quinta-feira, 5 de março de 2009

M. Alegre...Poema contra alargamento de terminal de Alcântara...

Contentores no terminal de Alcântara
O poeta e deputado socialista Manuel Alegre publicou no seu blogue (www.manuelalegre.com) um poema intitulado 'Fado dos Contentores' no qual se manifesta contra o alargamento do terminal de contentores de Alcântara.
Ainda no ano passado, Manuel Alegre havia questionado o Governo sobre quais os motivos para ampliar o terminal de contentores de Alcântara e para prorrogar agora a concessão à empresa Liscont, do grupo Mota-Engil.
'Não sei que benefícios o projecto de ampliação do terminal de contentores do porto de Lisboa em Alcântara pode trazer aos cidadãos; sei que lhes tira rio, espaço, paisagem, bem-estar. E também o direito à beleza que faz parte dos direitos de cidadania', escreve o deputado num requerimento então entregue na Assembleia da República.
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Fado dos Contentores
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Já ninguém parte do Tejo
Para dobrar bojadores
Agora olho e só vejo
Contentores contentores.
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E do Martinho Pessoa
Já não veria o vapor
Veria a sua Lisboa
Fechada num contentor.
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.Por mais que busques defronte
Nem ilhas praias ou flores
Não há mar nem horizonte
Só contentores contentores.
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Lisboa não tem paisagem
Já não há navegadores
Nem sol nem sul nem viagem
Só contentores contentores.
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Entre o passado e o futuro
Em Lisboa de mil cores
O sonho bate num muro
De contentores contentores.
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Por isso vamos cantar
O fado das nossas dores
E com ele derrubar
O muro dos contentores.

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