Senhor Primeiro Ministro
O facto de Vossa Senhoria ter decidido fumar umas cigarradas a bordo de um avião fretado pelo seu governo, desencadeou uma avalanche de notícias e comentários polémicos, a que nem consagrados constitucionalistas [tidos como ‘pais’ da Constituição que nos rege] se furtaram.
Sei que Vossa Senhoria anda pelas estranjas e ainda não se apercebeu do reboliço que por aqui vai, embora se tenha – talvez (mal) aconselhado pelos seus assessores de imagem e comunicação – apressado a confessar algumas inconveniências que só serviram para dar trunfos a quem o critica por ter fumado a bordo de um avião.
E aí cometeu, permita-me que lho diga, o segundo erro – já que o primeiro foi fumar a bordo de um avião em voo – e, enquanto passageiro prevaricador, se dever limitar ao pagamento da respectiva multa de bom grado.
Enquanto Primeiro-Ministro, talvez lhe ficasse melhor apresentar desculpas pelo facto, do que fazer promessas extemporâneas que não cumprirá.
Já pensou na falta que lhe vai fazer a bengala da nicotina nos tempos mais próximos?
Ninguém melhor do que Vossa Senhoria calcula o stress que aí vem. Principalmente para si que vai ter de terminar a legislatura em manifesta crise social, económica e financeira, e pretende ganhar as eleições, o momento escolhido para esse sacrifício não podia ser pior.
Quando aterrar, pense melhor, e diga mais uma daquelas em que é especialista:
“Não foi isso que prometi, só pretendi dizer que tenciono um dia deixar de fumar (como tem feito com o resto das suas promessas), e hei-de cumprir.
Vá lá, não leve a mal nem amue.
E aproveite a opinião solidária deste velho tabagista que também pretende deixar de fumar.
Ps: já agora, veja lá se reduz ao menos os impostos sobre os combustíveis e o tabaco, já!
Álvaro Fernandes
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