Biografia
Filho de um professor de pintura e de uma pianista, teve uma juventude em uma atmosfera cosmopolita. Estudou Filosofia na Alemanha e retornou a Moscou em 1914, ano em que publicou sua primeira coleção de poesias.
Durante a Primeira Guerra Mundial ele ensina e trabalha em uma usina química dos Urais, o que lhe deu matéria para a sua famosa saga Doctor Zhivago anos mais tarde.
Pasternak caiu em desgraça com as autoridades soviéticas durante os anos 1930; acusado de subjetivismo, ele conseguiu, no entanto, não ser enviado a um Gulag.
Foi-lhe atribuído o Prêmio Nobel de Literatura em 1958, mas ele não foi autorizado a recebê-lo por razões políticas.
Na Rússia é mais conhecido como poeta do que romancista, em virtude que o livro Dr. Jivago não fez muito sucesso na antiga União Soviética por motivos políticos.
Sobre "Doutor Jivago"
Em 1958, Boris Pasternak publicou seu mais conhecido trabalho no mundo ocidental: o romance Doctor Zhivago (no português, Doutor Jivago). O livro não pôde ser publicado na então União Soviética, devido às críticas feitas ao regime comunista na obra.
Os originais do livro foram contrabandeados para fora da "Cortina de Ferro" e editados na Itália, tornando-se rapidamente em um verdadeiro best-seller, fazendo de Pasternak vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.
Entretanto, pelo fato de ser um livro proibido pelo governo de Moscou, Pasternak foi impedido de receber o Nobel e acabou sendo obrigado a devolver a honraria.
A proibição da publicação de Dr. Jivago dentro da União Soviética vigorou até 1989, quando a política de abertura de Mikhail Gorbatchev, então líder da URSS, liberou a publicação da obra. Somente neste ano, os russos puderam conhecer a saga de Jivago.
Em 1965, Doutor Jivago ganhou uma adaptação para o cinema, com Omar Shariff, no papel principal. O filme ficou famoso também por sua grande trilha sonora, Theme´s Lara.
Entretanto, Pasternak não viveu para ver seu livro adaptado para as telas. Ele morreu em 1960.
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Definição de Poesia
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Um risco maduro de assobio.
Um risco maduro de assobio.
O trincar do gelo comprimido.
A noite, afolha sob o granizo.
Rouxinóis num dueto-desafio.
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Um doce ervilhal abandonado
Um doce ervilhal abandonado
A dor do universo numa fava.
Fígaro: das estantes e flautas
-Geada no canteiro, tombado.
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Tudo o que para a noite releva
Tudo o que para a noite releva
Nas funduras da casa de banho,
Trazer para o jardim um estrela
Nas palmas úmidas, tiritando.
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Mormaço: como pranchas na água,
Mormaço: como pranchas na água,
Mais raso. Céu de bétulas, turvo.
Se dirá que as estrelas gargalham,
E no entanto o universo está surdo.
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Tradução de Haroldo de Campos (1917)
Tradução de Haroldo de Campos (1917)
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