domingo, 30 de março de 2008

SINAIS DOS TEMPOS

O presidente da Assembleia da República Jaime Gama foi ao Funchal elogiar, em cerimónia pública, a obra feita na Madeira durante as três décadas de governação com maioria absoluta de Alberto João Jardim e prestou homenagem ao "político democrático e combativo que é o presidente do Governo Regional”.

A reacção de repúdio do PS/Madeira não se fez esperar, lembrando a Gama o caciquismo de Jardim e a falta de respeito pelas oposições que é apanágio do seu governo.

Numa altura em que José Sócrates governa o país com evidentes tiques de autoritarismo e desprezo pelas críticas, escudado pela maioria absoluta de que também dispõe, importa saber se Jaime Gama defende que os fins justificam os meios a qualquer preço.

E, já agora, se tenciona prestar vassalagem na primeira oportunidade aos sultões do Golfo, que constroem palácios das mil e uma noites à custa do petróleo, enquanto espezinham os mais elementares direitos humanos.

Consta há muito que Jaime Gama é um peixe de águas profundas; mas talvez haja esquecido que se exprimiu enquanto presidente da Assembleia da República de um Estado democrático de direito. E esse devia ter mais cuidado com a responsabilidade do cargo e do que afirma publicamente.

A não ser que aprove o caciquismo populista de quem ora elogia.

1 comentário:

Abacaxi disse...

O Imperador da Madeira é o exemplo acabado do caciquismo e do estilo trauliteiro. Normalmente, os dirigentes de estilo vincadamente populista, como é o caso, acabam por resvalar para a corrupção devido à falta de contestação (a oposição quase desaparece) e ao excesso de tentação, de autoconfiança e de impunidade política. Esta é a regra geral. Será o Imperador uma excepção? Veremos mais tarde, talvez tarde demais.

Muitas vezes tenho pensado que, quando o Imperador abandonar o trono, muita coisa se poderá descobrir sobre negócios encobertos, favores concedidos a clientelas políticos, favorecimentos de empresas "amigas" em concursos públicos, etc.

Provavelmente só saberemos quem realmente é o Imperador da Madeira quando ele já não estiver no cargo.