quarta-feira, 4 de junho de 2008

Marco do correio

Exmº Primeiro-ministro,

Venho por este meio manifestar o meu total apoio ao seu esforço de merdanização, perdão, modernização do nosso país.
Como cidadã comum, não tenho muito a oferecer além do meu trabalho cujo rendimento é bem acima da média se compararmos com outros países do terceiro mundo.
O trabalho fascina-me, sou capaz de ficar a olhar para ele sem fazer mais nada!
Contrariamente ao que se tem vindo a especular a taxa de desemprego é baixíssima, falamos praticamente de uma minoria de desempregados licenciados, mestres, doutorados enfim pessoas que como eu estudaram para contribuir para uma mão de obra qualificada. Ora, ambos sabemos que os estudos em Portugal não servem para nada como tão bem sabe o Senhor, perdão o Engenheiro pois as ofertas actuais de trabalho requerem um nível de habilitações equivalente a 4º classe, o que já é considerado elevado e 'cunhas' que já não se contentam com um presunto.
No entanto, após um exame de consciência, percebi que posso contribuir mais.

Passo a explicar:
Na actual legislação, pago na fonte uma certa % do meu salário (para o IRS e para a Segurança Social). Como pode ver, sou um cidadã afortunada.
Cada vez que no supermercado gasto o que a empresa me paga, o Estado, e muito bem, fica-me com 21%. Existem bens essenciais na qual o Estado fica apenas com 12% e mesmo para cúmulos dos cúmulos 5%! Penso que uma uniformização seria bem mais vantajoso para o Estado português pois essa variação acaba por ser discriminatória. Sugeria os 21% para tudo e não se fala mais nisso.
Concordo que é pouco dinheiro para o Governo fazer tudo aquilo que promete ao cidadão, em tempo de campanha eleitoral e uma ninharia para aquilo que o Governo tem feito e ainda pretende fazer para a aniquilação, perdão o bem comum da sociedade.
Entretanto, a empresa onde trabalho é obrigada a dar ao Estado, e muito bem, mais alguma % daquilo que me paga para a Segurança Social. E ainda uma % para o Estado.
Também quando compro um carro, uma casa, herdo qualquer coisa, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas na aquisição dos bens.

Assim deixo-lhe a minha sugestão:

A partir do próximo mês autorizo o Governo a ficar com 100% do meu salário.
O Estado passará apenas a pagar os meus encargos com:
-Seguro de Saúde,
-Despesas com saúde no privado pois no público é um suicídio,
-Despesas com dentista,
-Medicamentos,
-Aquisição de casa ou apartamento previamente mobilado à minha escolha,
-Condomínio, se optar por um apartamento,
-Carro,
-Água,
-Luz,
-Telefone,
-Internet,
-Ginásio,
-Educação,
-Supermercado,
-Gasolina,
-Vestuário,
-Lazer incluindo vícios ou excentricidades,
-Portagens,
-Cultura,
-Viagens,
-SPA,
-Contribuição Autárquica,
-IVA,
-IRS,
-IRC,
-IVVA,
-Imposto de Circulação,
-Segurança Social,
-Seguro do carro,
-Inspecção Periódica,
-Taxas do Lixo, reciclagem, esgotos e saneamento, e todas as outras taxas que nos impinge todos os dias,
-Previdência privada e qualquer taxa extra que por ventura seja repentinamente criada por qualquer dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Um abraço Sr. Primeiro Ministro e muito boa sorte! Estou consigo para o que roubar, perdão... der e vier.
PS: Podemos negociar a percentagem.

Recebido por email

1 comentário:

Anónimo disse...

Subscrevo!
E só espero que a excelência aceite.
Nem quero negociar percentagens.