quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cesário Verde...Foi Poeta...Nasceu há 154 anos...

José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de Fevereiro de 1855Lumiar, 19 de Julho de 1886) foi um poeta português .
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em
1873, frequentando por apenas alguns meses o curso de Letras. Ali conheceu Silva Pinto, grande amigo pelo resto da vida.
Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais) e as atividades de comerciante, herdadas do pai.
Em
1877 lhe começou a dar sinais a tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes servem de inspiração a um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da
tuberculose, sem sucesso; vem a falecer no dia 19 de Julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde (disponível ao público em 1901), compilação de sua poesia.
De poesia delicada, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, seus cenários prediletos. Evitou o lirismo tradicional, expressando da forma mais natural possível.
Índice
1 Poetização do real
2 A dicotomia cidade/campo
3 A mulher em Cesário Verde
4 A poética de Cesário e as escolas literárias
5 Importância da representação do quotidiano na poesia de Cesário Verde
6 Linguagem e estilo
.
Heroísmos
.
Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.
.
Eu temo o largo mar, rebelde, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.
.
Contudo, num barquinho transparente,
No seu dorso feroz vou blasonar,
Tufada a vela e n'água quase assente,
.
E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!
.
(Lisboa, 1874)

Sem comentários: