terça-feira, 13 de maio de 2008

ARROGÂNCIA MINISTERIAL ACIMA DA LEI

O primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, e vários membros do gabinete do chefe do Governo violaram a proibição de fumar no voo fretado da TAP que ligou Portugal e Venezuela e que chegou às cinco horas da manhã de ontem a Caracas (hora de Lisboa, 23h30 na capital venezuelana). O assunto foi muito comentado durante o voo por membros da comitiva empresarial que acompanha Sócrates e causou incómodo a algum pessoal de bordo.

O supervisor do voo, a segunda autoridade a bordo logo após o comandante, disse não ter dúvidas de que era proibido fumar a bordo e, embaraçado, falou em “situações de excepção”. Um assessor do primeiro-ministro disse que “é costume” e que as pessoas [que iam a bordo] “não se importaram”.

O Airbus A 330 da TAP saiu de Lisboa às 21h00 de segunda-feira. O filme de segurança foi claro a explicar que aquele era um voo de não-fumadores, as luzes de proibição de fumar mantiveram-se acesas durante todo o percurso de oito horas e no folheto de segurança era também claro e explicado em letras garrafais a proibição.

Pelas 23h00, servida a refeição, alguns membros do gabinete do primeiro-ministro, que seguiam na traseira do avião, onde estavam também os jornalistas, começaram a dirigir-se para a frente da aeronave com maços de tabaco na mão. Falavam entre si no facto de “já se poder fumar”.

O local escolhido era a zona de serviço de pessoal de bordo, na parte da frente do avião que dividia a classe executiva, onde seguia o primeiro-ministro, os ministros e os secretários de Estado, da classe económica. Uma cortina junto à porta de emergência escondia os fumadores dos restantes passageiros. No local o cheiro a fumo era intenso. Um membro do pessoal de bordo aconselhava os fumadores a levarem copos com água para apagar os cigarros.

In “Publico”

Como os aviões da TAP em voo são território português, não se compreende a passividade (ou será receio?) do comandante da aeronave e respectiva tripulação. Será que a prestimosa ASAE vai agir em conformidade, ou estes cavalheiros estão acima das leis que impõem aos restantes cidadãos?

É que, onde há fumo, há fogo.

2 comentários:

zigoto disse...

Que se saiba, pelo menos em público, Salazar não fumava.
Mas, para proteger a indústria fosforeira nacional até criou um"imposto de isqueiro", que só podia acender-se "debaixo de telha" [como rezava a lei].
À época, havia quem trouxesse um pedaço de telha no bolso para acender (legalmente) o cigarro com o isqueiro.
Pelo andar da carruagem, este 1º ministro vai longe...
Se o permitirmos, é claro.

Anónimo disse...

Arrogância ministerial acima da lei e não só! Também houve da parte do comandante da "aeronave" muita subserviência quando se sabe que tinha autoridade para exigir que não se fumasse. Somos assim...temos o que merecemos.