segunda-feira, 2 de junho de 2008

"A cara da gente"

Armando Baptista-Bastos reuniu algumas crónicas publicadas nos últimos 15 anos e constituiu «A cara da gente», livro que hoje é apresentado em Lisboa por Duarte Lima.

«A crónica só existe se for publicada num jornal ou numa revista e estas minhas crónicas são do sentimento da rua, da grandeza das pessoas e dos bairros e da sua importância, porque ainda há bairros, numa demonstração de decência e integridade«, disse o escritor e jornalista à Lusa.

«Hoje - acrescentou - há uma certa confusão entre o artigo alargado, o comentário político e crónica propriamente dita no esteio da velha tradição portuguesa que no século XIX se chamava folhetim«.

«A cara da gente« reúne 60 crónicas cujos títulos remetem frequentemente para Lisboa: «Abonação da rua dos Fanqueiros«, «Falando da calçada«, ou «Um cravo para Neves de Sousa«.

O livro, editado pela Oficina do Livro, será apresentado por Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, de quem Baptista-Bastos é «grande amigo«, apesar de pertencerem a «famílias distantes«.


«Somos grandes amigos e encontramo-nos onde as pessoas se encontram, na cultura. Descobrimos que lemos os mesmos autores, tipo de música etc. Por outro lado, ambos descendemos de famílias pobres«, explicou o autor.

Referindo-se ao amigo, Baptista-Bastos afirmou que Duarte Lima «é um homem que lê atentamente, sabe discernir e divide o vago do que é significativo«.

Baptista-Bastos, 74 anos, iniciou carreira aos 19 anos no jornal O Século. É autor de mais de duas dezenas de livros, o mais recente, também editado pela Oficina do Livro, saiu em Novembro último, intitula-se «A bolsa da avó palhaça«.

Recebeu já o Grande Prémio da Crítica, o Grande Prémio da Crónica da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Pen Club e o Prémio da Crónica João Carreira Bom.

«A cara da gente» é apresentado hoje no Auditório do Montepio Geral, na sede desta instituição, à Rua do Ouro, em Lisboa.

Diário Digital / Lusa

Sem comentários: