Já não há pachorra para comentar o que quer que seja, nem reportar a actualidade que nos chega ao conhecimento.
Já repararam que somos intoxicados por “notícias” exaustivamente repetidas por toda a chamada “comunicação social”, sem sabermos o que se passa, as razões, os responsáveis, a verdadeira posição de quem nos governa, enfim, a verdade dos factos?
Já repararam que fazem dos cidadãos joguetes iludidos com a metáfora da caverna de Platão? Só que, agora, quem “trabalha” a ilusão do jogo de luz e sombra é o governo; os governos; o poder; os poderes que nos dominam e exploram.
Já não há pachorra! Até por já ninguém acreditar na banha da cobra que tentam vender-nos. Até por todos assistirmos, e sermos implacavelmente asfixiados pelo sistema que teima em subjugar-nos, sem encontrarmos forma de resistir, denunciar e vencer os títeres responsáveis pela situação em que se encontra a Humanidade e, entre ela, nós, cada um e todos nós.
Já não há pachorra, para dizer, explicar, exclamar, argumentar, discutir. Já ninguém nos ouve. Ou nos subjugamos à vontade de quem manda, ou resta-nos o desemprego, a marginalização, o abrigo no cartão à porta de um vão de escada.
Já não há pachorra para gastar palavras e fôlego com esta pandilha.
Mas há um clamor que pode tornar-se ensurdecedor:
O SILÊNCIO TEM VOZ.
Aqui deixo o silêncio da voz que já gastei…esperando que ainda sejam capazes de o escutar.
Álvaro Fernandes
10 de Fevereiro de 2009
Sem comentários:
Enviar um comentário