segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Verdade e mentira...

Finalmente os governantes do sítio bateram no fundo e começaram a tentar falar verdade aos indígenas. Custou, mas a realidade crua e nua dos números a isso os obrigou.
É triste que assim seja. Que só depois de muitas mentiras e de muita poeira atirada para os olhos das pessoas os discursos oficiais comecem a ter alguma coisa a ver com a miserável situação económica do sítio.
E também é muito significativo que a mentira possa ser premiada e a verdade condenada na praça pública por muitos imbecis que andam por aí à solta a defender as suas sinecuras e mordomias.
Os factos falam por si. A economia lusa afundou-se 2 por cento no último trimestre de 2008 e estagnou no conjunto do ano. Muito bem.
No dia 14 de Novembro do ano passado, quando o crescimento no terceiro trimestre foi nulo, Manuel Pinho, ministro da Economia, afirmou que estes brilhantes números mostravam que a economia do sítio estava a resistir à crise e realçava o facto de muitos outros países já estarem em recessão.
É evidente que esta mentira oficial não se limita a Manuel Pinho, um homem muito dado a afirmações bombásticas que a realidade não tardava a atirar para as profundezas do ridículo.
O seu colega Teixeira dos Santos, das Finanças, só muito recentemente reconheceu que andava às cegas no meio da tormenta, sem GPS, e que as nuvens eram tantas que nem as estrelas o salvavam.
Acontece que esta mentira oficial não é um exclusivo destes dois senhores. Faz parte de uma certa forma de estar e de fazer política neste sítio miserável, pobre, deprimido, manhoso e cada vez mais mal frequentado.
É por isso que não deixa de ser irónico que muitos mentirosos andem agora assanhados com a amnésia de Dias Loureiro sobre o BPN. É por isso que tresandam a hipocrisia as críticas e os ataques desenfreados dos mentirosos do costume à política de verdade da líder do PSD.
É por isso que não deixa de ser sintomático o incómodo de muita gente, dentro e fora do maior partido da Oposição, mesmo no seio do todo-poderoso PS, com as repetidas afirmações de Manuela Ferreira Leite sobre a verdade na política e a sua recusa em alinhar nos tristes e obscenos espectáculos de marketing.
Numa altura em que o sítio está rapidamente a caminho de bater no fundo, o que faz falta é falar verdade e apontar o dedo às muitas sereias que engordaram e enriqueceram nesta triste democracia da treta à custa de muita mentira, de muita miséria e de muita corrupção.
Moral e material.
António Ribeiro Ferreira
in CM

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