domingo, 22 de março de 2009
Rania Al-Abdullah
Uma mulher sensível e inteligente no trono da Jordânia
Rania Al-Abdullah nasceu no Koweit a 31 de Agosto de 1970. Filha de pais palestinianos, tornou-se rainha da Jordânia em 1999 ao casar com o então príncipe e actual Rei da Jordânia, Abdullah II. Actualmente com 38 anos, Rania formou-se em Gestão na Universidade do Cairo e tem quatro filhos: Hussein, Iman, Salma e Hashem.
O seu trabalho humanitário valeu-lhe o Prémio do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa 2008, que recebeu em Portugal, na Assembleia da República, a 16 de Março de 2009, juntamente com Jorge Sampaio. O Prémio Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, instituído em 1995, é entregue todos os anos a duas figuras públicas que tenham trabalhado para a protecção dos direitos humanos, a defesa do pluralismo e da democracia e o fortalecimento da parceria entre os países do Norte e do Sul.
A rainha da Jordânia considera que os maiores problemas da relação entre os países do Norte e do Sul são a falta de confiança. “Temos vivido lado a lado durante milénios e ainda sabemos tão pouco uns dos outros. A confiança é crucial para construir relações estáveis e pacíficas, é a base fundamental para a cooperação e prosperidade”.
A situação dos palestinianos é um dos problemas que mais lhe “toca o coração”. Para Raina, “o recente conflito em Gaza só veio acrescentar mais ressentimento a um conflito que já causou tanta destruição e morte. Agora, mais do que nunca, precisamos que o processo de paz retome o caminho para que não se percam ainda mais gerações no conflito”. Em relação aos direitos das mulheres árabes, considera que algo está a mudar, embora muitos países da região “ainda estejam longe da média da paridade de género”. Contudo, o seu país “tem dado grandes passos nesse sentido, com mais mulheres no mercado de trabalho, em empregos mais bem pagos, em postos governamentais e no Parlamento”. Para a rainha da Jordânia, o maior desafio que as mulheres árabes enfrentam nos dias de hoje é “mudar a mentalidade dos homens”.
Há um ano, Raina Al-Abdullah lançou um canal próprio no You Tube para discussões sobre o mundo árabe e o islão. A rainha acredita que a internet “não só facilita e acelera o diálogo intercultural como multiplica o poder da conversação”. Uma das suas abordagens mais criativas foi um vídeo de Hanna Gargour, jordano, e Mia Rose, portuguesa, que usaram a música para criar laços de amizade entre as suas culturas. “A sua contribuição motivou conversas entre as pessoas de diferentes raças e culturas e foi um diálogo intercultural no seu esplendor”.
In DN
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