quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sócrates trapalhão...


No debate quinzenal com o primeiro-ministro, Bloco de Esquerda e PCP confrontaram José Sócrates com uma operação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que atribuiu de bandeja 62 milhões de euros ao empresário Manuel Fino.
Na altura, Manuel Fino quis vender acções da Cimpor à CGD para saldar uma dívida com o banco. Mas o banco público comprou cada acção da Cimpor na posse de Manuel Pinho por mais 25% do que cada uma delas valia.
No total, o empresário encaixou 62 milhões de euros a mais, tendo a Caixa contabilizado o mesmo valor como prejuízo. Mas, pior ainda, a Caixa deu um segundo prémio ao empresário: uma "opção de recompra" das acções que vendeu, a qualquer momento, nos próximos três anos.
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Confrontado esta quarta-feira no parlamento sobre o prémio de 62 milhões de euros que a Caixa Geral de Depósitos atribuiu ao empresário Manuel Fino, José Sócrates remeteu as explicações para o ministro das finanças que por sua vez as remeteu para a Caixa Geral de Depósitos.
À saída do plenário e perante a insistência dos jornalistas, Sócrates visivelmente atrapalhado, desdobrou-se em explicações fugazes.
"Não tenho informações sobre isso", "não conheço sequer", "não sei, não acompanho" , foram as expressões balbuciadas por Sócrates, antes de precisar: "só tive conhecimento do assunto ontem".
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Apesar de Sócrates garantir que só teve conhecimento há um dia atrás, a notíca sobre o prémio atribuído pela CGD a Manuel Fino já foi divulgada pelo Jornal de Negócios há pelo menos uma semana. Até o deputado Vera Jardim já endereçou, há cinco dias atrás, um requerimento ao governo pedindo explicações sobre o assunto.
in Esquerda.Net
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Que mal fizémos nós para ter-mos um trapalhão incompetente e mentiroso compulsivo, como 1º ministro???...
Será que temos o que merecemos???...Talvez sim...

1 comentário:

zigoto disse...

Só agora decidi comentar esta comédia, pelas seguintes razões:
- Num primeiro tempo, o comentário do Antoni, era mais do que suficiente;
- Também tive a certeza que a questão não ficaria encerrada com as trapalhadas de José Sócrates (mais uma, e grave) e, muito menos com as 'explicações' que ele - autorizado pelo presidente da Assembleia da República - declinou no chamado ministro das finanças;
- Pois bem: o tal ministro das "finanças" acaba de explicar à oposição, que continua a interroga-lo acerca desse 'negócio', porque "só dá orientações gerais à CGD" e não interfere nos actos de gestão que cabem à administração.
Mal seria se confessasse o contrário...
- Entretanto, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) - único banco não privado, público e dependente do Estado - saiu-se hoje com um comunicado afirmando que a 'compra' de acções da Cimpor a um devedor, PARA SALVAR UMA DÍVIDA à CGD foi... "UM BOM NEGÓCIO";
- Resta saber a que título a CGD pagou mais 25 por cento sobre o preço em que tais acções estão cotadas em bolsa;
- Resta saber se a CGD acredita que as acções da Cimpor, com as quais o tal devedor - suponho que de apelido Fino, mas isso pouco importa - vão subir, pelo menos 25 por cento - e, nesse caso, a CGD se tinha limitado a arriscar o risco de jogar na bolsa dívidas que lhe cabe cobrar. A todo e qualquer custo, incluindo a penhora dos bens que o tal sr. Fino terá. Nessa fantástica hipótese de as acções - de qualquer empresa, incluindo essa tal Cimpor - teríamos mais do que o milagre da multiplicação dos pães. E adeus à crise. Viva a abundância, por obra e graça da forma como a GGD utiliza o capital que depositantes, o Estado e, portanto, todos nós, os contribuintes, lá temos;
- Resta saber a que título o primeiro-ministro e o seu respectivo ministro das finanças afirmam que nada têm a ver - e até desconhecem - os tais actos de gestão da administração da CGD;
- Já que este escandaloso e ruinoso 'negócio' saltou para a comunicação social, os cidadãos contribuintes sem dívidas ao Fisco ou à GGD têm o direito de saber o seguinte:
1º o sr. ministro das finanças concorda e responsabiliza-se pelo negócio da CGD com o sr. Fino? Se sim, percebo a razão porque não responde, na Assembleia da República, às perguntas que, a propósito, todas as bancadas da oposição lhe têm feito. Mas, nesse caso, é objectivamente responsável pelo tal negócio. Por uma razão simples, mas suficiente: a tutela da CGD é do ministro das finanças. Se não, deve responsabilizar e demitir a administração que nomeou para a CGD;
2º O primeiro-ministro - até por ter declinado publicamente a questão no seu referido ministro das finanças que, por sua vez, declina na administração da CGD, importa saber quem é que controla e fiscaliza o dinheiro dos contribuintes, as tais entidades fiscalizadoras dos valores mobiliários, o Banco de Portugal, as polícias e entidades judiciais que têm por dever investigar todo o tipo de crimes... inclusive o de 'colarinho branco'.
Disse.