Um recorde português
É sabido que no Verão, considerado pela comunicação social a "silly season", com os políticos, patrões, empresários e investidores de férias, a falta de notícias domésticas a seu respeito e a abundância de idiotices que o calor e a descontracção acarretam, os últimos dias foram excepcionais.
Primeiro tivemos dois amadores a tentarem assaltar um banco (ao que consta sem dinheiro) com uma inusitada tomada de reféns. Tão ingénuos foram os sequestradores que, ao cabo de oito horas ameaçando de morte dois funcionários da instituição, se deixaram atrair pela polícia à porta. Saldo do assalto: um deles abatido e o outro ferido gravemente.
E agora ficámos a saber que um honesto chefe de família, sem cadastro e trabalhador aplicado - filmado várias vezes com uns prosaicos óculos escuros como disfarce, pelas câmaras de vigilância bancárias, como se vê nas imagens abaixo - foi detido ao fim de quatro anos assaltando bancos sozinho, à hora de almoço, sem recurso a mais que não fosse uma pistola para intimidar os funcionários, e retirando-se calmamente a pé.
À falta de medalhas olímpicas, e com os principais candidatos portugueses sucessivamente eliminados, enquanto a Rússia invade a Geórgia, parece que temos um recorde a ser reconhecido pelo menos no Guiness Book: a média semanal de assaltos a bancos. Segundo a comunicação social, é de quatro por semana.
Aguarda-se que o recorde seja brevemente batido e passe a quatro diários.
Já lhe chamam "O solitário"
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