Igualdade e Liberdade, eis as palavras mágicas da Democracia e cujo equilíbrio é necessariamente delicado. Mas Abril garantiu-as?
Em Portugal, recordista das desigualdades na Europa, país onde 20% vive na pobreza, evocar a Igualdade é como esperar pelo Pai Natal.
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Já a Liberdade dos Cravos, que acabou com a longa ditadura de mordaça e guerra, agoniza. O apartheid entre ricos e pobres, o desemprego e a iliteracia perigam essa Grande Senhora. Acresce que este Governo meteu-lhe pés de barro.
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À tecnologia que permite controlar abusivamente cidadãos, juntou tentativas de derrubar sindicatos, cadastrar grevistas e criar um clima de repressão intolerável para um 25/04 trintão. E à polícia nas feiras do livro e a baixar cartazes nos protestos, ou à recente condenação de alunos do Secundário (por participarem numa manifestação) soma-se a sanha de Sócrates contra a liberdade de expressão, bem patente por estes dias.
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Com a Igualdade como miragem e a Liberdade na corda bamba, a credibilidade dos políticos foi pelo ralo. Cunha & Compadrio é o que os cidadãos associam a Governantes & Companhia, sabendo-se que um sistema corrupto já está, por definição, morto.
Que sobra da Revolução?
Os cravos estão murchos. Abril desmaiado. Hoje desfila o cortejo. Espera-se que de ressurreição.
Joana Amaral Dias
in CM
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