quinta-feira, 13 de março de 2008

RAHHO APARECE MORTO NO NORTE DO IRAQUE

O corpo do arcebispo caldeu iraquiano, Paulos Faraj Rahho, desaparecido desde 29 de Fevereiro foi encontrado no norte do Iraque, a cerca de 400 quilómetros de Bagdad, perto do local onde se deu o rapto.
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O sequestro foi levado a cabo por um grupo de homens armados na altura em que o clérigo saía de uma igreja. O motorista e os dois guarda-costas, que o acompanhavam foram, também, assassinados.
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Nos últimos dias, os apelos para a libertação do clérigo multiplicaram-se um pouco por todo o mundo.
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"Tínhamos esperança que o arcebispo saísse em liberdade, mas isso não aconteceu. O nosso pensamento está hoje com a comunidade cristã no Iraque. Uma pequena comunidade que tem passado por grandes dificuldades e sido alvo de violência", afirma um representante do Vaticano.
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A descoberta do corpo dá-se no mesmo dia, em que foram a enterrar os guarda-costas e motorista de Rahho.
EuroNews
Comentário: Os que conhecem bem o Islão sabem que o arcebispo nunca poderia sobreviver ao rapto, porque o objectivo era exactamente fazer o que fizeram: assassinarem-no. Ele incorrera em três crimes que a djihad (a Guerra Santa islâmica) não pode perdoar: era cristão, era arcebispo e usava o odiado símbolo cristão ao peito (ver foto). No Islão o assassinato de infiéis compensa e está mais do que justificado pois, de acordo com o Qurão e o Hadith, concorre para a grandeza do Islão e para a vitória final sobre a "cruz". Aqueles que perpetraram este acto serão considerados "heróicos combatentes" do Islão, serão aclamados e olhados com admiração pelos fieis de Alah, terão a salvação eterna imediata, serão recebidos por Alah no paraíso e terão uma recompensa invejável reservada apenas aos crentes que tenham cometido actos exemplares para glória do Islão: terão à sua disposição 72 virgens sempre presentes e prontas a satisfazer todas as vontades dos heróicos combatentes.
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Portanto, pensar que os raptores cometeriam o erro de o libertar é pura ingenuidade. Nunca tal poderia acontecer. Além de todas as culpas de que poderia ser acusado à luz da Sharia, ainda teria outras culpas que o poderiam transformar num odiado cruzado. Não tinha, tantas eram as culpas, a mínima possibilidade de sair vivo do rapto.
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Sim, a capacidade de odiar do Islão é tão grande quão grande é Alah. Principalmente quando se trata de cristãos.

1 comentário:

zigoto disse...

A tolerância é um bem escasso e difícil de alcançar. Até entre nós houve perseguições de católicos a judeus e disputas entre protestantes e católicos. Demorou séculos a construir uma convivência sem preconceitos e discriminações - a construir estados democráticos de direito e sociedades que reconhecem no "outro" a diferença de raça, credo e ideologia mas a aceitam pacificamente.
Os fundamentalistas islâmicos vivem em sociedades medievais em que até chiitas e sunitas se degladiam mortalmente.
Julgo que importa aprofundar os chamado diálogo entre civilizações e incentivar os moderados - que suponho ainda serem a maioria - a isolar e neutralizar os fundamentalistas responsáveis por mais este crime hediondo.
Para além disso é fundamental resolver de vez a questão da Palestina, terminar a ocupação do Iraque, e evitar uma nova guerra com o Irão, travando de forma pacífica e diplomática a questão do armamento nuclear. O que implica, obviamente, uma mudança radical na política dos USA para o médio oriente.