quarta-feira, 22 de abril de 2009

Balada das Mãos Ausentes

[Alma Lusa - 11.02.2009]


Letra: João Dias

Música: Raul Ferrão (Fado Alcântara)
Intérprete: Beatriz da Conceição* (in "Fado Capital", Ovação, 1994-1996)

Outra versão: Ricardo Ribeiro (in CD "Ricardo Ribeiro", col. Fado Antologia, CNM, 2004)


Este poema quisera que fosse grito

Para lá do infinito, além do tempo

Que o próprio vento o levasse em seu rumor

Como mensagem de amor, este poema;

Que minha voz fosse a voz da própria terra

Ecoando de serra em serra gritos de paz

Gestos de pão sagrados são, gestos de amor

Por cada um nasce uma flor em cada mão

Semideuses conquistam a Lua

Outros planetas, todo o Universo

E na Terra, tu criança nua

Que triste vegetas sem pão e sem berço

E às mãos que trocaram arados

E gestos sagrados de redes e remos

Por gestos de morte blasfemo

Gritarei no meu fado: o herói está errado

Quisera ser a força do mar revolto

Neste grito que ora solto em alta voz

E que este canto fosse a voz de todos vós

O pranto do vosso pranto, quisera ser;

Para dizer: mão sublimes, mãos ausentes

Na distância das sementes, voltem à terra

Ela vos quer de novo no seio sagrado

Pois há lamentos de prado na voz da terra

Semideuses conquistam a lua

Outros planetas, todo o Universo

E na terra, tu criança nua

Que triste vegetas sem pão e sem berço

E às mãos que trocaram arados

E gestos sagrados de redes e remos

Por gestos de morte blasfemo

Gritarei no meu fado: o herói está errado

E às mãos que trocaram arados

E gestos sagrados de redes e remos

Por gestos de morte blasfemo

Gritarei no meu fado: o herói está errado

*

URL: http://www.macua.org/biografias/beatrizdaconceicao.html

http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/50718.html

http://www.myspace.com/beatrizdaconceicao

http://jorgesilva.bloguedemusica.com/r264/Beatriz-da-Conceicao/

http://cotonete.clix.pt/quiosque/artistas/musicas.aspx?id=276

[Alma Lusa - 12.02.2009]

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