Economia familiar em derrapagem...

Crise leva os anéis

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A crise está obrigar muitas famílias a esgotarem as reservas de poupanças. Com a subida do custo de vida, desde os aumento dos bens essenciais e dos combustíveis aos juros da habitação, e com os rendimentos, quer do trabalho quer de pensões a não acompanharem o ritmo das despesas, as poupanças antigas servem como última salvaguarda para esticar o rendimento até ao final do mês.

Na prática, há portugueses que estão a gastar os anéis para salvar os dedos.
O elevado regaste dos certificados de aforro não é só explicado pela alteração das regras dos juros, até porque a subida da Euribor compensou os cortes decididos pelo Governo.

O presidente da Associação Portuguesa de Seguradores confirma ao CM que também se nota um aumento dos resgates dos PPR. E o levantamento antecipado do dinheiro previsto para a reforma está sujeito à devolução dos benefícios fiscais que foram concedidos.
Pelos vistos a crise também é uma oportunidade dos negócios e os consultores financeiros, que entre outras coisas ajudam a consolidar créditos, estão a registar aumento da procura.

Parece irónico pessoas com dificuldades pagarem a especialistas para resolver os problemas, mas às vezes é uma opção sensata, especialmente para quem não sabe negociar com as entidades financeiras.
Armando Esteves Pereira

in CM