Porto. O maior festival de expressão artística contemporânea em Portugal, com 80 actividades durante 40 horas, transforma o perímetro de Serralves num ponto de encontro de gente de todas as idades e condições sociais. Uma festa que acompanhámos em http/40horasemserralves.blogs.sapo.pt/
Multidão a deambular pelos jardins adere às iniciativas propostas
Serralves em Festa, 40 horas nonstop em que uma multidão diversificada adere às mais diversas propostas, que vão da música à dança, às exposições, ao teatro e performance, sem esquecer o novo circo, o vídeo, o cinema.
De portões escancarados, o museu e o parque abrem-se a todo o género de públicos, novos e velhos, conhecidos e desconhecidos, entendidos ou pouco dados à cultura. Uma mescla de gentes que, aos milhares, deambula livremente pelo museu, calcorreia o parque frondoso, deita-se nos relvados, respira nas áreas de plantas aromáticas, contorna o lago, belíssimo, convive com árvores de grande porte, tentando adivinhar-lhe o nome.
As crianças brincam, riem e correm, aprendem a tecer, sobem e descem os degraus de uma cascata natural. Os adultos, muitos empurrando os carrinhos de bebé, assistem a um espectáculo de jazz, deslumbram-se com a descoberta de grafonolas, escutam-lhe o som fanhoso, ora rouco, tacteiam os velhos discos de 78 rotações. Depois, apreciam a clareira das bétulas, das azinheiras, o pátio do ulmeiro, o roseiral, a alameda dos castanheiros e dos liquidâmbares, as cameleiras, a mata, o prado, a quinta.
Despreocupada, feliz, a multidão visita a obra de Siza Vieira, refresca-se com cerveja ou gelados, tritura pipocas acabadinhas de fritar, adquire objectos do museu. Discreta, a segurança, a presença das ambulâncias e do corpo clínico. É a desmistificação do museu, de todo o perímetro de Serralves, então para muitos locais reservados a elites onde o mofo e o abstracto e a reverência pontificam. É a festa da convivência, da socialização, do contacto natural com acontecimentos culturais.
Estrangeiros, muitos. Maravilhados, interessados, cruzam-se com a ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima. E já um magote de curiosos se empenha num concurso fotográfico ou galhofam face a uma bizarra bicicleta. Dia de sol, de arte e natureza, dia de harmonia em que muitos fizeram questão de ali estar.
In DN
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