quinta-feira, 23 de abril de 2009

Digo?, não digo?...

Olho em volta, hesitante: digo?, não digo? Porque, por estes tempos, ter opinião é mais soturno e melancólico, caro Cesário Verde, que andar por aí sozinho e mal acompanhado "nas nossas ruas, ao anoitecer".
Atrevo-me?, não me atrevo?; escrevo?, não escrevo? E se apanho, também eu, com um processo? E se sou chamado à intendência do dr. Proença de Carvalho ou a alguma das outras?
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Mas não é verdade que Cavaco Silva, o temerário, se atreveu e, até ver, ainda não foi processado?
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Respiro fundo, ganho coragem e atiro-me de cabeça: gastar, enquanto se fala de crise, um milhão de euros dos contribuintes em carros de luxo para alguns figurões da AR é escandaloso num país com dois milhões de pobres e centenas de milhar de idosos e crianças com fome.
Uff, pronto, já disse!
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Entretanto, a conselho do meu advogado, retiro a palavra "figurões" e substituo-a por "altas figuras", e retiro "escandaloso" e substituo-o por "duvidoso".
Declaro ainda que não pretendo com o que disse pôr em causa a honra e consideração devidas ao Governo, à AR ou à Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol.
E que Deus me proteja.
Manuel António Pina
in JN

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