quarta-feira, 4 de junho de 2008

Reclamar, é um Direito que nos Assiste....

Os direitos andam um pouco tortos...
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Assim, quando centenas de veículos tentaram uma espécie de bloqueio ao Porto, num protesto contra o facto de vir a pagar-se portagem em troços de estrada atéagora livres, a Polícia montou barreiras , só deixava passar um carro de cada vez e um agente obrigava os ocupantes a declarar se iam à manifestação ou se, pelo contrário, eram cidadãos decentes que não se metiam em «políticas».
Se a moda pega, receio que amanhã a Polícia, ao ver-me entrar num posto de abastecimento, me interrogue sobre se vou meter gasolina ou incitar ao boicote.
Quando não são os governos a procurarem dificultar-nos o direito à reclamação, é a chamada Justiça a desencorajar-nos de usar desse direito. Julgava que o caso da cliente de um restaurante de Matosinhos que acabou condenada era excepção, mas parece-me que está a ser a regra.
Uma reclamação contra o serviço de uma confeitaria do Porto terminou no tribunal e a cliente só não terá sido condenada porque garantiu não querer difamar quem a servira.
Um utente de uma conservatória de Braga terá de pagar uma indemnização porque escreveu «demais» no livro. Terá dito que a funcionária que o atendera tivera um comportamento execrável.
Fui ao dicionário e verifiquei que execrar significa desejar mal a, abominar, odiar, detestar, ter aversão. Admito que não seja uma palavra simpática, mas não nos arrasta os parentes pela lama (julgava eu...).
Pelo sim, pelo não, leitor, conte até dez antes de pedir o livro. Pela minha parte, fico a rezar por que esta minha reclamação sobre o direito de reclamar não termine no banco dos réus.
E escusam de me pôr os polícias à perna sempre que há manifestações, pois não estou para aturar qualquer agente que queira saber se vou sossegadinho para casa ou se vou para sítios onde se «diz mal» do Governo.
Sérgio de Andrade
in JN

1 comentário:

Anónimo disse...

Qual reclamar! Amochar.
Isto para alguns era bom era no tempo da defunta União Nacional. Muito bem! muito bem! Gritava a carneirada. Parece que estamos a caminhar para lá...