No momento em que Sócrates completou quatro anos de uma governação pouco séria e alinhada por grandes interesses, a indignação voltou a sair à rua. Foram "não sei quantos mil" a dizer que não se intimidam com a crise nem com a chantagem do desemprego ou do corte nos salários, e que estão dispostos a buscar uma solução política que os defenda e sirva o futuro do país.
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Sócrates e o Governo - e não a crise mundial - são os responsáveis pelo crescimento medíocre do país e pela permanente divergência face à média comunitária (que já começara com Guterres e prosseguira com Barroso/Portas e Santana Lopes).
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São os efeitos da subalternização da capacidade produtiva (traduzida no disparar incomportável da dependência externa), das políticas económicas e sociais centradas nos baixos salários, na precarização crescente e destruição de serviços públicos, são os efeitos dos cortes no investimento público, tudo isto por causa do obsessivo controlo do défice orçamental imposto pelo Pacto de Estabilidade.
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Sócrates e o Governo - bem antes da crise mundial - são os responsáveis por taxas record de desemprego, pela falência total dos bombásticos objectivos de criação de emprego, pelo crescimento do desemprego entre os jovens e entre as mulheres (aqui pondo a nu uma outra face da tão apregoada igualdade de género…).
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Sócrates e o Governo - e não a crise mundial - são os únicos responsáveis pelo inaceitável proteccionismo dos interesses das grandes fortunas e interesses, chamem-se Fino, Berardo, FreePort, BPN ou BPP, tudo a coberto de um manto de indícios de corrupção que não param de crescer.
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Ao contrário do que por aí anda a repetir o primeiro-ministro, a crise já cá estava há muito, bem antes de se fazerem sentir os piores efeitos da crise mundial.
Por mais que Sócrates utilize de forma oportunista a crise para se desculpar e ao seu Governo, cada vez mais são os que se não deixam levar pelo canto de sereia e lhe apontam o dedo justamente acusador
Honório Novo
in JN
quinta-feira, 19 de março de 2009
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