domingo, 18 de maio de 2008

O MAU “EXEMPLO” DE SÓCRATES

Esta semana é para esquecer. O acontecimento principal, que todos os meios de comunicação social noticiaram, debateram, comentaram e criticaram até à náusea, foi os três cigarros que Sócrates fumou no avião. Ainda por cima, para justificar a violação da lei publicada pelo seu próprio governo, afirmou que "não sabia que não se podia fumar" em voos daquele tipo. Desde quando a ignorância da lei justifica qualquer violação da mesma? O que interessa agora, se Sócrates quer dar um bom "exemplo", é que ele pague a coima pela infracção que cometeu, como faria qualquer cidadão.
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Tudo isto serviu apenas para a nossa brilhante imprensa esquecer o principal e explorar o irrisório. Sócrates afirmou ao chegar que a importância desta visita à Venezuela era justificada pela cerca de duas dezenas de acordos assinados pelas duas partes. Quais acordos? Não se ouviu falar de quaisquer acordos. A imprensa fez o grande favor a todos os portugueses de nada dizer sobre eles. Para comprar o quê? Para vender o quê? Para pagar como? Por quantos anos os acordos, se realmente existem, serão válidos? De tudo isto nada se sabe.
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Razão tem Pacheco Pereira quando diz (na Quadratura do Círculo transmitido pela SIC) que "Portugal é o país da irrelevância".
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É verdade, infelizmente. Triste país este onde a imprensa não dá qualquer relevo ao relevante e apenas se preocupa com o irrelevante.

1 comentário:

zigoto disse...

Tens razão, meu caro Abacaxi
Mas, por enquanto, ainda nos resta este espaço para resistirmos à anestesia da chamada "comunicação social", que nos vai entretendo com futebóis e outros palhaços.
E, se também aqui nos silenciarem, logo encontraremos outra forma de expressão.
Como diria o poeta:
"Não há machado que corte a raiz ao pensamento"...