[Alma Lusa - 11.02.2009]
Letra: João Dias
Música: Raul Ferrão (Fado Alcântara)
Intérprete: Beatriz da Conceição* (in "Fado Capital", Ovação, 1994-1996)
Outra versão: Ricardo Ribeiro (in CD "Ricardo Ribeiro", col. Fado Antologia, CNM, 2004)
Este poema quisera que fosse grito
Para lá do infinito, além do tempo
Que o próprio vento o levasse em seu rumor
Como mensagem de amor, este poema;
Que minha voz fosse a voz da própria terra
Ecoando de serra em serra gritos de paz
Gestos de pão sagrados são, gestos de amor
Por cada um nasce uma flor em cada mão
Semideuses conquistam a Lua
Outros planetas, todo o Universo
E na Terra, tu criança nua
Que triste vegetas sem pão e sem berço
E às mãos que trocaram arados
E gestos sagrados de redes e remos
Por gestos de morte blasfemo
Gritarei no meu fado: o herói está errado
Quisera ser a força do mar revolto
Neste grito que ora solto em alta voz
E que este canto fosse a voz de todos vós
O pranto do vosso pranto, quisera ser;
Para dizer: mão sublimes, mãos ausentes
Na distância das sementes, voltem à terra
Ela vos quer de novo no seio sagrado
Pois há lamentos de prado na voz da terra
Semideuses conquistam a lua
Outros planetas, todo o Universo
E na terra, tu criança nua
Que triste vegetas sem pão e sem berço
E às mãos que trocaram arados
E gestos sagrados de redes e remos
Por gestos de morte blasfemo
Gritarei no meu fado: o herói está errado
E às mãos que trocaram arados
E gestos sagrados de redes e remos
Por gestos de morte blasfemo
Gritarei no meu fado: o herói está errado
*
URL: http://www.macua.org/biografias/beatrizdaconceicao.html
http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/50718.html
http://www.myspace.com/beatrizdaconceicao
http://jorgesilva.bloguedemusica.com/r264/Beatriz-da-Conceicao/
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[Alma Lusa - 12.02.2009]
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