Algumas das aprendizagens que fazemos fora da escola passam pelo uso dos brinquedos. Através deles as crianças descobrem um número infindável de ensinamentos. São aprendizagens iniciais e matriciais. Condicionam muito do que se aprende posteriormente. Os brinquedos influenciam muito a aprendizagem dos valores.
Quando se fala em brinquedos perigosos quase sempre pensamos nas armas. As armas e uns bonecos assassinos que agora inventaram são, de facto, brinquedos perigosos. Mas não são os únicos. Alguns brinquedos são tanto mais perigosos quanto maior é o seu potencial educativo.
Alguns pais e avós, preocupados com a educação de filhos e netos, evitam dar às suas crianças brinquedos violentos. Talvez pensem numa boneca. Uma Barbie, porque não? Não será inofensiva? E no entanto?
A Barbie é um brinquedo perigoso. É um dos brinquedos com forte potencial educativo. Ensina fundamentalmente o valor do consumismo, da futilidade e da competição. Dá corpo a um estilo de vida que privilegia o supérfluo. Estes objectivos resultam da criação mercadológica do universo Barbie: roupas, sapatos, acessórios, carros, namorados, maquiagem, banheiras, casas de sonho, etc. Passam às crianças o ensinamento de que se atinge a felicidade através da aquisição de bens materiais simbolicamente valorizados.
A Barbie estabelece, na consciência das crianças, um padrão de beleza homogéneo. Um padrão ocidental fechado. Fundamentalmente branco. Loiro. Inacreditavelmente magro. Com longos cabelos loiros. Ginasticada. Mulher fitness. Com pernas longas. Cintura fina. Seios projectados. Traços afilados. Ar de quem dispensa alimentos...
Ao escolher brinquedos para as crianças, seja para uso individual ou colectivo, convém determo-nos a pensar no seu potencial educativo e do tipo de educação que o brinquedo proporciona.
http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3250
quinta-feira, 5 de junho de 2008
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