terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A Fisga


Há anos que venho afirmando: mudem o sistema se não isto vai acabar mal.
Trata-se de uma observação lógica, de quem nunca se habituou ao sistema que levou ao capitalismo selvagem, à especulação desenfreada, à impunidade do chamado crime de colarinho branco, à fuga aos impostos, à criação de offshores como instrumento de facilitismo da corrupção e, finalmente, à livre circulação de capitais e à absoluta desregulação do sacrossanto mercado.

Em suma, a tudo o que levou à crise que, os primeiros responsáveis por ela - governantes e banqueiros - continuam despudoradamente afirmando que era imprevisível, enquanto procuram salvar o sistema à custa dos contribuintes e do despedimento desenfreado de trabalhadores.

Finalmente, surgiu o Prof. Adriano Moreira - no Diário de Notícias de hoje, e sob o título "A Multidão", a explicar:
"Se o reformismo mão assume a mudança [do sistema], a violência assinalará a passagem para uma nova ordem."

Pois é! Da próxima vez não haverá cravos no canos das espingardas nem revolução das flores.
O poder cairá, inevitavelmente, na rua.

3 comentários:

Anónimo disse...

O prof Adriano Moreira é um homem que veio do antigo regime, é verdade! Mas como cidadão inteligente que é, tenta interpretar os novos ventos que assolam o mundo, e...talvez alertar com as suas sábias observações os novatos dirigentes que por aí andam a fingir que governam o mundo.

Anónimo disse...

O prof Adriano Moreira é um homem que veio do antigo regime, é verdade! Mas como cidadão inteligente que é, tenta interpretar os novos ventos que assolam o mundo, e...talvez alertar com as suas sábias observações os novatos dirigentes que por aí andam a fingir que governam o mundo.

zigoto disse...

Meu caro anónimo:
concordo consigo, e compreendo que se tenha limitado a clicar 2 vezes - ao publicar o seu comentário - para que tenha saído em duplicado. Acontece sempre que nos distraímos a teclar.
Mas já agora, aproveito para acrescentar ao (meu) texto, que teve a amabilidade de comentar, o seguinte:
Julgo que ninguém duvida que, ideologicamente, não me encontro muito próximo do Prof. Adriano Moreira - salvo pertencermos ambos (e todos os portugueses) à civilização judaica-cristã de onde bebemos o leite materno... há mais de dois mil anos.
Politicamente, pensamos e agimos de formas diferentes desde que, quer um quer outro, nesse campo nos manifestamos.
Desconheço o que pensa Adriano Moreira de mim. Nem me interessa.
Porém, sempre manifestei e mantenho o respeito intelectual que merece qualquer pessoa de bem, e um universitário com obra válida feita, como é o caso desse excepcional Professor.
Por isso me compraz ter oportunidade de citar uma opinião sua que coincide com a minha.
Quanto aos aprendizes de feiticeiro - a que o anónimo chama novatos - talvez conviesse aprenderem alguma coisa válida, antes de continuarem a dizer disparates e provocar o caos que insistem em defender.
Não tarda, e verão que nem as velhas contas numeradas da Suissa, ou os offshores em que julgaram ir gozar o paraíso da sua fraudulenta e criminosa eternidade, os safarão do inferno...
É que, por mais que tarde, há sempre um dia em que a Justiça é feita.