quinta-feira, 15 de maio de 2008

LÍNGUA GALEGA QUER INTEGRAR LUSOFONIA

Porto, 14 Mai (Lusa) - A Associação Galega da Língua (AGAL) promove domingo uma manifestação em Santiago de Compostela para defender o reconhecimento do galego como parte integrante da lusofonia e denunciar as políticas de normalização linguística desenvolvidas pelo Estado espanhol.
"Não temos nenhum problema que a língua galega se chame português", assegurou Alexandre Banhos Campo, da AGAL, em declarações à Lusa, alertando que "o português da Galiza está numa situação muito difícil".
"O mundo tradicional que funcionava na língua galega está em quebra", lamentou.
Os dados estatísticos que referiu indicam que "90 por cento dos galegos, com mais de 65 anos, falam português da Galiza, mas essa percentagem é muito reduzida entre os que têm menos de 20 anos".
"O processo de reconhecimento autonómico e político levou a uma espécie de oficialização da língua galega, mas o modelo que nos é imposto nas escolas e na comunicação social é baseado no padrão castelhano", afirmou Alexandre Banhos Campo.
Nesse sentido, "como o português é uma língua estrangeira para os espanhóis, a aproximação do galego à lusofonia é entendida como um delito".
"Não queremos que o galego seja uma língua estrangeira para o português", afirmou.
Alexandre Banhos Campo recordou que o Norte de Portugal e a Galiza foram "o berço da lusofonia", frisando que "o português original era a língua que se falava no século IX entre as cidades do Porto e Santiago de Compostela".
Por isso, defendeu que "o galego se confunda com o português", mantendo, no entanto, as suas especificidades próprias.
"No Rio de Janeiro fala-se de uma forma diferente da que se fala em Lisboa, mas ninguém duvida que são as duas português", frisou.
Alexandre Banhos Campo frisou que se vive na Galiza "um processo de substituição linguística que não se pode chamar de normalização".
Nesse contexto, revelou que "a Galiza está cheia de pessoas que perderam os seus postos de trabalho por dizerem que a sua língua é o português".
"Na Galiza é proibido receber as televisões portuguesas, o que, além de dever preocupar as autoridades portuguesas, vai contra o que aprovou por unanimidade o parlamento galego", afirmou.
FR.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

4 comentários:

zigoto disse...

Visitei recentemente a Galiza e, pelo que vi e ouvi, compreendo perfeitamente esta aspiração.
Por exemplo, em Lugo, na porta principal da muralha romana, procedia-se à recolha de assinaturas para que as crianças pudessem aprender galego na escola.
Também me apercebi que, no hotel, havia vários canais televisivos mas nenhum era português.
E andamos nós com receio da "invasão" espanhola...quando, afinal, parece ser Madrid com medo que a Galiza estreite relações connosco.

Anónimo disse...

Se não fosse Juan Carlos I, já a Espanha tinha implodido há muito; pelo menos desde a morte de Franco.
E é por isso que a velha Castela só consegue governar-se em ditadura ou sob a égide de um monarca acima das nacionalidades que a compõem.
Felizmente, saiu-lhe este rei como chefe de Estado.
Mas se Madrid não tomar juízo, e ainda pensar que manda como Carlos V, talvez se transforme num imenso país basco.
Da Catalunha...aos arredores do palácio Moncloa, não faltará quem reclame.
É que uma coisa são os estados e outra as nações, os povos e respectivas culturas.
Estas acabam sempre por prevalecer, lutando pela sua sobrevivência...com, ou sem os burocratas de Bruxelas.

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Calla-te, gallego!

Anónimo disse...

É o calas!
Como dizia o outro:
"A mim ninguém me cala".