Grande biblioteca e centro de traduções em Bagdad durante a dinastia Abássida. Foi considerado o mais importante centro intelectual durante a época de ouro do islão. Em 750 os Abássidas destronaram os Omíadas na liderança do império islâmico (da Índia ao Al Andaluz) e fizeram de Bagdad a sua capital. Mais tarde seria a cidade das mil e uma noites. Na Casa da Sabedoria preservaram-se e traduziram-se obras da antiga civilização persa (em sírio e grego) nomeadamente livros de astronomia, matemática, agricultura, medicina e filosofia. Entre muitos sábios que por lá passaram, destacamos Al-Khwarizmi, o inventor da álgebra, cujo nome deu origem à palavra algoritmo. Lendo tratados de matemática hindus Al-Khwarizmi adoptou o seu sistema numérico e criou o sistema que usamos hoje. O conceito mais revolucionário que desenvolveu foi o conceito de zero. Note-se que este conceito inovador foi ridicularizado e foi mesmo motivo de escárnio pelo clero cristão que ainda usava o sistema de numeração romano. «Zero??? Ah, Ah, Ah… São civilizacionalmente inferiores! Só falta transformarem-se em terroristas…» dizia-se na altura no mundo cristão.
Bom! De qualquer forma a Casa da Sabedoria durou até ao século XIII da era cristã. Em 1258 foi destruída durante as invasões mongóis. Disseram então que as águas do Tigre ficaram negras em resultado da enorme quantidade de tinta oriunda dos livros atirados ao rio. Da carnificina bibliográfica sobreviveram alguns milhares de documentos que acabaram também sendo destruídos por bombas inteligentes lançadas durante a segunda invasão mongolóide liderada pelos Estados Unidos no início do séc. XXI.
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1 comentário:
Gostei do trocadilho! Só agora percebi que a "dinastia mongolóide" tem tiques da dos mongóis.Pelo menos na arte da destruição, em nome do progresso, são semelhantes.
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