domingo, 15 de março de 2009

O PARTIDO SINDICAL

“A economia tem de estar ao serviço dos trabalhadores e do povo e não subordinada aos interesses dos grupos económicos e financeiros.” Esta frase, incluída na resolução da CGTP que serve de pretexto para a manifestação do dia 13 de Março de 2009, resume, de forma clara, os verdadeiros propósitos desta acção.

De facto, esta manifestação, como recentes graves convocadas pela CGTP, revelam uma agenda onde, em vez de estarem presentes os problemas concretos de um grupo ou grupos de trabalhadores, são enunciadas um conjunto de mensagens políticas mais condizentes com as dum partido político.

Num momento em que o Partido Comunista parece não constituir abrigo para os votos que estão a sair da esfera do Partido Socialista para a esquerda, parece claro que certos sectores da CGTP ligados àquele partido escolhem estas acções para marcar um espaço político que não conseguem alcançar de outra forma. No fundo, o PCP luta com a única arma que lhe resta: o domínio da CGTP.

Não se põe em causa a razoabilidade, ou não, da contestação ao Governo. O que tem de estar em análise é qual o papel que cabe aos sindicatos numa democracia.

Numa altura em que o desemprego é o maior problema com que a nossa sociedade se debate, mais do que nunca seriam necessários sindicatos fortes e preocupados em encontrar soluções e não dispostos a ser instrumentos de forças partidárias.

É, sem dúvida, por estas e outras razões que o movimento sindical está mergulhado numa profunda crise.
Pedro Marques Lopes, DN

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