tão pouco querido que nem aos portugueses entusiasma.
No entanto, é indiscutível que com a utopia Europa se gerou uma medida influente na paz social.As europeias parecem, contudo, uma votação tipo reality show para se saber quem ganha emprego no Parlamento Europeu.
A Europa, como realidade e utopia, está longe e parece apenas um álibi.
O voto, arma do povo, não é para aqui chamado.
João Vaz
in CM

Vasco Pulido Valente..."Se estivesse no lugar de Sócrates ia para casa"...

Entrevista

Agora, no PS, tudo é Vital...

A eleição para as europeias é vital para os jovens.Também se avança, embora tardiamente, com o testamento vital. Vencer as eleições é vital para o país recuperar da crise. Na crise é vital proteger a pesquisa. Como é vital beber água Vitalis, a tal que desidrata.
É vital dar vida á avaliação dos professores. É vital rever para baixo as carreiras profissionais. Torna-se de urgência vital oferecer medicamentos genéricos a quem ganha menos que o salário mínimo, o que nem é difícil, tal é a vitalidade dos fundos da SS.É vital dar subsídios aos idosos, sob a forma de complemento (vital) social aos idosos.
É vital conseguir uma maioria absoluta nas legislativas. É vital conseguir vencer as autárquicas. É vital continuar a apoiar os capitalistas, como se tornou vital calar certas bocas incómodas. É vital que os preços dos combustíveis aumentem cada vez mais.É vital que se paguem cada vez mais impostos.
Vital para quem?
Pois, para a vitalidade governativa, que corre o grave risco de ser ver privado de vida.
Logo, para o PS tudo é vital agora.
in P. Diário

A Manifestação dos Professores...

A terceira manifestação nacional de professores, em pouco mais de um ano, não registou a adesão recorde que se previa (segundo os sindicatos, participaram no desfile 80 mil professores enquanto a PSP referiu 55 mil pessoas), mas viu Mário Nogueira endureceu e politizar o seu discurso, como nunca antes.E o Governo também não desvalorizou o protesto à normalidade democrática. Antes pelo contrário.
Desta vez, foi o próprio primeiro-ministro que respondeu ao secretário-geral da Fenprof, não só para criticar a "partidarização" das lutas sindicais como para acusar a Oposição de "andar a reboque" dos sindicatos.
"Não podemos admitir que volte a funcionar uma maioria absoluta", afirmou o líder da Fenprof e porta-voz da Plataforma Sindical. Nogueira insistiu que "se não houvesse maioria" a avaliação e a divisão da carreira já teriam sido suspensas, assim como revistos o modelo de avaliação, a prova de ingresso ou o modelo de gestão escolar.
A saída de Maria de Lurdes Rodrigues já nem sequer é desejada, ontem, Nogueira defendeu que a ministra deve ficar até final do mandato para os professores "terem o prazer de a pôr a andar de outra maneira".
in JN

Portugal...Eleições Europeias...

Prevê-se que cerca de 5,5 milhões a 6 milhões de portugueses inscritos, entre 60% a 67% do eleitorado, não farão o mínimo esforço para cumprirem o dever de ir votar no próximo dia 7. Os votantes situar-se-ão à roda dos 3 milhões, ou talvez menos. O que significa que as eleições europeias continuam a ter uma importância muito relativa para a maioria dos portugueses.
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Claramente inferior à de eleições legislativas, presidenciais ou autárquicas (onde acorrem ao voto, em regra, mais 2 milhões a 2,5 milhões de eleitores). O que significa, também, que o Parlamento Europeu, a Comissão de Bruxelas e toda a estrutura do poder político comunitário são entidades distantes, mal conhecidas e que pouco dizem à maioria dos cidadãos.
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Quer isso dizer que as europeias de 7 de Junho são eleições politicamente pouco relevantes? Não, não quer, antes pelo contrário. A nível nacional, elas irão definir a grelha de partida e as expectativas de cada partido para as legislativas do final de Setembro.
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Para o PS e para Sócrates, a perspectiva de ficar agora atrás do PSD equivale a perder dinâmica de vitória e de liderança e a esquecer de vez a ilusão de uma maioria absoluta três meses e meio depois. Não é por acaso que Sócrates, limitado por um candidato que não cativa votos à esquerda nem alarga apoios ao centro, trocou a cadeira em S. Bento por intensivas acções de campanha.No PSD, uma derrota nas europeias, as eleições mais favoráveis para captar o voto de descontentamento e capitalizar a crispação contra o Governo, implicaria o esvaziamento político-eleitoral imediato da liderança de Manuela Ferreira Leite. Espalhando o desânimo entre as bases e comprometendo irremediavelmente o resultado nas legislativas.Para o PCP, a hipótese, a cada dia mais ameaçadora segundo as sondagens, de ser, pela primeira vez, ultrapassado em número de votos e apoiantes pelo Bloco de Esquerda, tem o peso de uma catástrofe histórica.
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As Europeias têm, pois, diversificados factores de interesse e relevância política, apesar da reduzida afluência eleitoral.«O nosso principal adversário é a abstenção», não se cansa de alertar José Sócrates. E, na verdade, se esta subir dos 60%-65% para próximo dos 70%, o PS bem se pode preparar para uma indigesta noite eleitoral a 7 de Junho.
JAL
in SOL

O Intermediário...

Num café vai um individuo à casa de banho, e vê chegar outro com uma garrafa de cerveja e despejá-la no urinol.
- É pá, mas o que é que estás a fazer?
- Ó pá, já estou farto de sevir de intermediário...

Boris Pasternak...Foi um Escritor e Poeta Russo...Prémio Nobel de Literatura...

Boris Leonidovitch Pasternak (Moscou, 10 de fevereiro de 1890Peredelkino, 31 de maio de 1960) foi um poeta e romancista russo.
Biografia
Filho de um professor de pintura e de uma pianista, teve uma juventude em uma atmosfera cosmopolita. Estudou
Filosofia na Alemanha e retornou a Moscou em 1914, ano em que publicou sua primeira coleção de poesias.
Durante a
Primeira Guerra Mundial ele ensina e trabalha em uma usina química dos Urais, o que lhe deu matéria para a sua famosa saga Doctor Zhivago anos mais tarde.
Pasternak caiu em desgraça com as autoridades soviéticas durante os
anos 1930; acusado de subjetivismo, ele conseguiu, no entanto, não ser enviado a um Gulag.
Foi-lhe atribuído o
Prêmio Nobel de Literatura em 1958, mas ele não foi autorizado a recebê-lo por razões políticas.
Na
Rússia é mais conhecido como poeta do que romancista, em virtude que o livro Dr. Jivago não fez muito sucesso na antiga União Soviética por motivos políticos.
Sobre "Doutor Jivago"
Em 1958, Boris Pasternak publicou seu mais conhecido trabalho no mundo ocidental: o romance Doctor Zhivago (no português, Doutor Jivago).
O livro não pôde ser publicado na então União Soviética, devido às críticas feitas ao regime comunista na obra.
Os originais do livro foram contrabandeados para fora da "Cortina de Ferro" e editados na Itália, tornando-se rapidamente em um verdadeiro best-seller, fazendo de Pasternak vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.
Entretanto, pelo fato de ser um livro proibido pelo governo de Moscou, Pasternak foi impedido de receber o Nobel e acabou sendo obrigado a devolver a honraria.
A proibição da publicação de Dr. Jivago dentro da União Soviética vigorou até 1989, quando a política de abertura de Mikhail Gorbatchev, então líder da URSS, liberou a publicação da obra. Somente neste ano, os russos puderam conhecer a saga de Jivago.
Em 1965, Doutor Jivago ganhou uma adaptação para o cinema, com Omar Shariff, no papel principal. O filme ficou famoso também por sua grande trilha sonora, Theme´s Lara. Entretanto, Pasternak não viveu para ver seu livro adaptado para as telas. Ele morreu em 1960.

sábado, 30 de maio de 2009

Estão a ver quem eu sou?


És o Gepeto, o pai do Pinócrates

Bocas de quem sabe do que fala

Antigos governos "eram anjinhos"

comparados com este

Manuela Moura Guedes não tem convicções sobre a inocência de José Sócrates no caso Freeport, mas admite que o facto de o primeiro-ministro a ter processado a “condiciona” e fá-la sentir-se “mais limitada”. Em entrevista ao jornal “Expresso”, a apresentadora do Jornal Nacional de sexta-feira, diz que a comunicação social é subserviente e que a polémica do Freeport, se fosse com o ex-primeiro-ministro Santana Lopes, este “já tinha ido à vida várias vezes”.

Para aí me inclino eu...
Santana Lopes ou outro qualquer que não tivesse um aparelho de propaganda e de intimidação tão eficaz como o socratismo tem.

Tiro no pé

Coincidindo com a caça ao voto em tudo o que é sítio neste pobre país, os deputados dos partidos políticos com assento parlamentar acabam de praticar mais um acto inqualificável mas que os define bem.

No editorial do DN, pode ler-se: vergonha, falta de respeito, desprezo. Todas estas palavras se aplicam ao novo fracasso da eleição do provedor de Justiça. O que ontem aconteceu na Assembleia da República foi uma vergonha, para o Parlamento e para a democracia porque revelou uma falta de sentido de Estado tremenda, designadamente de PS e PSD, e, tal como sublinhou o Presidente da República, "atinge a credibilidade das instituições democráticas".

O ainda titular, Nascimento Rodrigues, escreve no portal da instituição na Internet que "o Provedor de Justiça é, na essência, um elo de ligação entre os cidadãos e o Poder". Um elo ao qual os deputados, pelos vistos, dão pouca importância. Todos os dias negoceiam em sede parlamentar acordos sobre os mais variados interesses, mas consensualizar um nome para um cargo que nem sequer tem poder de decisão é lapidar sobre o respeito que os partidos (não) têm por aqueles que os elegem.

Ainda há portugueses que confiem nos políticos e nas promessas do partidos, e estejam dispostos a dar-lhes o seu voto?

Tiro no pé desta "democracia", em cheio.