Cinco suspeitos dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 vão ser ouvidos por um juiz militar quinta-feira na base americana de Guantánamo, em Cuba. Entre os detidos está Khalid Sheikh Mohammed, considerado o cérebro do ataque simultâneo contra as Torres Gémeas e o Pentágono que causou quase três mil mortos. Mas se a Administração liderada por George W. Bush pretende que esse seja um momento de apuramento da verdade sobre os planos da Al-Qaeda, arrisca-se a que seja sobretudo mais uma ocasião para ser questionada a legalidade de uma prisão localizada numa base fora do território dos Estados Unidos e contestada até pelo Supremo Tribunal americano.
Se Guantánamo é hoje uma mancha na imagem internacional dos Estados Unidos, a partida de Bush deverá resolver a questão. Os dois democratas na corrida à Casa Branca, Barack Obama e Hillary Clinton, já se pronunciaram pelo encerramento da prisão. E mesmo o republicano John McCain tem reafirmado que se for eleito a 4 de Novembro irá transferir os presos para estabelecimentos em solo americano.
Os Estados Unidos deixarão assim de ser acusados de violar a Convenção de Genebra sobre prisioneiros de guerra. Os argumentos de que os detidos são combatentes inimigos ilegais, sem direitos, só serviram para descredibilizar a América como terra da democracia. E a guerra ao terrorismo (e ao fanatismo islâmico) não se ganha só militarmente. Também se ganha pelo exemplo.
In DN
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