sábado, 29 de março de 2008

ZIMBABWE À BEIRA DO COLAPSO


Supermercado em Harare.
Uma barreira de arame farpado, que faz a diferença entre uma ditadura mergulhada num marasmo económico e a liberdade num país próspero. Esta é a que já levou mais de três milhões de pessoas a fugir do Zimbabué, a maioria para a vizinha África do Sul, outras para o Reino Unido, antigo país colonizador.
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Os jovens viram as costas a um país onde a esperança de vida não ultrapassa os 36 anos. É o caso deste zimbabuense, que acredita, contudo, que, "se o governo tomasse medidas, se houvesse uma mudança de presidente, talvez as coisas melhorassem no Zimbabwe."
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Robert Mugabe, que dirige o país desde os anos 80, conseguiu transformar uma economia saudável e aberta ao investimento estrangeiro numa pobreza extrema, onde tudo se comercializa em dólares americanos ou rands sul-africanos - no mercado negro, claro.
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Porque as lojas estão vazias. E as medidas do governo para controlar os preços só serviram para agravar a penúria.
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O dólar do Zimbabwe não pára de desvalorizar e a taxa de inflação bate recordes mundiais de 100 mil por cento ano. A dívida externa do país atinge os 4 mil e 400 milhões de dólares - dois mil e 800 milhões de euros - e 80% dos mais de 13 milhões de habitantes vive na pobreza extrema.
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Aquele que foi o celeiro da África Austral, depende hoje da ajuda alimentar. A reforma agrária de 2000, que expropriou os agricultores brancos, saldou-se na partida de mais de quatro mil fazendeiros, e desde então a produção agrícola está em queda livre.
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Para remediar a situação, Mugabe promete tractores e adubos. O ditador que embaraça a União Europeia tinha prometido abandonar o poder no final do seu mandato, mas acabou por recandidatar-se.
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Os seus dois principais opositores prometem fazer marcha-atrás na reforma agrária e chamar os exilados, se ganharem as eleições. Mas com a recusa do Zimbabué em aceitar observadores internacionais, a credibilidade do escrutínio já está comprometida.
BBC News

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