Se há quem não goste de cortar o cabelo, eu sou um e, em pequeno, só o fazia obrigado.
Ao longo da vida, tive esperança que me fosse caindo, tornando a ida ao baeta uma desnecessidade. Mas vá lá saber-se a razão dessa e tantas outras esperanças não se concretizarem… não me calhou essa sorte.
O facto é que, embora mais branco do que a neve, continua a crescer mais do que neva na Serra da Estrela. O que me obriga ao sacrifício da tesoura no toutiço com demasiada frequência. Hoje, com a lã a saltar-me as cancelas e a tapar-me a prótese ocular, lá voltei à tosquia.
Como todos sabemos, o único local em que se sabe mais do que as vizinhas contam umas às outras, é no barbeiro (hoje dito cabeleireiro talvez por lá se aparar cada vez menos a barba), principalmente quando não precisamos sair do bairro. Como foi o caso.
À espera dos costumados mexericos bairristas e do inevitável futebol , qual não foi a minha surpresa?
Ele era a crise, o petróleo, o preço da gasolina, o Sócrates, a carestia, o (des)governo, os políticos, os partidos, a fome, a greve dos pescadores e a, por enquanto, contida revolta.
Acreditem que me reconciliei com o baeta.
4 comentários:
Diz-me só aonde fica esse baeta.
Vou já lá cortar o cabelo...
obrigado amigo...
já me tinha esquecido do velho " ir ao baeta "...
A ópera de Rossini, o Barbeiro de Sevilha, vem muito a propósito...
Um óptimo post..
Este "baeta" é uma anormalidade. Onde é que ele está?
É, é! É um achado e fica cá no meu bairro.
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