domingo, 26 de abril de 2009

Canonização: São Nuno é «exemplo» para chefias militares



Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas considera o Condestável como um «exemplo» como «chefe militar» no «serviço ao país e à sociedade»

O Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA) classificou este domingo em Roma o novo São Nuno Álvares Pereira um «exemplo» para as chefias militares, compreendendo essas funções como «poderes de serviço» e não de «mando», avança a Lusa.

Falando à Lusa no final das cerimónias de canonização no Vaticano, o general Valença Pinto considerou este domingo o discurso de Bento XVI alusivo aos feitos guerreiro do Condestável como «observações extremamente pertinentes e felizes» para a hierarquia militar.

Além das Forças Armadas portuguesas, «estou a representar os valores militares que não são diferentes dos outros valores da sociedade, embora, porventura vividos de modo mais intenso, mais exigente e mais recorrentemente chamados à atenção», afirmou.

Tratam-se de «valores de serviço a ideais superiores de bem-estar, paz e liberdade» e o Condestável foi um «exemplo» como «chefe militar» no «serviço ao país e à sociedade».

«São valores que só podem ser compreendidos e bem vividos se forem praticados com despojamento e isso Nuno Álvares fê-lo de um modo exemplar», explicou Valença Pinto.

«No Estado e nas Forças Armadas, quaisquer poderes têm que ser compreendidos como poderes de serviço e não como poderes de competência, de exercício ou de mando», alertou o general, que não quis comentar as críticas feitas à ausência de mais representantes dos órgãos institucionais portugueses nas cerimónias.

«De um ponto de vista estritamente militar, honra muito as Forças Armadas que haja aqui representação dos três órgãos de soberania: Presidência da República, Assembleia da República e Governo», limitou-se a dizer.

Dos cinco novos santos, o Condestável é o único não italiano e também aquele que não está directamente relacionado com a fundação de uma instituição religiosa, embora a promoção da sua Causa tenha sido assumida pela Ordem do Carmo.

In Portugal Diário

A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de Agosto de 1385, entre tropas portuguesas comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano de D. Juan I de Castela.

A batalha deu-se no campo de S. Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça no centro de Portugal. O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos e o fim da crise de 1383-1385, e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis.

A paz com Castela só veio a estabelecer-se em 1411.

D. Nuno Álvares Pereira é o patrono da Arma de Infantaria do Exército Português.

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