sábado, 16 de agosto de 2008

Da expectativa à frustração


Como se de uma fatalidade se tratasse, o drama dos jogos olímpicos repete-se de quatro em quatro anos.
Já perto da sua abertura, os nossos atletas esforçam-se para obterem "os mínimos" que lhes permitam participar. E a nossa comunicação social rejubila, faz contas às medalhas, anuncia-as como quem conta com o ovo no sim senhor da galinha.
As televisões não largam os eleitos, obrigando-os a prometer que sim, que têm possibilidades de subir ao pódio. E os portugueses afagam o ego proclamando vitórias que, evidentemente, não surgem.
E porquê? Porque se esquecem que vão competir com atletas de países que os preparam desde pequenos, investindo no desporto como formação escolar, como acontece em gigantes demográficos como a China, Estados Unidos, Rússia e até nas jovens repúblicas que foram satélites de Moscovo. Aí sim, seleccionam-se e preparam-se os mais dotados até os levar à vitória.
Por cá, continuamos a alimentar expectativas infundadas que, à medida que surgem as derrotas e eliminatórias, vão aumentando as frustrações.
De geração espontânea, como Rosa Matos ou Carlos Lopes, não há muitos. São a excepção que confirma a regra.

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