sábado, 28 de fevereiro de 2009

HAJA VERGONHA

É óbvio que o que caracteriza um político profissional é a qualidade inimitável para dizer uma coisa e fazer o seu oposto. Ou a inversa, pois para um político não há diferença entre uma e outra. É uma “qualidade” que (alguns?) praticam com tanto zelo, com tanta ligeireza e tão repetidamente que parece quererem convencer-nos que se trata de uma virtude, pois continuam com a mesma cara como se as palavras contradição, vergonha e decência não existissem.
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Isto vem a propósito das palavras proferidas pelo primeiro a apelar à “ética democrática” e considerar que “há um combate decisivo a travar pela decência na vida democrática”, e outras de teor semelhante.
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Penso que tais afirmações lhe ficam muito mal e só o diminuem, pois põem a nu as suas (dele) contradições e a vergonha que ele deveria ter.
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Este primeiro, que se tem especializado em trafulhices nos mais variados domínios, entre a mentira óbvia (Orçamento de 2009, estudo da “OCDE”) e as nebulosas mal esclarecidas (licenciatura, projectos de engenharia civil, etc.), vem falar em “ética” e "decência". Este primeiro não percebe que, para a maioria dos portugueses, ele é a última pessoa que pode invocar tais preceitos. Até onde vai o descaramento desta personagem? Aliás, o descaramento é, em si mesmo, um sinal da falta de ética e de decência.

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