quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Um desporto português


Tal como previ há poucos dias, ver:

Da expectativa à frustração

ainda as olimpíadas não terminaram e já os ratos abandonam o navio, dedicando-se ao desporto que adoram: dizer mal uns dos outros e encontrar bodes expiatórios.
O presidente do Comité Olímpico Português, Vicente de Moura, oficial de marinha com obrigação de enfrentar temporais e enjoos, não resistiu às piadas de alguns atletas eliminados e anunciou que ia abandonar o barco de que era comandante. Se ainda estivesse na marinha... estou certo que não precisava de se demitir. Era atirado pela borda fora.
Seguindo-lhe o exemplo, medalhados de antes e de agora não hesitaram em zurzir nos que não chegaram ao pódio, acusando-os, também eles, de falta de profissionalismo e brio.
Para ajudar à festa, a comunicação social faz contas ao dinheiro investido durante quatro anos, face aos fracos resultados alcançados.
E até surgiu o secretário de estado do desporto, o mais alto responsável político pela área, a pedir aos atletas que "jogassem bem" - como se o atletismo fosse futebol - e que continuassem todos a apoiar os que ainda estão em competição. Nem esse foi capaz de assumir que a propaganda que criou infundadas expectativas é a responsável pela inevitável frustração da derrota.
Mas se existe alguém especialista em propaganda, e acha que Portugal vai de bem a melhor é, exactamente, o governo a que esse senhor pertence.
Pois é. Esquecem-se todos que os atletas que derrotaram os portugueses, não começaram a ser "preparados" para estes jogos olímpicos. Começaram a ser formados em desporto desde a infância e na escola.
Conhecem alguma escola nossa que o faça?

Sem comentários: