sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O atleta-mor


Vasco Pulido Valente, o mais mal disposto comentador da nossa praça, dedicou a sua crónica de hoje, no jornal Público, aos jogos olímpicos.

Decepcionado com as novas modalidades representadas – afinal não tão novas como isso – reclama pelo facto de a natação estar “tão dividida” que, até um atleta sozinho, consegue ganhar oito provas. Para quem talvez nunca tenha molhado o pé fora da banheira e, com certeza, gostaria de praia se não tivesse tanta areia e muito mar, compreende-se o seu enfado. Para ele, boiar numa piscina é semelhante a nadar bruços ou mariposa…

Em contrapartida reclama pelo facto de o golfe, “com dezenas de milhões de praticantes no mundo inteiro” (sic) – esse sim, um desporto antiquíssimo, popular e indivisível - não tenha aparecido. Resta saber se Valente alguma vez pegou num taco de golfe ou teve valentia para acompanhar a par e passo esse empolgante desporto em que o atleta entrega a um servente o transporte dos ossos do ofício.

Afinal, o mal é geral. Não bastava o amadorismo de alguns atletas; agora temos críticos de bancada, ou melhor, de sofá, a perorar sobre matérias que evidentemente nunca conheceram, não conhecem e, estou em crer, têm raiva a quem as conhece, aprecia e pratica.

Sem comentários: