Biografia
Frequentou o ensino liceal em Ovar e Aveiro, chegando a estudar Engenharia, em Coimbra e no Porto, sem se licenciar. Entra no Teatro Experimental do Porto, em 1967, aceitando um convite de Fernando Gusmão.
Entretanto estreava-se na música, com um EP que continha Dedicatória, Eles, Livre e Pedro Soldado, em 1968.
A sua obra não escapa à Censura da época, vindo a ser probidos os temas Lutaremos meu amor, Trova, O sangue não dá flor e Trova do emigrante.
Aparece na televisão, em Zip-Zip, em 1969, para interpretar Pedra Filosofal, poema de António Gedeão, o que lhe vale o Prémio da Imprensa desse ano.
No álbum Manuel Freire musica poemas de António Gedeão, José Gomes Ferreira, Fernando Assis Pacheco, Eduardo Olímpio, Sidónio Muralha e José Saramago.
É distinguido com o Prémio Pozal Domingues. O EP Dulcineia é lançado em 1971. Em 1972 colabora na banda sonora da longa-metragem de Alfredo Tropa, Pedro Só. Edita, em 1973, o LP De Viva Voz, gravado ao vivo com José Afonso e José Jorge Letria. Recebe a colaboração de Luís Cília em Devolta (1978).
Em 1986 o disco lançado pela CGTP-IN, 100 Anos de Maio, inclui a sua música Cais das Tormentas. Em 1995 actuou na Festa do Avante numa homenagem a Adriano Correia de Oliveira onde foi acompanhado pela Brigada Victor Jara.
Lágrima de Preta é incluído na compilação Sons de Todas as Cores, de 1997. Colaborou ainda no disco Florestas Em Movimento, com Carlos Alberto Moniz, patrocinado pela Direcção Geral das Florestas, e em Pelo sonho é que fomos.
Em 1999 lança o disco As Canções Possíveis onde canta a poesia de José Saramago, de Os Poemas Possíveis, edição da Caminho. Em 2006 colaborou com José Jorge Letria e Vitorino num CD para crianças acerca da Revolução dos Cravos, intitulado Abril, Abrilzinho.
Torna-se em presidente da Sociedade Portuguesa de Autores no seguimento da contestação a Luiz Francisco Rebello. Abandona o cargo em 2007, devido a problemas de saúde.
.
Ei-los que partem
.
Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos
.
Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados
.
Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá de longe
onde o suor
se fez em pão
virão um dia
ou não
.
.
Ei-los que partem
novos e velhos
buscando a sorte
noutras paragens
noutras aragens
entre outros povos
ei-los que partem
velhos e novos
.
Ei-los que partem
de olhos molhados
coração triste
e a saca às costas
esperança em riste
sonhos dourados
ei-los que partem
de olhos molhados
.
Virão um dia
ricos ou não
contando histórias
de lá de longe
onde o suor
se fez em pão
virão um dia
ou não
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Manuel Freire: Pedra Filosofal
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