segunda-feira, 12 de maio de 2008


CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO

Para mais facilmente vigiar os africanos que estudam em Lisboa, a ditadura salazarista funda uma associação: Casa dos Estudantes do Império. Tiro pela culatra! Assim concentrados, para os africanos mais evidentes se tornam as diferenças entre colonizadores e colonizados. Intervenções culturais, debates sucessivos, o nacionalismo negro a levantar fervura. Diz Amílcar Cabral, o guineense estudante de Agronomia:

- Vivo intensamente a vida e dela extraí experiências que me deram uma direcção, uma via que devo seguir, sejam quais forem as perdas pessoais que isso me ocasione. É necessário o regresso a África. Eis a razão de ser da minha vida.

Avança Agostinho Neto:

- É mais triste que espantoso que uma grande parte de nós, os chamados assimilados, não sabe falar ou entender qualquer das nossas línguas! E isto é tanto mais dramático quanto é certo que pais há que proíbem os filhos de falar a língua dos seus avós. É claro, quem conhece o ambiente social em que estes fenómenos se produzem e vê no dia a dia o desenvolvimento impiedoso do processo de “coisificação” não se admirará de tanta falta de coragem. Este desconhecimento das línguas que impede a aproximação do intelectual junto do povo cava um fosso bem profundo entre os grupos chamados assimilados e indígena.

E afirma o Mário Pinto de Andrade:

- Em contexto colonial, a assimilação traduz-se sempre na prática por uma destruturação social dos quadros negro-africanos e pela criação em número reduzido da elite assimilada. No caso português, a assimilação apresenta-se como uma receita (a única) que permite fazer sair o indígena, o negro-africano, das trevas da sua ignorância para entrar no santuário do saber. Uma forma da passagem do não-ser ao ser cultural, para empregar a linguagem de Hegel. O problema hoje é de saber como vai reagir o homem assimilado nessa situação artificial, parasitária de desenraizado. Como se vai afirmar? Fugindo do convívio com o indígena? Perdendo-se ao contacto com as luzes brilhantes da civilização? Aceitando e aprofundando a sua pseudo-condição de mestiço cultural?. Uma tarefa se impõe, a meu ver, no momento histórico que atravessamos, para responder justamente a essas interrogações, que é a de retomar, esquadrinhar no nosso passado as correntes de afirmação, da tomada de consciência, através de atitudes individuais e dos movimentos culturais que se foram desenvolvendo, diante do problema da cultura negro-africana e da assimilação.

Concentrados, os africanos agora querem “redescobrir” a África que era deles e deles deixou de ser...

In: http://www.vidaslusofonas.pt/mario_pinto_andrade.htm

A Casa dos Estudantes do Império, o Clube Marítimo Africano

e Repúblicas coimbrãs

Fundada em Lisboa em 1944, sob a tutela de um ideólogo do regime (Marcelo Caetano), a Casa dos Estudantes do Império foi definitivamente encerrada pela PIDE em Setembro de 1965, durante o período de férias. Estes anos marcam um percurso e a distância abissal que separa os propósitos paternalistas e corporativos face aos “estudantes do Império” do autêntico alfobre de nacionalismo(s) africano(s) em que a CEI se converteu.

Com sede na Avenida Duque d’ Ávila, n.º 23, em Lisboa e constituída por secções autónomas das diversas colónias – Cabo Verde e Guiné, S. Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Estado da Índia, Macau e Timor), cedo a Casa de Estudantes do Império se converteu num espaço de liberdade, tolerância, e fraternidade. Aí muitos estudantes das colónias descobriram raízes da sua cultura e identidade nacional em colóquios e debates aprofundados nos domínios antropológico, histórico e político por onde passaram reputados cientistas e intelectuais como Orlando Ribeiro, Henrique Abranches, Óscar Ribas e Humberto Fonseca.

Frequentaram a CEI nomes da música como o Ngola Ritmos e o Duo Ouro Negro, actores e artistas como Mário Barradas, Rogério Paulo, Rui Mingas, Luís Cília, Eleutério Sanches e Lili Tchiumba. Na revista »Mensagem» e outros boletins colaboraram valores das novas literaturas africanas como Alda Lara, Corsino Fortes, Ernesto Lara, Pepetela, Noémia de Sousa ou Manuel Rui.

Pela CEI passaram também líderes políticos e combatentes pelas novas pátrias como Óscar Monteiro, Vasco Cabral, Américo Boavida, Francisco Sousa Machado, Diógenes Boavida, Sampaio Nunes, Luís Cabral, Pedro Pires, Mário Machungo, Joaquim Chissano, Pinto da Costa, Lúcio Lara, Omar Kharim Amahd. O facto de a CEI reunir estudantes de diferentes países ajudou a caldear o cimento da luta contra o inimigo comum, materializado na CONCP – Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas – sob a égide de Amílcar Cabral, Mário de Andrade, Gentil Viana, Miguel trovoada, Agostinho Neto, Eduardo Mondlane e Marcelino dos Santos.

O Clube Marítimo Africano foi uma curiosa associação recreativa e cultural que uniu trabalhadores marítimos africanos e estudantes da CEI, fundindo a componente intelectual com uma base popular que estaria na base dos movimentos de libertação das colónias portuguesas.

Entre os impulsionadores do Clube Marítimo Africano destacou-se, nos anos 50, o estudante Humberto Machado, a par de Francisco Zara, João e Mário Van-Dunem, José Baconza Tomo, Manuel Soares Gomes, Abílio Rodrigues da Costa, Tiago Maria e João de Deus Tervino. Entre os que lhes sucederam, ainda nos anos 50, destacaram-se Lúcio Lara, Agostinho Neto e António Rodrigues Costa, que transportou clandestinamente de barco uma policopiadora para o MPLA – ou seja, garantia certa da vigilância e das intromissões constantes da PIDE na vida associativa do Marítimo.

Em Coimbra destacara-se duas repúblicas de estudantes africanos: a dos “1000-y-onários”, onde pontificaram António Jacinto, do MPLA, Manuel Balonas, Presidente da AAC durante a crise de 1962 e Óscar Monteiro, da FRELIMO; e a república do “Kimbo dos Sobas”, fundada pelos estudantes angolanos Aníbal Espírito Santo, Manuel Rui Monteiro, José Luís Cardoso, António Segadães, Jaime Martinho, Álvaro Fernandes, António Faria, José Machado Lopes, José e Carlos Marvão, Mário e Henrique Fonseca Santos.

Por estas e outras instituições congéneres passou muita da actividade política, cultural e conspirativa que esteve na base e serviu de retaguarda aos movimentos de libertação africanos em Portugal.

In: “Chaimite, o último ciclo do Império”, Museu da República e Resistência, 19 Janeiro 1999

No início dos anos oitenta, um grupo de antigos activistas da Casa dos Estudantes do Império tentou reactivá-la e criar uma fundação com o seu nome; pretendia-se dotar tal instituição de fundos capazes de atribuir bolsas de estudo e criar uma rede de lares, ou “repúblicas”, para estudantes universitários das ex-colónias.

Houve várias reuniões, e até se chegou a aprovar os estatutos de uma associação que fosse alicerce da fundação.

Depois de muita pedra partida, surgiram dois apoios oficiais que recordo:

o do então Secretário de Estado, Durão Barroso, prometendo que facilitaria os trâmites jurídicos e diplomáticos;

o de Krus Abecassis, à época presidente da Câmara de Lisboa, que classificou o imóvel da velha sede, impedindo que fosse destruído pela voragem da especulação imobiliária.

Também do governo angolano chegou a promessa de financiamento.

Até hoje!

Na altura escolhemos Agostinho da Silva como figura tutelar e patrono. O que o Professor de bom grado aceitou, após uma reunião de trabalho em minha casa.

Recordo tudo isto a propósito do lançamento da revista “Nova Águia” e do “Movimento Internacional Lusófono”, na esperança que esta resenha contribua para relançar a ideia.

Álvaro Fernandes

22 comentários:

Anónimo disse...

O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 02 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
Ainda em 1959 funda o movimento de libertação dos territórios sob a dominação Portuguesa.
Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz e esposa Maria Eugénia Cruz , Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos e esposa Maria Judith dos Santos e Maria da Conceição Boavida que em conjunto com a esposa do Dr Hugo José Azancot de Menezes a Maria de La Salette Guerra de Menezes criam o primeiro núcleo da OMA ( fundada a organização das mulheres angolanas ) sendo cinco as fundadoras da OMA ( Ruth Lara ,Maria de La Salete Guerra de Menezes ,Maria da Conceição Boavida ( esposa do Dr Américo Boavida), Maria Judith dos Santos (esposa de um dos fundadores do M.P.L.A Dr Eduardo dos Santos) ,Helena Trovoada (esposa de Miguel Trovoada antigo presidente de São Tomé e Príncipe).
A Maria De La Salette como militante participa em diversas actividades da OMA e em sua casa aloja a Diolinda Rodrigues de Almeida e Matias Rodrigues Miguéis .


Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldville ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters e a esposa tornando-se locutora da rádio GHANA para emissões em língua portuguesa.

Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.
Em 1967 Dr Hugo José Azancot parte com esposa para a república popular do Congo - Dolisie onde ambos leccionam no Internato de 4 de Fevereiro e dão apoio aos guerrilheiros das bases em especial á Base Augusto Ngangula ,trabalhando paralelamente para o estado Congolês para poder custear as despesas familhares para que seu esposo tivesse uma disponibilidade total no M.P.L.A sem qualquer remuneração.

Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE




COMITÉ
DIRECTOR


NACIONALISTAS ANGOLANOS



Transcreve-se a nota Nº .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comité Executivo da União das populações de ANGOLA:

“ Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organização militar, que se dirigia a Nambuangongo em missão de socorro às populações cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela traição, cercada e feita prisioneira por grupos armados da União das Populações de Angola que actuam no corredor de entrada e saída dos patriotas angolanos.

Desde aquela data até hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , não sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comité Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos órgãos dirigentes da UPA
Diante desse crime de lesa - pátria e que enodoa o digno movimento patriótico do povo angolano.

O Comité Director do M.P.L.A. Faz o mais enérgico protesto contra esse acto anti - patriótico, que visa a enfraquecer a resistência armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.
Sob pena desse “ affaire “ ser levado imediatamente ao conhecimento da opinião pública e dos organismos internacionais , o comité Director do MPLA

“ - exige a imediata libertação de todos os nossos compatriotas;
“ - exige a entrega de todos as armas, munições e demais bagagens

“ - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e

“ - responsabiliza, desde já , a união das populações de Angola pela


“ - vida desses nossos valorosos compatriotas.

“ Na expectativa, subscrevemo-nos


Atenciosamente

(ass) Mario Pinto de Andrade
Viriato da cruz
Matias Miguéis
Eduardo dos Santos
Hugo de Menezes

Anónimo disse...

CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
( C.V.A.A.R.)
B.P.856, LÉOPOLDVILLE

5 de Outubro de 1962



DR. HUGO DE MENEZES

BUREAU OF AFRICAN AFFAIRS
P. O. BOX M24

ACCRA

GHANA

Caro compatriota,
Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endereço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.

Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Lèopoldville, o C.V.A.A.R. tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível.
Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais ( Luali, Moanda- Banana , Boma, Matadi, Songololo, Moerbeke, Lukala, Kindopolo, Kimpangu e Malele) como no dispensário central.
A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos inscritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos , etc.,à fronteira, manter os enfermeiros e alunos , livros ,etc.
Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .


Cordialmente,

Deolinda Almeida

Anónimo disse...

CONAKRY, le 31 aut 1959


Au Bureau politique du parti Democratique Guinéen



La lutte pour la Liberation de notre peuple a été combattue par la repression la plus barbare et jalousement cachée et dissimulée par les Portuguais, aux dépans d´une censure sévère et menteuse campagne d`auto- propagande.
Mais les masscres méthodiquement organisés n`ont pas été capables de nous détournér de notre objectif ou de diminuer la foi et la toujours croissante participation des Africains dans la bataille anti- colonialiste.
Le Mouvemet Anti- Colonialiste (Mac) est une organization de lutte et de revendication de tous les peuples africains sous domination Portuguaise - de l´Angola, du Mozambique, dela Guinée, de ´L´Archipel de Cap Vert, des Îles de S. Thomé et Principe.

L`objectif suprême du Mac c´est l´independance et la rehabilitation de 11 millions d´Africains d´une Afrique de 2 millions de kilomètres carrées.
Le Mac veut démasquer, devant les Africains , et les autres peuples épris de justice, les assassinats en masse dont ont été victimes les peuples Africains, le regime esclavagiste, le regime de travail forcé en vigueur dans les territoires Africains dominés par le Portugal et tout l´abject systéme colonial Portuguais.

Le Mac appuiera tous les mouvement africains que se dirigent vers l´independance.
Le Mac estime trouver l`appui de tous les mouvement africains qui s`engagent dans la lutte anti - colonialiste.

En saluant le parti Democratique Ginéen, le mouvement Anti colonialiste s´adresse á son Bureau politique, dans l´espoir de voir bien acptées les propositions qui lui sont formulées:


1- Qu`il soit accordé au MAC la creation d`un bureau dans la Republique de Guinée.

2- Que soit concedé asile, dans la Republique de Guinée, aux membres du MAC qui en auront besoin.

3- Qu´il leur soit concedé le passeport Guinéen.

4- Qu´il soit permis au MAC l´utilization de la Radio de la Republique de la Guinée.

5 - Qu´il soit accordé , au Mac, un prêt, remboursable après la libération.
6- Que soient controlées les activités, dans la Republique de Guinée de ceux qui proviennent des territoires dominés par Portugal.

7- Que des mesures urgentes soient prises dans le but d`incomber au gouvernement Portuguais le massacre de 30 Africains , en Bissao , et que soient imediatement liberés les 250 Africains arrêtés en Guinée dite Portuguaise.

Pour le Mouvement Anti Colonialiste


Hugo de Menezes

Anónimo disse...

RÉPUBLIQUE DU CONGO ( LÉOPOLDIVILLE) NEW YORK, LE 3 OCTOBRE 1961

MONSIEUR FREITAS


DÉLEGATION AUPRÉS DE C/O CREDIT CONGOLAIS
L´ORGANIZATION DES NATIONS UNIES LEOPOLDVILLE/ RÉPUBLIQUE DU CONGO
145 EAST 49th STREET
NEW YORK 17, N.Y.

Nº ----------------------------------------------

OBJET:

Cher Monsieur Feitas,



Vous aurez la surprise d´apprendre
Que je suis à NEW YORK oú je fais partie de la Délégation Congolaise à
L´Assemblée Génerale des Nations Unies.

Au cours de nos travaux, le problème de l´Angola
Va être discuté et spécialement la question des Refugiés Angolais au congo.


Nos amis qui travaillent à la commission chargèe de ces problèmes, se trouvent devant la carence de renseignements etde documents de base. Je vous serais très obligé d´établir au sein du Comité Directeur du MLPA um mémorandum comportant notamment le nombre de réfugiés, Les régions occupées, les conditions de vie, et l´état du service sanitaire alloué à ceux- ci.

IL conviendrait de coordonner vos tensionamento avec ceux que détient le camarade KULUMBA, Ministre de L´intérieur de la province de L´éopoldville, et ceux en possession du Ministére des Affaires Etrangéres.
Ce document deviendrait ainsi officiel et pourrait être transmis par le département des Affaires Etrangéres à la Délégation auprés de l´organization des Nations Unies dont l´adresse figure ci- dessus . IL va sans dire que vous me transmettrez directement une copie du document établi, á la même adresse. Ce document a un caractère d´extrême urgence.

Je vous en remercie d´avance et vous prie de croire, cher Monsieur Freitas , à mês amités.

A. KIWEWA



( Documento pertence ao espolio do Dr Hugo José Azancot deMenezes um dos fundadores do MPLA).

Anónimo disse...

(Carta enviada pelo presidente Dr Agostinho Neto ao Dr Hugo José Azancot de Menezes ,um dos Fundadores do M.P.L.A.)
( Carta pertencente ao espolio do Dr Hugo José Azancot de Menezes).


MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
M.P.L.A.


B. P. 2353 Tèl. 49-15
BRAZZAVILLE Brazzaville, 6 de janeiro de 1965 RÉPUBLIQUE DU CONGO Dr Hugo de Menezes
Po; Box. 1633
ACCRA


Camarada:

Agradecemos o favor de informar se podem ser conseguidos condições em Accra para tratamento gratuito de camaradas de Pterigeons.

Desejamos-lhe um ano novo muito feliz.

Saudações cordiais.
Vitoria ou morte

Dr Agostinho Neto

Presidente


Movimento Popular de Libertação de Angola (M.P.L.A.)

A Força Do M.P.L.A, RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS(Conferência de Quadros do M.P.L.A, - 3 a 10 de Janeiro de 1964).

LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIEN QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L` INTERIEUR
DU PAYS.
(Conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 a 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

( Correspondência do Dr França Van-Dúnem para O Dr Hugo José Azancot de Menezes um dos Fundadores do M.P.L.A. Sedeado em Ghana e a trabalhar na Rádio Ghana).

Utrecht,16 de Julho de 1965


Meu caro amigo

Começo por agradecer-lhe a gentileza que teve em escrever-me ,dando-me informes a cerca do lugar de locutor na rádio Ghana.

Estou interessado pelo lugar e já escrevi ao Director do Ghana Broadcasting Corporation nesse sentido.
Junto lhe envio uma cópia da carta em questão para que tome conhecimento do seu conteúdo . Gostaria de saber mais pormenores a cerca do lugar e se possível em que modalidade serei contratado. Tratar -se -a de um contrato assinado aqui ou devo esperar pela minha chegada aí para que isso se efective?

De qualquer maneira era necessário que eu soubesse para quando é o começo para que eu possa, com tempo , pedir a minha demissão do Instituto de Direito Internacional, onde trabalho.
Enviar-lhe-ei esta carta “ expresse” para que possa tomar nota do conteúdo da carta que enviei ao Director da Rádio Ghana.
Uma vez mais lhe agradeço por tudo o que possa fazer nesse sentido.

Saudações patrióticas

Fernando Van- Dúnem




PS. Acabo de receber a carta porque a sua caixa postal já está fechada. Espero que esta vez terei mais sorte .
Obrigado

França Van- Dúnem

Anónimo disse...

( Correspondência do Dr França Van-Dúnem para O Dr Hugo José Azancot de Menezes um dos Fundadores do M.P.L.A. Sedeado em Ghana e a trabalhar na Rádio Ghana).

Utrecht,16 de Julho de 1965


Meu caro amigo

Começo por agradecer-lhe a gentileza que teve em escrever-me ,dando-me informes a cerca do lugar de locutor na rádio Ghana.

Estou interessado pelo lugar e já escrevi ao Director do Ghana Broadcasting Corporation nesse sentido.
Junto lhe envio uma cópia da carta em questão para que tome conhecimento do seu conteúdo . Gostaria de saber mais pormenores a cerca do lugar e se possível em que modalidade serei contratado. Tratar -se -a de um contrato assinado aqui ou devo esperar pela minha chegada aí para que isso se efective?

De qualquer maneira era necessário que eu soubesse para quando é o começo para que eu possa, com tempo , pedir a minha demissão do Instituto de Direito Internacional, onde trabalho.
Enviar-lhe-ei esta carta “ expresse” para que possa tomar nota do conteúdo da carta que enviei ao Director da Rádio Ghana.
Uma vez mais lhe agradeço por tudo o que possa fazer nesse sentido.

Saudações patrióticas

Fernando Van- Dúnem




PS. Acabo de receber a carta porque a sua caixa postal já está fechada. Espero que esta vez terei mais sorte .
Obrigado

França Van- Dúnem

Anónimo disse...

Dr Hugo Menezes B. P 856, LÉO
Representante do M.P.L.A. 3 de Agosto de 1962
Bureau Of African Affairs
P.O. BOX M 24
Accra - Ghana


Prezado compatriota :
Esperamos que a tua família tenha feito uma boa viagem e que todo o trabalho esteja a decorrer bem no teu novo posto.
Esta é para te participar o seguinte: dentro em breve deverão prosseguir os preparativos para o congresso da mulher angolana aí. Em reuniões que tivemos com 2 elementos da UPA nos dias 1 e 2 deste, determinou-se que o Comité preparatório que vai trabalhar aí seja constituído pelas seguintes pessoas: Maria Ruth Costa ( 3, Rue Rodin, Rabat, Marrocos, D Bernarda de Sousa e Santos e uma “ neutra “ que é a cunhada da tua irmã. Recomendamos e frisamos insistentemente que nenhuma decisão nem démarche do Comité preparatório se torna válida sem a colaboração e o acordo das 3 - por meio das respectivas assinaturas, por exemplo.

Carecemos do teu auxílio no sentido de esclareceres o Bureau aí o facto de o actual Comité preparatório que deve trabalhar em Accra o fazer sempre como um bloco e o Bureau não dever reconhecer pedido nem proposta nenhuma que engaje as mulheres angolanas , sem o acordo desses elementos. Pedimos que faças também um bom corredor para obteres os bilhetes que faltam para o Comité preparatório entrar logo em acção aí: Um para a Ruth e outro para a D. Bernarda Santos . A terceira componente já tem o seu e parte para aí a manhã, mas convém que todas comecem a trabalhar ao mesmo tempo em Accra para se evitarem os golpes usuais . Agarra - te às cunhas altas que já conseguiste.

Por favor , despacha -te com os bilhetes. Manda-nos dizer o que conseguires com a urgência que puderes. Obrigado por tudo e Bom trabalho.

Cordialmente ao dispor ,

DEOLINDA ALMEIDA

Secretária da OMA

SECÇÃO de LÉO ( LÉODPOLVILLE)




CC: Maria Ruth Costa

Anónimo disse...

Your Ref: GMH/ Cr
Our Ref: MWKC/ JP/ N/7a

Mr. G . M. HOUSER,
AMERICAN COMMITTEE ON AFRICA,
4 WEST 40TH STREET,
NEW YORK 18, N.Y.,
U.S.A.



Dear Mr. Houser,
Thank you very much for your letter of the 17th june, 1959.

Our Angola friend about Whom Mr. Mboya talked with you
When you met in America, is Dr HUGO MENEZES who
Comes from portugese Angola, and we have been trying to
one of the independent African countries so that he can be
free to express himself.´His present adress is as above, and we
Shall be grateful if you can give him all the assistance possible.
We are particularly glad to note that you are trying very hard to
bring the portugese question before the United Nations.
Dr Hugo will be very useful in thisrespect and i hope you will
not hesitate to write to him.
Looking forward to hearing from you in the near future.


With best wishes,
Yours sincerely,

M. W. KANYAMA CHIUME
PUBLICITY SECRETARY
NYASALAND AFRICAN
CONGRESS

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE,23 DE DEZEMBRO DE1965
DE ANGOLA
M.P.L.A.
TÉL. 49-15
B.P. 2353
HUGO DE MENEZES
P.O.BOX1633
BRAZZAVILLE ACCRA-GHANA

RÉPUBLIQUE DU CONGO
--------------------
DEPARTAMENTO DE : PRESIDÊNCIA






Caro camarada ,

Informamos que é necessário enviar novamente fotografias e todos os elementos
de identificação para o título de viagem.
Aproveitamos a oportunidade para
Desejar bom Ano Novo.

Saudações revolucionárias.

Vitoria ou morte

Pelo Comité Director

Agostinho Neto
- Presidente -






A Força Do M.P.L.A. ,RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A..- 3 a 10 de janeiro de 1964)


LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIENS QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L`INTERIEUR DU PAYS
( conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO BRAZZAVILLE,23 DE DEZEMBRO DE1965
DE ANGOLA
M.P.L.A.
TÉL. 49-15
B.P. 2353
HUGO DE MENEZES
P.O.BOX1633
BRAZZAVILLE ACCRA-GHANA

RÉPUBLIQUE DU CONGO
--------------------
DEPARTAMENTO DE : PRESIDÊNCIA






Caro camarada ,

Informamos que é necessário enviar novamente fotografias e todos os elementos
de identificação para o título de viagem.
Aproveitamos a oportunidade para
Desejar bom Ano Novo.

Saudações revolucionárias.

Vitoria ou morte

Pelo Comité Director

Agostinho Neto
- Presidente -






A Força Do M.P.L.A. ,RESIDE NO APOIO QUE LHE CONCEDEM AS CAMADAS POPULARES NO INTERIOR DO PAIS ( Conferência de quadros do M.P.L.A..- 3 a 10 de janeiro de 1964)


LA FORCE DU M.P.L.A. RESIDE DANS LE SOUTIENS QUE LUI ACCORDENT LES MASSES POPULAIRES DANS L`INTERIEUR DU PAYS
( conférence des cadres du M.P.L.A.- 3 au 10 janvier 1964)

Anónimo disse...

Mário de Andrade
14 Rue de Monastir Rabat, le 2 janvier 65
Rabat




Meu caro Hugo,

Embora tardiamente ,Sarah e eu próprio formulamos os melhores votos para 1965, à família Menezes … “ sita em Accra”.

Enviamos um telegrama (assinado pelo secretariado da CONCP) a saber exactamente quando pensavas fazer sair o primeiro número do jornal.
Evidentemente, preparei algumas notas sobre a nova literatura e a revolução nas colónias portuguesas. Alem disso, penso que seria extremamente importante que o jornal fizesse eco regular das publicações da CONCP. Informo - te, a este respeito, que , em principio, terá lugar (passe o galicismo em Rabat, no fim desta semana a primeira reunião do comité preparatório da 2ª conferência das organizações - membros. Claro que mandarei o comunicado final.
Como vão as démarches para o lançamento do jornal Faulha? Queres informar o DAMZ que “ Etincelle” chega-nos aqui via… marítima?

Gostaria de obter a referência do livro sobre as relações económicas com Portugal, de que me falaste. Poderei continuar a expedir outros livros de que necessites para os teus estudos.
Diz algo, brevemente. Abraços do


Mário (Mario Pinto de Andrade)

Anónimo disse...

Ref.69/B/62 Léopoldville,21 de 1962

Caro Hugo
Saúde

Para que possas continuar a acompanhar os assuntos da nossa luta em especial ao desejado Front junto envio pelo Kassinda um dossier de todas as demarches efectuadas para prosseguimento do do acordo de principio aasinado entre Accra p elos três partidos que bem conheces. O dossier se destina ao presidente Krumah e por isso peço - te de o fazeres chegar ao destinatário . É nosso empenho para que essa entidade seja o juiz do processo e por essa razão pretendemos pôr -lhe ao corrente de todas as demarches efectuadas nesse sentido . Quanto ao governo do Congo tomamos agora uma posição séria. Apresentamos ontem um protesto ao Ministro de informação pelas noticias tendenciosas na Radio- difusão do chamado “Governo da República de Angola no Exílio” e seus “ministros “. Igualmente enviamos cópias do protesto ao Presidente da república, Primeiro Ministro do interior. Ultimamente a situação do refugiado em Léopoldville agrava-se pois que cobram actualmente para o “sejour “ 50 frs mensais. Já apresentamos também uma reclamação por tal facto porque achamos impróprio para com os refugiados que nada possuem. A situação no interior continua a mesma . Os nossos adversários continuam com as duas mentiras, simplesmente os 22 militares preparados não querem entrar no interior de Angola sem formação do verdadeiro Front .
O soba da Sanzala muitas manobras utiliza para mante-los dentro mas parece nada resultar. Temos recebido muitas noticias do interior. O povo está exausto e impaciente com a desunião constante dos partidos. Esperamos que procures usar da tua influência junto do soba de lá para que a decisão penda para nós mesmo sem o Front. Esperamos que nos informes se há possibilidades de podermos mandar publicar ai o relatório do Padua . Agradecemos a informação ainda na volta do correio visto tratar-se de um assunto de importância e muito urgente. Eu não sei o se o Mário te falou desse assunto, mas posso assegurar-te que foi aprovado numa reunião do C.D ( comité director) a publicação do relatório. A
Publicação pretende-se que seja em brochura, se demora para não perder a actualidade , visto os relatos apanhados no depoimento da Onu terem sido já publicados por 250 jornais conforme noticia em nosso poder. Temos de andar meu caro. Desejo-te bom trabalho e muito êxito. Aceite cumprimentos de todos.
Do amigo e compatriota

Graça

Anónimo disse...

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO
DE ANGOLA
M.P.L.A.
51,Avenue Tombeur de Tabora
LEOPOLDVILLE
--------------

Por ocasião da campanha eleitoral que se desenrola em Portugal com vista às eleições legislativas anunciadas para 12 de Novembro corrente, o comité director do MPLA declara, mais uma vez ,o seu pleno apoio ao movimento da oposição democrática Portuguesa ao regime ultra - colonialista e fascista de Salazar.
Apesar da diversidade dos programas das várias correntes do movimento da oposição democrática Portuguesa ,o comité director do MPLA constata um denominador comum em todos esses programas : um espírito realista e democrático que, se animasse o poder político português , possibilitaria a resolução dos problemas coloniais sem necessidade a violência armada ,das confrontações sangrentas de que são já vítimas há dez meses o povo de Angola e o povo português.

Enquanto perdurar ,o regime de salazar continuará a praticar arbitrariedades e violência e só deixará ao povo de Angola a luta armada como única possibilidade de sair das intoleráveis condições de opressão e de exploração em que esse tenta mantê-lo.
É, pois evidente que, enquanto perdurar o regime ultra- colonialista e fascista de Salazar, o movimento da resitência armada do povo Angolano prosseguirá , com os seus fluxos e refluxos , até vitoria final.

Certo de que a sua luta activa e plena de sacrifício vem contribuindo concretamente para levar à morte o regime de Salazar, o povo de Angola tem o direito de esperar que o povo Português preencha as jornadas da presente campanha eleitoral com acções decisivas para o derrubamento do regime fascista.

O COMITÉ DIRECTOR DO M.P.L.A.

Léopoldville, 3 de Novembro de 1961


(A carta faz parte do Espolio de um dos fundadores do M.P.L.A DR Hugo José Azancot de Menezes.)

Anónimo disse...

Conakry, le 31/8/ 1959



Nº----------/BP



LE BUREAU POLITIQUE DU PARTI DEMOCRATIQUE

DE GUINEE à
- CONAKRY-


Aux responsable de MAC ( Portuguais ) Conakry.

Chers camarades

Nous vous accusons réception de votre lettre s/ Nº --------- du 31-8-59 relative á la creation d`un bureau, a la subvention etc……………………………………...........

Cette affaire sera examinée au cours de la plus prochaine réunion du Bureau Politique du P.D.G. dont la decision vous sera comuniquée immediatement./.







Fraternellement


Le Secretaire Permanent


Parti Democratique de Guinée----Bueau Politique

Mara Diomba

Député



( carta pertencente ao espolio de um dos fundadores do M.P.L.A. ,Dr Hugo José Azancot de Menezes).

Anónimo disse...

CORPO VOLUNTÁRIO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
(C.V.A.A.R.)

Brazzaville ,18 de Setembro de 1961



Caro Mario de Almeida, prezado compatriota:

Saudações cordiais. Em resposta à sua carta de 8 de setembro de 1961, temos a informar-lhe que estivemos com o Videira em Accra e lhe fizemos ciente dos objectivos da nossa organização.

Junto lhe enviamos os estatutos para sua completa documentação.

a) Alojamento: O comité Administrativo da nossa organização resolvendo que o bureau principal do C.V.A.A.R. ficasse instalado em Leopoldville, e os médicos morassem juntos num sistema de mêsse, numa villa que satisfizessem as condições exigidas para todos os casais.

b) O local de trabalho é junto dos refugiados ,ao longo da fronteira com Angola.

c) As deslocações são à cargo da organização

d) Aguardamos a oficialização do C.V.A.A.R. pelo governo do Congo para iniciarmos a nossa actividade. Nessa altura entraremos em contacto consigo.

e) Não há propriamente honorários. Consoante as possibilidades materiais do C.V.A.A.R. ,assim serão as verbas para manutenção dos médicos e suas famílias.

E é tudo. Aceite as nossas melhores saudações fraternais com um abraço amigo.




Pelo comité Administrativo do

CORPO VOLUNTARIO ANGOLANO DE ASSISTENCIA AOS REFUGIADOS




Américo BOVOADIDA (Secretário Geral)

Anónimo disse...

COMITÉE DE LIBERTAÇÃO DE S. TOMÉ E PRINCIPE
(C.L.S.T,P.)


COMITÉ DE LIBERTATION DE SAN THOME COMMITTEE TO LIBERTATION OF
ET PRINCIPE. SAINT THOMAS AND PRINCIPE.


B.P. 489
LIBREVILLE
8/4/62

CARO HUGO


Recebi ontem o teu telegrama que nos deixou um pouco confusos.

No entanto agimos imediatamente no sentido de partir o mais depressa possível, “ mesmo sem croas”.
A minha deslocação neste momento é de todo impossível. Penso que imensas coisas se passam em Leopoldina e no mundo, coisas que, em consequência das limitações materiais e condicionalismo político aqui, temos ignorado quase por completo.
A malta de resto, pôr te a ao corrente. Creio e temos de encarar outra saída . Não sei quando poderei passar por aí, mas sinto que é necessário.
Peço-te e a malta que dêem ao Onet e ao Carlos ajuda se alguma dificuldade surgir ,no plano político, pois que no plano económico eles necessitarão indubitavelmente.
Com muitas dificuldades ,conseguimos obter passagens, mas acontece que o Onet deve seguir, de preferência, directamente para Lagos. Se vos for possível cobrir a diferença entre Brazzaville - Lagos e Brazzaville - Libreville, seria óptimo .
Cá por casa ,tudo mais ou menos bem , além da escassez de massas, devido ao custo ,incrivelmente alto de vida.

Já cá temos o D. Mikas ( Suiny- Patrice….. Trovoada)

Anónimo disse...

( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES ,UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
(M.P.L.A.)
51.Avenue Tombeur de Tabora ,51
3.P. 720 - LEOPOLDVILLE

COMUNICADO A TODA ORGANIZAÇÃO DO M.P.L.A.


Nas condições particularmente difíceis em que decorre a revolução Angolana, o Congresso do M.P.L.A. Está impossibilitado de intervir normalmente na solução dos problemas da sua competência.

Para as condições anormais do presente , impõe-se um processo excepcional, salvaguardando -se porém todo respeito à competência do congresso para logo que as condições da nossa luta voltarem ao mínimo de normalidade.

O comité Director do M.P.L.A. Nas suas sessões de 13 , 21 e 22 de Maio de 1962, com a intenção única de fazer avançar a revolução com o máximo de eficácia e de segurança , decidiu - com plena responsabilidade de que dará conta ao próximo congresso - remodelar o comité Director do M.P.L.A..
O novo Comité Director do M.P.L.A. é assim constituído:

MARIO DE ANDRADE

MATIAS MIGEIS

HUGO DE MENEZES

LUIS DE AZEVEDO JUNIOR

GRAÇA DA SILVA TAVARES

DEOLINDA D`ALMEIDA

JOSÉ BERNARDO DOMINGOS

GEORGES MANTEYA DE FREITAS

VER. DOMINGOS FRANCISCO DASILVA

DESIDERIO DA GRAÇA

JOÃO VIERA LOPES

JOÃO GONÇALVES BENEDITO

JOSÉ MIGUEL
Mário de Andrade continua com as funções de Presidente do M.P.LA.
Matias Migueis passa a exercer as funções de vice - Presidente do M.P.L.A.
O posto de Secretario - Geral é substituído por um Secretário cuja composição é a seguinte:

Graça da Silva Tavares - 1º secretário

João Viera Lopes - 2º secretário

Desidério da Graça - 3º secretário


O novo Comité Director do M.P.L.A. Entra imediatamente em função.

Léopoldville ,25 de maio de 1962.




O COMITÉ DIRECTOR

Anónimo disse...

( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES ,UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
(M.P.L.A.)
51.Avenue Tombeur de Tabora ,51
3.P. 720 - LEOPOLDVILLE

COMUNICADO A TODA ORGANIZAÇÃO DO M.P.L.A.


Nas condições particularmente difíceis em que decorre a revolução Angolana, o Congresso do M.P.L.A. Está impossibilitado de intervir normalmente na solução dos problemas da sua competência.

Para as condições anormais do presente , impõe-se um processo excepcional, salvaguardando -se porém todo respeito à competência do congresso para logo que as condições da nossa luta voltarem ao mínimo de normalidade.

O comité Director do M.P.L.A. Nas suas sessões de 13 , 21 e 22 de Maio de 1962, com a intenção única de fazer avançar a revolução com o máximo de eficácia e de segurança , decidiu - com plena responsabilidade de que dará conta ao próximo congresso - remodelar o comité Director do M.P.L.A..
O novo Comité Director do M.P.L.A. é assim constituído:

MARIO DE ANDRADE

MATIAS MIGEIS

HUGO DE MENEZES

LUIS DE AZEVEDO JUNIOR

GRAÇA DA SILVA TAVARES

DEOLINDA D`ALMEIDA

JOSÉ BERNARDO DOMINGOS

GEORGES MANTEYA DE FREITAS

VER. DOMINGOS FRANCISCO DASILVA

DESIDERIO DA GRAÇA

JOÃO VIERA LOPES

JOÃO GONÇALVES BENEDITO

JOSÉ MIGUEL
Mário de Andrade continua com as funções de Presidente do M.P.LA.
Matias Migueis passa a exercer as funções de vice - Presidente do M.P.L.A.
O posto de Secretario - Geral é substituído por um Secretário cuja composição é a seguinte:

Graça da Silva Tavares - 1º secretário

João Viera Lopes - 2º secretário

Desidério da Graça - 3º secretário


O novo Comité Director do M.P.L.A. Entra imediatamente em função.

Léopoldville ,25 de maio de 1962.




O COMITÉ DIRECTOR

Anónimo disse...

( DOCUMENTO PERTENCENTE AO ESPOLIO DO DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES ,UM DOS FUNDADORES DO M.P.L.A.)

MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA
(M.P.L.A.)
51.Avenue Tombeur de Tabora ,51
3.P. 720 - LEOPOLDVILLE

COMUNICADO A TODA ORGANIZAÇÃO DO M.P.L.A.


Nas condições particularmente difíceis em que decorre a revolução Angolana, o Congresso do M.P.L.A. Está impossibilitado de intervir normalmente na solução dos problemas da sua competência.

Para as condições anormais do presente , impõe-se um processo excepcional, salvaguardando -se porém todo respeito à competência do congresso para logo que as condições da nossa luta voltarem ao mínimo de normalidade.

O comité Director do M.P.L.A. Nas suas sessões de 13 , 21 e 22 de Maio de 1962, com a intenção única de fazer avançar a revolução com o máximo de eficácia e de segurança , decidiu - com plena responsabilidade de que dará conta ao próximo congresso - remodelar o comité Director do M.P.L.A..
O novo Comité Director do M.P.L.A. é assim constituído:

MARIO DE ANDRADE

MATIAS MIGEIS

HUGO DE MENEZES

LUIS DE AZEVEDO JUNIOR

GRAÇA DA SILVA TAVARES

DEOLINDA D`ALMEIDA

JOSÉ BERNARDO DOMINGOS

GEORGES MANTEYA DE FREITAS

VER. DOMINGOS FRANCISCO DASILVA

DESIDERIO DA GRAÇA

JOÃO VIERA LOPES

JOÃO GONÇALVES BENEDITO

JOSÉ MIGUEL
Mário de Andrade continua com as funções de Presidente do M.P.LA.
Matias Migueis passa a exercer as funções de vice - Presidente do M.P.L.A.
O posto de Secretario - Geral é substituído por um Secretário cuja composição é a seguinte:

Graça da Silva Tavares - 1º secretário

João Viera Lopes - 2º secretário

Desidério da Graça - 3º secretário


O novo Comité Director do M.P.L.A. Entra imediatamente em função.

Léopoldville ,25 de maio de 1962.




O COMITÉ DIRECTOR

Anónimo disse...

Caro Hugo




Saúde para si e para a família. Nós por cá tudo normal excepto a complicação dos disparates dos amigos da Firma UPA- PDA que se pretendem grandes vítimas do nacionalismo angolano quando é certo sofrerem do nacionalismo de ricos…
Deves estar ao corrente de que provavelmente na 2ª quinzena de Setembro se deve realizar o congresso popular para modificações disciplinares no nosso movimento. Como todos os membros do comité Director devem assistir a ele, era e é máxima conveniência que respondesse ao telegrama que o MPLA te enviou confirmando a minha aceitação da proposta do presidente Nkrumah e tua a fim de eu ficar a trabalhar em Accra.

Convém que me responda se recebeu o telegrama e quando conta que eu possa aparecer aí, para também aqui se fazer um plano de trabalho de sorte a minha ausência mesmo inopinada não prejudique a boa marcha das coisas.
Recomendações da minha família à sua.
Abraço e saudações nacionalistas.
Ao seu dispor
Leo , 30/08/ 1962

José Domingos