sexta-feira, 23 de maio de 2008

RESISTÊNCIA E LIBERDADE

As instalações da antiga cadeia do Aljube, em Lisboa, devem ser reconvertidas na sede de um Museu da Liberdade e da Resistência - centro de uma rede museológica que reuna edifícios historicamente ligados ao combate à ditadura.

Esta é uma das propostas de um projecto assinado por todos os partidos com assento parlamentar, que recomenda ao Governo várias medidas no sentido de preservar a memória da resistência à ditadura e do combate pela democracia. "É chegado o momento de tomar medidas efectivas", refere o documento, sublinhando que esta é uma "obrigação política do Estado e dos órgãos eleitos no âmbito do regime político legitimado pela revolução de 25 de Abril de 1974".

Intitulado "Divulgação às futuras gerações dos combates pela liberdade, pela resistência à ditadura e pela democracia", o projecto propõe a criação de um Roteiro Nacional da Liberdade e Resistência, através dos "lugares e de edifícios-símbolo considerados de interesse nacional". Uma iniciativa que deve ser estendida ao plano regional, refere ainda o texto, propondo também a edificação de um memorial em Lisboa, que "como monumento público exprima a homenagem e o reconhecimento nacionais ao combate cívico e à resistência em prol da liberdade e democracia."

Apoio à investigação sobre o período do Estado Novo e promoção da história contemporânea portuguesa nos currículos escolares são outras medidas previstas, num texto que recomenda ainda uma política de cooperação com as ex-colónias, que permita a preservação do património "de luta comum pela liberdade" - caso em que é apontado o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.

O projecto surge na sequência de uma petição do movimento "Não Apaguem a Memória" (ver caixa ao lado) , uma iniciativa de um conjunto de cidadãos, motivada pelo protesto contra a transformação da antiga sede da PIDE, em Lisboa, num condomínio de luxo. A petição foi discutida em plenário em Março de 2007, e depois retomada pelo deputado socialista Marques Júnior. Após vários meses de negociações com todos os partidos, o documento final, consensual (o PCP tinha um projecto próprio, que deverá agora retirar) foi entregue quarta-feira na mesa da Assembleia da República.

In DN

1 comentário:

Anónimo disse...

Tanto como não deixar apagar a memória da ditadura, e dos que a ela resistiram, importa lutar contra os novos ditadorzecos que por cá vão proliferando.
Eles andam por aí...e alguns até já treparam para o poleiro, com os votos desta chamada democracia.
Pois! O Hitler também foi eleito...com maioria absoluta.