terça-feira, 31 de março de 2009

A retórica oficial da Qimonda!...

Para quem já se não lembra ou para quem é conveniente ter memória curta, é bom recordar que, antes do Natal, Sócrates disse que a Qimonda era "o grande exemplo de sucesso das políticas do Governo que os comunistas tentavam esconder"! Menos de quinze dias depois, o desmentido chegou sob a forma do possível encerramento e do despedimento de mil e setecentos trabalhadores!
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Desde então para cá temos assistido, no essencial, a uma operação de encobrimento das responsabilidades próprias de Manuel Pinho e Sócrates. A retórica sobre a Qimonda é tão evidente que nos últimos dias até o autarca local (por razões eleitorais?) parece ter-se fartado, afirmando que não basta dizer-se que "estamos empenhados"!...
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A total dependência do que faça ou diga a casa mãe de Desden ou o ministro presidente da Saxónia (com quem Sócrates terá falado uma vez…), mostram bem a falta de vontade e a ausência de propostas concretas do Governo. Só a não consideração real de uma possível segmentação da Qimonda, a par da ausência de ponderação sobre alternativas que terão surgido, justificam que Pinho tenha dito de forma tão insensata que "já esperava a insolvência", que "lamentava a inexistência de soluções" e que "só lhe interessava agora reaver os subsídios concedidos".
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O desprezo com que Manuel Pinho, (apesar de corrigido e obrigado a "levantar a toalha do chão"), tratou os (ainda) quase mil e trezentos trabalhadores que podem ficar sem emprego na Qimonda, mostra bem o cinismo e a hipocrisia deste antigo quadro de uma instituição financeira privada.
O comportamento do Governo na Qimonda é o mesmo em muitos outros casos. Como o da CAMAC, (empresa única de capitais nacionais, produtora de pneus quase exclusivamente para exportação), que espera há meses um encontro com Pinho que permita resolver problemas de liquidez e salvar trezentos postos de trabalho.
Para a liquidez dos bancos, o dinheiro sobra, para empresas como a CAMAC nem dinheiro nem respostas…
Honorio Novo
in JN

1 comentário:

Blimunda disse...

Este ministro Pinho mais parece o menino Tonecas do governo de Sócrates.