terça-feira, 17 de março de 2009

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Agora é assim


Há 48 anos foi "assado"

1 comentário:

zigoto disse...

A estúpida ignorância de Salazar e do bunker fascista que o apoiava, obrigou-nos a travar uma guerra inglória e injusta em Angola, Guiné e Moçambique.
Quando todas as potências coloniais dividiram, no Tratado de Berlim as "possessões" em que tinham feitorias e pouco mais do que algumas expedições de reconhecimento, Portugal aproveitou-se e resolveu colonizar os territórios que lhe couberam.
Ainda os apetites estavam vorazes, e logo o nosso "aliado" britânico nos apresentou um Ultimatum, reivindicando o "mapa cor-de-rosa" que nessa partilha tinha sido atribuído ao reino português. E lá se foram, por água abaixo as "rodésias", entre angola e Moçambique...
A capitulação do nosso governo foi uma das causas próximas do derrube da monarquia.
Depois lá houve a Grande Guerra e a II Guerra Mundial; a Sociedade das Nações e a ONU.
Quando nas Nações Unidas foi decidido descolonizar, tivemos o azar de ter um pato-bravo que, do mundo, só conhecia Santa Comba (que o tenha em Paz) Coimbra que frequentou pouco tempo e o Palácio de São Bento aonde a governanta D. Maria lhe cosia as peúgas e lavava as ceroulas com fiel devoção.
Mas a criatura decidiu inventar o mito de "Portugal uno e indivisível do Minho a Timor".
Nisso gastámos cabedais que nunca recuperaremos e perderam a vida cerca de onze mil militares portugueses.
Não sei se alguma vez será possível contabilizar o número de vítimas civis, e de guerrilheiros africanos que combateram pela independência dos seus países.
O resto é o que já sabemos e a História, que está por investigar, há-de contar.
Mas uma coisa também é certa:
em nome dos "grandes negócios", o facto de os nossos governantes não terem a coragem de denunciar os atropelos aos DIREITOS HUMANOS que existem em Angola é, no mínimo corrupção e cobardia.
Portugal não pode pretender ser um Estado Democrático de Direito e, ao mesmo tempo, não ter a coragem de dizer aos chefes de Estado com quem faz "negócios" que têm de respeitar o "DIREITO INTERNACIONAL", a "CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS", a "DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS", em resumo:
O que a ética, a frontalidade, honestidade e lealdade obriga qualquer pessoa de bem.
Sob pena de não passarmos de cúmplices sem escrúpulos.
Como ainda agora os mais altos dignitários da República Portuguesa fizeram, ao receber o Presidente de Angola com um silêncio ensurdecedor...
Para isso seria necessário, pelo menos, que citassem Guerra Junqueiro, quando disse, e bem: "o silêncio tem voz".
Nem diplomaticamente o fizeram... talvez porque nenhum deles conhecesse a frase, e os assessores das negociatas não estivessem interessados em ouvi-la.