Paulo Bento tem razão. Está tudo podre. No futebol, na política, na economia, na justiça, na banca e na sociedade.
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Os árbitros deste sítio são o que são e já ninguém acredita neles. Não são apenas as grandes penalidades inventadas nos jogos da bola. São os árbitros da banca que não conseguem ver a desbunda e os roubos praticados a céu aberto e nas suas barbas.
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Todos os dias se conhecem mais factos, espantosos, e começa a ser insustentável a posição de um senhor chamado Vítor Constâncio, pau para toda a obra, até para fazer extraordinários exercícios de bruxaria em matéria de défices orçamentais, que se mantém impávido e sereno apesar das provas mais do que evidentes do falhanço estrondoso da supervisão do Banco de Portugal nos escandalosos casos dos bancos de Oliveira e Costa, Dias Loureiro, João Rendeiro e comandita.
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São os árbitros da justiça que falam, falam, falam e não descobrem nada. E que, ainda por cima, têm o topete de vir a público confessar a incapacidade para apanhar os muitos corruptos que andam por aí a roubar impunemente. Como Maria José Morgado, alta responsável do Ministério Público, que veio dizer algo que o comum dos mortais deste sítio podre, pobre, deprimido, manhoso e cada vez mais mal frequentado sabe de cor e salteado.
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Há políticos pobres que ao fim de uns anos estão milionários. Pois há. Estão aí à vista de todos, só não os vê quem não quer ver. São os árbitros das finanças deste sítio que andam há anos a fazer contas e a atirar muita poeira para os olhos dos indígenas.
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Défice para trás, défice para a frente, mais impostos ano sim, ano sim, menos economia ano sim, ano sim ao longo destes 34 anos de festa. De crise em crise, o sítio vai ficando mais pobre e mais longe dos níveis de vida dos parceiros europeus. E as contas do Estado dos primeiros dois meses de 2009 ultrapassam em muito as piores previsões dos economistas e financeiros do sítio.
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Perante esta realidade, até o tremendista Medina Carreira se transforma num optimista incorrigível. E bem pode o senhor presidente do Conselho andar por aí a gabar-se a torto e a direito, principalmente a torto, que já ninguém acredita na bondade das suas reformas e nas suas queixinhas sobre os malandros neoliberais que lhe estragaram a excelsa obra.
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A verdade é só uma. Estamos definitivamente condenados ao triste fado dos desgraçadinhos. Estávamos em crise antes desta crise começar, vamos ficar em crise depois da crise passar.
António Ribeiro Ferreira
in CM
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